• Página pessoal de José Luis Oreiro
  • Página da Associação Keynesiana Brasileira
  • Blog da Associação Keynesiana Brasileira
  • Página do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Página da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia
  • Página pessoal de Luiz Carlos Bresser-Pereira
  • Página do Levy Institute
  • Página da Associação Heterodoxa Internacional
  • Blog do grupo de pesquisa Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento
  • Post Keynesian Economics Study Group
  • Economia e Complexidade
  • Página de José Roberto Afonso
  • Centro Celso Furtado
  • Departamento de Economia da Universidade de Brasilia
  • About José Luis Oreiro

José Luis Oreiro

~ Economia, Opinião e Atualidades

José Luis Oreiro

Arquivos Diários: 20 de março de 2020

O Liquidacionismo insano de Zeina Latiff e do Jornal O Globo

20 sexta-feira mar 2020

Posted by jlcoreiro in Crise do Coronavírus, José Luis Oreiro, Zeina Latiff

≈ 5 Comentários

Tags

Crise do Coronavírus, José Luis Oreiro, Zeina Latiff

No editorial de hoje (20/03) do Jornal O Globo lemos que os funcionários públicos deveriam dar a sua cota de contribuição para o enfrentamento da crise do Coronavírus com uma redução de até 25% da jornada de trabalho, e consequentemente dos vencimentos, como está previsto na PEC emergencial. Pois só dessa forma seria possível, na visão do Jornal O Globo, apoiando-se em entrevista da Zeina Latiff, conseguir (sic) espaço fiscal para o atendimento das vítimas do coronavírus. Como diriam os norte-americanos “it is not even wrong” ou, numa tradução livre, “é tão estúpido que não chega sequer a estar errado”. Vamos por partes.

Em primeiro lugar, a PEC emergencial prevê redução da jornada de trabalho dos servidores públicos. Que ideia fantástica a de reduzir o expediente de médicos, professores e agentes de segurança no meio de uma calamidade publica! Por que será que nenhum país do mundo está adotando essa ideia bestial????? Afinal de contas se temos uma calamidade pública a mão invisível do mercado deverá resolve-la, para que precisamos dos servidores públicos???? (modo ironia ligado). Se nenhum país do mundo está adotando essa política, o mais provável é que seja uma insanidade completa.

Em segundo lugar, reduzir os salários dos servidores públicos significa AMPLIAR a redução da massa salarial, que ocorrerá inevitavelmente por conta da crise do coronavírus, e dessa forma, AMPLIFICAR a queda de consumo e, portanto, da própria arrecadação de impostos. A proposta de Zeina Latiff é criar um verdadeiro “desestabilizador automomático”, ou seja, fazer com que em momentos de queda de demanda se disparem mecanismos automáticos que amplificam, ao invés de reduzir, o choque negativo inicial. Em outras palavras, trata-se de um bom tiro no pé !!!!

Do ponto de vista moral, por sua vez, a (sic) solução de Zeina Latiff é tão estúpida quanto propor as pessoas que não foram infectadas pelo coronavírus a se infectarem para serem “justas” ou “solidárias” com aquelas pessoas que foram infectadas. Um completo non-sense. O momento é de preservar a renda e o emprego de todos, independente se são trabalhadores do setor privado ou do setor público.

Para tanto é necessário que o Estado Brasileiro atue como “comprador de última instância”, garantindo – na medida do possível – a demanda pelos produtos das empresas do setor privado de forma impedir que as mesmas se vejam obrigadas a demitir seus trabalhadores e assim aprofundar a crise. Em outras palavras, para evitar que o Brasil se afogue numa crise de desemprego a solução não é uma “corrida para o fundo [do mar do desemprego]” como propõe Zeina Latiff e o jornal O Globo; mas um esforço para resgatar aqueles que, por ventura, tenham sido jogados ao mar [do desemprego].

Em terceiro lugar, não é o momento de se pensar em “equilíbrio fiscal”, a prioridade agora é (i) salvar o maior número possível de vidas humanas e (ii) minimizar o impacto econômico da crise do coronavírus. Para tanto, os governos dos países desenvolvidos já anunciaram pacotes de aumento dos gastos públicos, subsídios as empresas privadas (incluindo a nacionalização de empresas) e transferência de renda para a população de centenas de bilhões de dólares. Por exemplo, a Espanha anunciou esta semana um pacote de 200 bilhões de euros, quase 20% do PIB desse país, para o enfrentamento dos efeitos econômicos da crise do coronavírus. Pacotes gigantescos também foram anunciados pelos EUA, França e demais países desenvolvidos. Ninguém está se preocupando, neste momento, com o impacto fiscal dessas medidas. Um aumento substancial do déficit fiscal e da dívida pública é esperado em todos os países do mundo, como a contra-partida necessária das políticas que precisam ser executadas para evitar o colapso econômico e social. No Brasil não será diferente. Lembrando que a dívida pública brasileira é quase que inteiramente denominada na moeda corrente do país – como ocorre em outros países do mundo – de forma que NÃO EXISTE RISCO DE INADIMPLÊNCIA POR PARTE DO GOVERNO. Em último caso o governo pode sempre recorrer a emissão monetária para financiar seus gastos, principalmente numa situação – como a que foi decretada pelo Congresso Nacional hoje – de calamidade pública.

Os mais afoitos dirão que o financiamento monetário dos gastos do governo levará o Brasil a uma situação de hiper-inflação. Essa mesma crítica foi feita as operações de “afrouxamento quantitativo” realizadas pelo Federal Reserve e pelo Banco Central Europeu para lidar com os efeitos da crise financeira de 2008. Tanto o FED como o BCE aumentaram a base monetária em mais de 400% [Tecla SAP: imprimiram dinheiro a rodo]; mas a taxa de inflação – contrariamente ao proposto pela Teoria Quantitativa da Moeda na qual Zeina Latiff aparentemente se baseia – teimou em ficar abaixo de 2% a.a nos EUA e nos países da área do Euro. Não há nenhuma razão para achar que no Brasil o efeito será diferente do ocorrido nos países do hemisfério norte. Além do mais, em países como a Suíça, o Banco Central já estuda a possibilidade de executar uma nova rodada de “afrouxamento quantitativo” por intermédio de um crédito direto na conta corrente de cada cidadão desse país, ao invés de realizar a expansão monetária por intermédio das tradicionais operações de mercado aberto. Será a versão moderna do “helicóptero monetário” de Milton Friedman, o qual realizava um aumento da oferta de moeda por intermédio da distribuição de dinheiro para a população por via aérea.

Se o governo adotar as medidas necessárias no tempo correto – coisa improvável com Paulo Guedes a frente do Ministério da Economia – então será possível ter uma recessão de tamanho moderado no Brasil ao longo do ano de 2020; com uma queda entre 2 a 3% do nível de atividade econômica. A adoção da estratégia liquidacionista de Zeina Latiff – uma reedição das medidas propostas por Andrew Mellon em 1930 para lidar com a Grande Depressão de 1929 com os resultados sobejamente conhecidos – irá apenas aprofundar a queda do nível de atividade e, dessa forma, irá contribuir para o agravamento do desequilíbrio fiscal, produzindo assim o efeito oposto ao que se desejava obter. Medidas como a proposta por Zeina Latiff já foram adotadas no passado e deram tremendamente errado. Trata-se de puro e simples “terraplanismo econômico”. Chegou o momento de se adotar as medidas que são avalizadas pela boa teoria econômica e pela experiência internacional. O Brasil não pode ir na contramão do mundo. É o momento para adotarmos Ciência, não Bruxaria.

 

 

 

UNB/JOSÉ LUÍS OREIRO: OFERECER BOLSA DE R$ 200 POR MÊS PARA INFORMAL É DESUMANO (Agência Estado, 18/03/2020)

20 sexta-feira mar 2020

Posted by jlcoreiro in Crise do Coronavírus, José Luis Oreiro

≈ 1 comentário

Tags

Crise do Coronavírus, José Luis Oreiro

Por Vinicius Neder

Rio, 18/03/2020 – As medidas anunciadas há pouco pelo governo federal para enfrentar os efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus na economia ainda são insuficientes, na avaliação do economista José Luís Oreiro, professor da Universidade de Brasília (UnB). O lançamento de novo benefício assistencial, espécie de “voucher” temporário de cerca de R$ 200 por mês para trabalhadores informais, confirmado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é “desumano”, segundo o professor.

“Pensa num informal que ganha na faixa de R$ 1,7 mil a R$ 2 mil por mês. Esse cara, com as restrições (recomendadas para evitar o contágio da Covid-19), vai ter renda zero. Aí o governo vai dar R$ 200 pro cara? É desumano”, afirmou Oreiro ao Estadão/Broadcast.

Mais cedo nesta quarta-feira, 18, antes do anúncio de novas medidas pelo governo federal, Oreiro publicou em seu blog na internet um texto, assinado ao lado de outros economistas, cobrando por mais ações da política econômica. Uma das propostas é oferecer “voucher” semelhante ao anunciado por Guedes, mas no valor de um salário-mínimo, ou R$ 1.039. Nas contas dos economistas, pagar um benefício nesse valor por três meses acarretaria um custo fiscal de R$ 120 bilhões este ano, bem acima dos R$ 15 bilhões estimados pelo Ministério da Economia com o “voucher” de R$ 200.

Segundo Oreiro, mesmo que um gasto da magnitude de R$ 120 bilhões praticamente dobrasse o rombo previsto na meta fiscal (déficit primário de R$ 124,1 bilhões), seria uma saída para tentar atenuar o impacto secundário da pandemia sobre a economia (queda na demanda, via retração do consumo das famílias), consequência do efeito primário (queda abrupta na oferta de mão de obra, por causa das restrições de circulação de pessoas).

Oreiro lembrou que a medida focada nos trabalhadores informais – 40,8 milhões de pessoas, incluindo os que atuam sem carteira no setor privado e no trabalho doméstico e os que atuam por conta própria, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é diferente do Bolsa Família. O público do programa federal de transferência de renda são os extremamente pobres, enquanto os autônomos informais já têm renda um pouco maior e representam uma força de consumo importante.

Sem o consumo desses trabalhadores, o efeito sobre a atividade seria grande, derrubando a arrecadação tributária do governo. Por isso, para Oreiro, é melhor gastar R$ 120 bilhões “fazendo algo”, porque, do contrário, o aumento do déficit fiscal no fim do ano poderá ser ainda maior, por causa da queda na atividade e, consequentemente, na arrecadação.

“O custo da inação é maior do que o da ação”, afirmou o professor da UnB.

Além do gasto maior com o socorro financeiro direto a trabalhadores, o texto assinado por Oreiro e pelos demais economistas sugere medidas como redução em 1 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic, hoje em 4,25% ao ano), controle temporário da saída de capitais para segurar a volatilidade do câmbio, criação de linha emergencial de crédito para capital de giro pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), refinanciamento de dívidas das pessoas de menor renda, via Caixa, pagamentos extras, por três meses, para todos os cadastrados do Bolsa Família, liberar recursos de financiamento para a ciência e tecnologia, e isentar a conta de energia elétrica de habitações com baixo consumo.

Posts

março 2020
S T Q Q S S D
 1
2345678
9101112131415
16171819202122
23242526272829
3031  
« fev   abr »

Arquivos do Blog

Blogs que sigo

  • Structuralist Development Macroeconomics Blog
  • Paulo Gala / Economia & Finanças
  • Reação Nacional
  • amandagrdeassis
  • PROFESSOR WILIAM RANGEL
  • O Barômetro - A Economia sob Pressão
  • O Meio e o Si
  • Sidewalk Essays
  • José Luis Oreiro
  • WordPress.com

Minha página no Facebook

Minha página no Facebook

Estatísticas do Site

  • 977.237 hits

Blogroll

  • Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia – ANPEC
  • Association for Heterodox Economics
  • Blog do Desemprego Zero
  • Blog do Grupo de Pesquisa "Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento"
  • Blog do Thomas Palley
  • CEPAL
  • Departamento de Economia da UMKC
  • Fundação konrad Adenauer
  • Globalidades
  • Grupo de Estudos de Dinâmica Econômica Evolucionária
  • Grupo de Estudos de Economia e Complexidade
  • Grupo de Estudos de Moeda e Sistema Financeiro
  • Instituto de Economia da Universidade de Campinas
  • Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Instituto para Estudos do Desenvolvimento Industrial (IEDI
  • Nobel Laureates in Economics
  • Página da Metroeconomica
  • Página da Revista de Economia Contemporânea
  • Página da Revista de Economia Política
  • Página da Revista Economia e Sociedade (Unicamp)
  • Página da Revista Nova Economia
  • Página da Sociedade Brasileira de Economia Política
  • Página de Anthony Thirwall
  • Página de Jan Kregel
  • Página de Joseph Stiglitz – Prêmio Nobel de Economia
  • Página de Lance Taylor
  • Página de Luigi Pasinetti
  • Página de Paul Davidson
  • Página do Boletim Economia & Tecnologia – UFPR
  • Página do Cambridge Journal of Economics
  • Página do departamento de economia da Universidade de Brasília
  • Página do Journal of Post Keynesian Economics
  • Página do Levy Economics Institute
  • Página do Mark Setterfield
  • Página pessoal de Amit Bhaduri
  • Página pessoal de Amitava Dutt
  • Página pessoal de Fernando Ferrari Filho
  • Página pessoal de Gilberto Tadeu Lima
  • Página pessoal de José Luis Oreiro
  • Página pessoal de Luiz Carlos Bresser-Pereira
  • Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Viçosa
  • Portal Rumos do Brasil
  • Post Keynesian Economics Study Group
  • Reação Nacional
  • Real-World Economics Review Blog
  • Top Brazilian Economists – REPEC
  • Valor Econômico
  • WordPress.com

Tags mais usados

"nova ordem" A crise da economia brasileira A Grande Crise Brasileira Ajuste fiscal Ajuste Fiscal no Brasil Ajuste fiscal possível Associação Keynesiana Brasileira Bresser-Pereira Ciro Gomes Consolidação fiscal controles de capitais Copom Corecon-DF Crise do Coronavírus Crise do Euro Crise do Governo Dilma Rouseff Crise Econômica no Brasil Crítica ao governo Dilma Rouseff crítica ao governo Temer Câmbio sobre-valorizado Debate Macroeconômico Desenvolvimentismo inconsistente Desenvolvimento econômico Desindusitralização desindustrialização economia brasileira Economia Pós-Keynesiana eficácia da política monetária Eleições 2018 Eleições 2022 Erros de Paulo Guedes Erros do Banco Central do Brasil Espanha Estagnação secular no Brasil Estratégia Neo-atrasista Estratégias de Desenvolvimento Fernando Haddad Fim do teto de gastos Fiscalismo suicida Governo Dilma Rouseff Governo Lula Governo Michel Temer Governo Temer Helder Lara Ferreira Filho Herr Bolsonaro inflação john maynard keynes José Luis Oreiro José Lus Oreiro José Serra Lançamento do livro "Macroeconomia do Desenvolvimento" Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento Metas de Inflação Nova recessão a vista? novo-desenvolvimentismo Oreiro Os erros de Paulo Guedes Paulo Guedes PEC 241 Política macroeconômica do governo Dilma Rouseff política monetária Política Monetária no Brasil Populismo latino-americano Problema dos juros no Brasil proposta para os pré-candidatos a Presidencia da República Reforma da Previdência Regra de Ouro Samuel Pessoa Semi-estagnação da economia brasileira Seminários Acadêmicos de Economia Senado Federal Sobre-valorização cambial taxa de câmbio Taxa de juros Taxa real de câmbio

Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.

Structuralist Development Macroeconomics Blog

This is the blog of the Structuralist Development Macroeconomics Research Group

Paulo Gala / Economia & Finanças

Graduado em Economia pela FEA-USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi pesquisador visitante nas Universidades de Cambridge UK e Columbia NY. Foi economista, gestor de fundos e CEO em instituições do mercado financeiro em São Paulo. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. Brasil, uma economia que não aprende é seu último livro. Conselheiro da FIESP e Economista-chefe do Banco Master

Reação Nacional

Uma alternativa Trabalhista Cristã

amandagrdeassis

PROFESSOR WILIAM RANGEL

"A família é base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que lhes guiam durante toda sua vida". (Beato João Paulo II)

O Barômetro - A Economia sob Pressão

Espaço de reflexão crítica sobre economia e política

O Meio e o Si

Seu blog de variedades, do trivial ao existencial.

Sidewalk Essays

brand new stuff, fresh ideas

José Luis Oreiro

Economia, Opinião e Atualidades

WordPress.com

WordPress.com is the best place for your personal blog or business site.

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
  • Seguir Seguindo
    • José Luis Oreiro
    • Junte-se a 457 outros seguidores
    • Já tem uma conta do WordPress.com? Faça login agora.
    • José Luis Oreiro
    • Personalizar
    • Seguir Seguindo
    • Registre-se
    • Fazer login
    • Denunciar este conteúdo
    • Visualizar site no Leitor
    • Gerenciar assinaturas
    • Esconder esta barra
 

Carregando comentários...