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~ Economia, Opinião e Atualidades

José Luis Oreiro

Arquivos da Tag: Metas de Inflação

Economistas ortodoxos ignoram regras básicas do debate científico e anunciam uma “descoberta” para a qual ainda não existem evidências que podem ser compartilhadas

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Debate Macroeconômico, José Luis Oreiro, Método científico, Metas de Inflação

Por José Luis Oreiro

Foto: José Luis Oreiro.

Em matéria publicada no Valor Econômico no dia 02/03/2023 intitulada “Expectativas cruzam limiar que pode acelerar a inflação” (veja em

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/03/02/expectativas-cruzam-limiar-que-pode-acelerar-inflacao.ghtml) apresenta-se um estudo realizado por uma equipe de economistas ortodoxos composta por Carlos Viana de Carvalho, ex-diretor de política econômica do Banco Central, ex-economista do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e atual sócio da Kapitalo Investimentos, Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), e Marco Bonomo, do Insper, na qual se lê que (sic) ” O cenário é sugerido a partir de um estudo feito por um grupo de economistas, que comprova de forma robusta, pela primeira vez, que as expectativas de inflação estão relacionadas com as decisões que as empresas tomam para fixar os preços de seus produtos. Quando as expectativas de longo prazo estão desancoradas, os reajustes são mais pronunciados“. Na matéria lê-se ainda que “As conclusões desse estudo têm implicações no debate atual de política monetária no Brasil, confrontando a tese de alguns economistas de que seria possível um corte acelerado de juros sem que a inflação saia de controle. Também desaconselham uma eventual mudança nas metas de inflação já definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O risco, nesses casos, é justamente a desancoragem das expectativas e seus efeitos perversos na fixação de preços da economia e na própria inflação, argumentam os responsáveis pelo trabalho”

Em suma, os autores do suposto estudo teriam obtido provas conclusivas e contendentes, a partir de micro-dados, de que quando a inflação esperada pelas instituições financeiras (a Faria Lima no Brasil ou a Wall Street nos EUA) se afasta da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional então os formadores de preços do mundo real (a main streat) atuam no sentido de fazer com que o rapasse da desvalorização cambial para os preços seja mais forte, de maneira que os pesquisadores, com base no suposto estudo, afirmam categoricamente ser equivocado o debate sobre o aumento da meta de inflação no Brasil pois isso poderia levar, dado a desancoragem das expectativas, a uma aceleração da inflação.

Sem dúvida de que o resultado que foi propagandeado em prosa e verso pelos autores do suposto estudo seria uma enorme descoberta no campo da macroeconomia. Desde o final dos anos 1960 os economistas debatem o papel das expectativas de inflação na determinação da inflação correte. A assim chamada versão aceleracionista da curva de Phillips desenvolvida por Milton Friedman na década de 1960 postula que a inflação corrente depende das expectativas de inflação dos formadores de preços (firmas e sindicatos) e do estado do mercado de trabalho, expresso pela diferença entre a taxa de desemprego efetiva e a taxa de desemprego de equilíbrio (a taxa natural de desemprego). A questão central, contudo, é saber como as expectativas de inflação são formadas. No mundo mágico das expectativas racionais, onde se supõe que a economia já alcançou um estado estacionário onde os agentes já aprenderam tudo o que tinham pra aprender, as expectativas de inflação são dadas pela média ponderada entre a meta de inflação que o banco central deve alcançar (multiplicada pelo grau de independência do Banco Central) e a inflação discricionária, dada pela maximização da função de perda social da autoridade monetária (multiplicada por um menos o grau de independência do Banco Central) [ Ver Franceze Jr, 2004, p. 110]. Nesse contexto, a meta de inflação e o grau de autonomia do banco central teriam um papel fundamental para determinar a inflação corrente: quanto menor a meta de inflação e maior a autonomia do Banco Central menor será, tudo o mais mantido constante, a inflação corrente.

O grande problema com essa hipótese é que nunca se demonstrou a existência de um elo entre as expectativas de inflação medidas pelas instituições financeiras e o comportamento de reajuste de preços por parte dos agentes que tem, de fato, poder de formação de preços, ou seja, as firmas e os sindicatos. O suposto ineditismo do estudo dos economistas brasileiros supracitados é que pela primeira vez na história da macroeconomia a nível mundial teria sido demonstrado de “forma robusta” a existência desse elo.

Movido pela natural curiosidade científica que todo pesquisador tem, fui procurar o artigo que fundamentaria as prescrições de política econômica propostas pelo “estudo”. Com base nas informações divulgadas na matéria do Valor cheguei ao site: https://sites.google.com/view/stefano-eusepi/working-papers onde o paper que deu base a matéria do Valor, cujo título é “Price Setting When Expectations are Unanchored” simplesmente não está disponível!!!!! No site le-se que “Draft available soon, in preparation for the JME-SNB-SCG conference on inflation: Expectations & Dynamics”, ou seja, a versão PRELIMINAR do artigo ainda está em elaboração para SER APRESENTADA numa conferência que ainda não ocorreu!

Resumindo: os autores do estudo sequer tem uma versão preliminar do mesmo, não discutiram o trabalho com seus pares, o trabalho não foi avaliado por ninguém da comunidade científica de economia e os autores divulgam que (sic) o estudo apresenta evidências conclusivas sobre a relação entre as expectativas de inflação e a formação de preços e ainda querem dar pitaco na formulação de política econômica no Brasil !!!! Sério isso?

Um princípio básico da metodologia científica é o da reprodutibilidade do experimento. Quando algum pesquisador obtém um resultado inovador em qualquer campo da ciência ele ou ela deve divulgado para seus pares para que possa ser reproduzido. Se os pares não forem capazes de reproduzir o experimento então trata-se de fraude, pura e simples. Isso ocorreu em 1989 quando dois químicos anunciaram para o mundo que tinham descoberto a “fusão a frio” (https://super.abril.com.br/ciencia/o-misterio-da-fusao-a-frio/#:~:text=F%C3%ADsicos%20de%20v%C3%A1rios%20pa%C3%ADses%20acreditam,nuclear%20num%20tubo%20de%20ensaio.&text=O%20que%20foi%20apresentado%20ao,enorme%2C%20decepcionante%20ponto%20de%20interroga%C3%A7%C3%A3o.). Como sabemos em 2023 isso não ocorreu, até porque se tivesse sido verdade o mundo já teria feito a transição energética para uma economia de baixo carbono.

O fato é que sem ter sequer a versão preliminar do estudo dos economistas citados na matéria do Valor é IMPOSSÍVEL saber se as conclusões que eles alegam obter podem ser, de fato, obtidas. O pior de tudo é que com base num estudo cuja versão preliminar sequer foi publicada, esses economistas se arrogam ao direito de discutir propostas de política econômica para o Brasil, as quais, se forem equivocadas, trarão sofrimento para milhões de cidadãos do Brasil.

Um pouco mais de responsabilidade e compromisso com o protocolo científico é de bom tom para quem quiser se meter no debate sobre política econômica.

Referências:

Franceze Jr, R.J. (2004). “Institutional and Sectoral Interactions in Monetary Policy and Wage/Price-Bargaining” In: Hall, P.A; Soskice, D. (orgs,). Varieties of Capitalism: the institutional foundations of camparative advantage. Oxford University Press: Oxford.

“Juros altos do BC estão levando o Brasil na direção de uma grave crise financeira”, diz Oreiro (Hora do Povo, 01/03/2023)

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Debate Macroeconômico, Fragilidade Financeira, José Luis Oreiro, Metas de Inflação

Economista José Luis Oreiro. Foto: Divulgação

“Cada um ponto base de redução da taxa Selic gera uma redução em 12 meses na despesa com juros de R$ 27 bilhões, que é o que o governo está querendo ganhar, por exemplo, com a reoneração dos preços dos combustíveis”, ressalta o economista

“As elevadas taxas de juros podem estar levando o Brasil a uma crise financeira”, afirmou o economista José Luis Oreiro, professor da UnB, em entrevista ao HP. Oreiro destacou que as empresas brasileiras estão “aumentando o seu endividamento não para aumentar o investimento, mas para simplesmente pagar os juros da dívida que elas já têm”.

Crítico das elevadas taxas de juros praticadas pelo Banco Central, o economista foi taxativo em condenar as despesas financeiras: “cada um ponto base de redução da taxa Selic gera uma redução em 12 meses na despesa com juros de R$ 27 bilhões, que é o que o governo está querendo ganhar, por exemplo, com a reoneração dos preços dos combustíveis”.

Oreiro afirmou que “se não houver uma redução das taxas de juros, não só da taxa de juros Selic, mas principalmente das taxas de juros do crédito bancário e dos papéis negociados no mercado de capitais, é possível sim a ocorrência de uma crise financeira”.

Para o economista, “o caso das Lojas Americanas, que é só fraude, ao que tudo indica até agora, não é uma fraude que veio do nada. Ela é uma fraude que na verdade foi feita para encobrir a fragilidade financeira das Lojas Americanas”.

“Isso pode sim ser um sintoma de que algo similar está acontecendo com empresas do setor varejista, que são empresas que dependem muito do capital de giro e que, portanto, quando o Banco Central aumenta o custo do dinheiro, o custo capital de giro fica muito alto para essas empresas”, observou o especialista.

Leia a seguir, a entrevista completa.

HORA DO POVO: As altas taxas de juros podem estar levando o país a uma crise financeira?

JOSÉ LUIS OREIRO: Sim. As elevadas taxas de juros podem estar levando o Brasil a uma crise financeira. Em matéria divulgada no Valor Econômico nessa semana foi demonstrado, acho que uma pesquisa feita pelo professor Carlos Rocca da USP, de que aproximadamente 15% das empresas brasileiras de capital aberto tinham um EBITDA* – rendimento antes dos juros, impostos, depreciação do capital e amortização da dívida -, que era insuficiente sequer para o pagamento dos juros que essas empresas devem sobre suas dívidas.

Então, isto é uma postura financeira que o economista keynesiano norte americano Hyman Minsky chamava de postura financeira Ponzi. Uma postura financeira Ponzi é aquela em que o fluxo de caixa da empresa não é suficiente sequer para pagamento de juros. Isso significa que as empresas que estão com esse tipo de posição financeira, elas estão aumentando o seu endividamento, não para aumentar o investimento, mas para simplesmente pagar os juros da dívida que ela já tem. Ou seja, é um endividamento do tipo bola de neve. Então, 15% é um número já bastante significativo.

Eu acredito que se não houver uma redução das taxas de juros, não só da taxa de juros Selic, mas principalmente das taxas de juros sobre o crédito bancário e sobre os papéis negociados no mercado de capitais, é possível sim a ocorrência de uma crise financeira. Não posso dizer com 100% de certeza, porque quem disser isso é mentiroso. Mas o que eu posso afirmar, com toda certeza, é que existem sinais concretos de fragilidade financeira minskyana na economia brasileira e que, portanto, é possível que essa fragilidade financeira em algum momento, devido às vezes a um evento que pode ser até de pouca monta, pode desencadear uma onda de falência em massas das empresas, principalmente, no setor de varejo.

HP: Além da fraude, a Americana pode ser sintoma dessa crise?

JOSÉ LUIS OREIRO: O caso das lojas Americanas, que é fraude ao que tudo indica até agora, mas ela não é uma fraude que veio do nada. Ela é uma fraude que na verdade foi feita para encobrir a fragilidade financeira das Lojas Americanas. Quer dizer, o que aconteceu, pelos dados que foram apresentados até agora, é que as Lojas Americanas vieram encurtando o prazo de maturidade do seu passivo e fizeram um jeito contabilmente criativo de esconder isso. Isso pode sim ser um sintoma de que algo similar está acontecendo com empresas do setor varejista, que são empresas que dependem muito do capital de giro e que, portanto, quando o Banco Central aumenta o custo do dinheiro, o custo do capital de giro fica muito alto para essas empresas e aí elas têm que acabar fazendo algum tipo de contabilidade criativa ou de instrumentos criativos de financiamento para poder sobreviver.

HP: A inflação no Brasil não é causada por um excesso de demanda, então por que a insistência do Banco Central em manter os juros mais altos do mundo?

JOSÉ LUIS OREIRO: A inflação não é de demanda, isso é bem claro. Mesmo a ideia de que o núcleo de inflação já mostraria que eu tenho uma inflação alta, que portanto isso não seria derivado dos choques de oferta no preço dos alimentos e de energia, acontece que existem mecanismos de contaminação do choque de oferta sobre os núcleos de inflação. Por outro lado, o que nós temos é uma insistência, não só do Banco Central, mas também do próprio Conselho Monetário Nacional – que se reuniu este ano, poucos dias atrás – de manter a meta de inflação inalterada para 2023 de 3,25% ao ano com uma margem de variação de 1,5.

Então, isso significa que a inflação máxima que o Banco Central pode aceitar para o ano de 2023 seria de 4,75%. O problema é que o Banco Central vem de dois anos consecutivos sem alcançar a meta de inflação, e esta meta de inflação, a cada ano, é mais baixa do que a do ano anterior. Isso acaba reduzindo o espaço para o Banco Central afrouxar a política monetária. Porque, veja bem, se no ano passado a meta de inflação, que era mais alta que este ano, o BC não cumpriu, então ele, a rigor, pelo protocolo do regime de metas de inflação, não tem como baixar a taxa de juros. Porque as expectativas de inflação estão em torno de 5,8% para o ano de 2023. Então, devido a insistência na manutenção de uma meta irrealista de inflação, o Banco Central cumprindo o seu mandato vai ter que manter a taxa de juros inalterada pelo tempo necessário até a inflação convergir ou dar amostras que está convergindo para um patamar que esteja dentro do intervalo de tolerância do regime de metas.

A solução para isso é o realismo. Ou seja, o Conselho Monetário Nacional, que é composto pelo ministro da Fazenda, pelo ministro do Planejamento e pelo presidente do Banco Central, na sua próxima reunião ou a qualquer momento,  já que ele pode se reunir em caráter extraordinário, tem que rever a meta de inflação de 2023 e 2024 para algo como 4% ao ano. Ele fazendo essa revisão, abriria espaço para o Banco Central reduzir os juros.

Os economistas liberais vão contra-argumentar dizendo: Ah! Mas  se o Conselho Monetário Nacional aumentar a meta de inflação, isso vai contaminar as expectativas de inflação, que vai acabar levando a uma inflação mais alta. Bom, isso é uma grandessíssima bobagem. Em primeiro lugar, porque o Banco Central não ganha credibilidade tentando atingir uma meta que é inalcançável. Parafraseando aquele filme, ou citando aquele famoso filme, ‘é uma ponte longe demais’. Então esse é o primeiro ponto.

O segundo ponto, quando você olha para os 23 anos do regime de metas no Brasil, a inflação média nesses 23 anos foi em torno de 6,5% ao ano. Então é óbvio que uma meta de inflação de 3,25% dado ao histórico do regime de metas de inflação no Brasil e dado que a inflação mundial está muito alta – você tem uma inflação na área do Euro em torno de 8% ao ano ou no acumulado dos últimos doze meses – isso é assim, evidente, que a meta de inflação está errada.

E é melhor que o Conselho Monetário Nacional explicite de maneira clara e transparente, como é exigido pelo regime de metas, que a inflação perseguida vai ser mais alta, porque não dá para alcançar 3,25, do que, como eu já vi o Luiz Fernando Figueiredo dizendo na entrevista para a Folha de São Paulo, que o Banco Central do Brasil está fazendo. Dizer que vai perseguir uma meta de 3,25%, mas na verdade ele está perseguindo uma meta de inflação mais alta. Quer dizer, isso é completamente contrário aos princípios de transparência do regime de metas de inflação.

Então, a melhor opção a ser feita neste momento é a revisão da meta de inflação para 2023/2024 para 4% ao ano, mantido intervalo de tolerância de 1,5% para mais ou para menos. Isso vai permitir uma redução de pelo menos uns 300 pontos base na taxa de juros Selic. Lembrando que cada um ponto base de redução da taxa Selic gera uma redução em 12 meses na despesa com juros de R$ 27 bilhões, que é o que o governo está querendo ganhar, por exemplo, com a reoneração dos preços dos combustíveis.

ANTONIO ROSA

*EBITDA – Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization

Economistas avaliam aperfeiçoamento do sistema de metas de inflação (Folha de São Paulo, 26/02/2023)

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Debate Macroeconômico, juros e inflação, Metas de Inflação

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O regime de metas de inflação chegará em 2023 ao seu 25ª ano de vigência no Brasil, com uma “taxa de sucesso” de 70% e em meio ao debate sobre uma possível revisão de seus parâmetros.

O próprio Banco Central possui estudos para aprimoramento desse sistema, conforme afirmou o atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, em entrevista recente, na qual não detalhou quais as possíveis mudanças.

O Brasil está entre os dez primeiros países que adotaram o sistema que prevê o uso de uma taxa básica de juros, por um banco central, como principal ferramenta para tentar garantir a estabilidade de preços e colocar a inflação em um determinado valor.

Praticamente todas as economias relevantes do planeta possuem uma meta para a inflação, que pode ser formal ou não, definida pelo governo ou por um órgão autônomo, a ser alcançada no ano calendário ou em prazos mais longos. A forma de medir a alta dos preços e a tolerância com alguns desvios também muda de acordo com o país.

O tema também ganhou destaque com as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à condução da política monetária pelo BC autônomo e com as preocupações do ministro Fernando Haddad (Fazenda) com o patamar elevado da taxa básica (Selic) no Brasil, o que deu início a uma discussão sobre os benefícios de se elevar ou não a meta atual.

Um dos responsáveis pela implantação do sistema de metas no Brasil em 1999, o presidente do conselho da Jive Investments, Luiz Fernando Figueiredo, afirma que esse regime era o que havia de mais moderno na época para substituir a política de câmbio fixo e se tornou uma tendência nos anos seguintes.

Ele também avalia que a regra se mostrou flexível para lidar com choques de inflação ao longo desses anos. Segundo Figueiredo, nenhum banco central está tentando neste momento, por exemplo, derrubar a inflação sem avaliar os custos em termos de crescimento econômico.

“Os bancos centrais, que cada vez mais usam o sistema de metas, fazem uma suavização [da redução da inflação] por conta da atividade econômica. Se você levar a ferro e fogo, pode gerar uma recessão com pouco benefício em termos de inflação”, afirma Figueiredo.

“Os outros países estão, na prática, subindo a meta de inflação, mas sem dizer isso. O Banco Central está mirando 3,25% para este ano e 3% para o ano que vem? Ele tem de dizer que sim, mas está com uma flexibilidade, olhando o que está acontecendo no mundo. O que o mundo está fazendo é suavizando, achando que isso é mais produtivo do que mudar a meta.”

José Luis Oreiro, professor de economia da Universidade de Brasília, avalia que o regime de metas no Brasil ainda segue parâmetros muito rígidos. Para ele, não há possibilidade, por exemplo, de adiar o cumprimento do objetivo em casos de choques que não são de demanda.

Oreiro considera necessário rever a meta atual e diz que a literatura econômica aponta uma taxa ótima de inflação entre 5% a 8% ao ano para países em desenvolvimento. Também avalia que ter um objetivo que não será alcançado pelo terceiro ano seguido não parece ser a melhor forma de o Banco Central ganhar credibilidade.

“Uma meta de 3,25% para o Brasil é irrealista. Vai exigir um sacrifício muito grande em termos de juros elevados e o prejuízo para a atividade econômica. Estamos vendo várias empresas com problemas de liquidez. O país está à beira de uma crise financeira de grandes proporções”, afirma.

Esse debate não é uma exclusividade brasileira. No artigo “É hora de revisitar a meta de inflação de 2%”, publicado em novembro do ano passado, o economista Olivier Blanchard (ex-FMI) afirma que a inflação nos EUA deve ceder dos atuais 6,4% para algo próximo de 3% neste ou no próximo ano.

A partir daí, haverá um debate sobre os custos de trazê-la para 2%, meta estabelecida pelo próprio Federal Reserve (banco central americano) para ser alcançada no “médio prazo”. Blanchard argumenta que o benefício de trazer a inflação de 4% para 2% é pequeno, diante dos custos em termos de redução da atividade e do emprego.

Atualmente, economias avançadas e alguns emergentes possuem metas de 2%. Na América Latina, o objetivo em geral é de 3%. No Brasil, a meta ficou em 4,5% de 2005 a 2018. Foi reduzida gradativamente nos anos seguintes. Atualmente está em 3,25%. Será de 3% a partir de 2024.

Os economistas Bráulio Borges e Ricardo Barboza, da FGV (Fundação Getulio Vargas), publicaram artigo no qual afirmam que não está claro que o alvo de 3% seja o mais adequado para a realidade atual da economia brasileira.

Eles defendem a elevação da meta para 4% a partir de 2024, destacando que o valor ainda seria inferior ao na maior parte do tempo desde 1999. Argumentam que a inflação média no Brasil de 1999 a 2022 foi de 6,4% ao ano e que a média das metas de 59 países em desenvolvimento foi de 4,5% no ano passado.

PT reformula proposta polêmica de combate à inflação (Valor Econômico, 23/10/2018)

23 terça-feira out 2018

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Independência do Banco Central, José Luis Oreiro, Metas de Inflação

Após a perda de fôlego dos preços, no ano passado – quando o índice oficial ficou abaixo da meta -, o combate à inflação passou a ser assunto menos presente nas discussões econômicas nesta disputa eleitoral do que em outras. Mas o tema parece ser mais um em que as campanhas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) mostram divergências. Enquanto o programa de governo de Bolsonaro aponta que o tripé macroeconômico – formado por câmbio flexível, meta de inflação e meta fiscal – será mantido, o plano inicial de Haddad falava em construir um “novo indicador para a meta de inflação, que oriente a definição da taxa básica de juros (Selic)”.

Na visão do PT, o BC teria, ainda, um mandato dual, que estabelece compromisso com inflação e nível de emprego. No fim da semana passada, no entanto, Haddad voltou atrás, retirou esses detalhes do plano e colocou a questão de maneira mais genérica. “O Banco Central manterá sua autonomia e seu mandato de controlar a inflação, permanecendo atento a temas como a estabilidade do sistema financeiro e o nível de emprego”, informa o novo programa.

Os pontos retirados eram alvo de crítica de economistas do mercado e acadêmicos. Desde 1999, quando o regime de metas inflacionárias foi implementado no Brasil, a variação anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é a referência do Banco Central. De 2005 a 2016, o alvo foi de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O centro da meta foi mantido para 2017 e 2018, mas a banda foi reduzida para 1,5 ponto. Em 2019, a meta será de 4,25%; em 2020, de 4% e, no ano seguinte, de 3,75%. A margem de oscilação permitida permanece em 1,5 ponto para o triênio seguinte.

Em 2014, técnicos da equipe econômica do governo da ex-presidente Dilma Rousseff chegaram a defender, diante do choque de alimentos provocado pela seca, que o IPCA fosse trocado por um núcleo que excluísse esses itens. Naquele ano, o grupo alimentação e bebidas subiu 8%, 1,6 ponto acima da inflação total.

A ideia de trocar o IPCA por um núcleo, naquele momento, foi largamente criticada por economistas, que também não veem razão, agora, para alteração semelhante. De acordo com levantamento feito pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês, o banco central do Reino Unido) com 27 países que adotam o regime de metas, todos eles usam o índice cheio de inflação ao consumidor como referência. As divergências estão na banda de flutuação permitida para os indicadores e, também, no período em que a meta precisa ser atingida.

“Tem algum indicador melhor que o IPCA?”, pergunta Luiz Roberto Cunha, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ) e membro do Conselho Consultivo do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC), do IBGE. “Não faz sentido inventar a roda”, afirma Cunha, para quem o passado recente de hiperinflação na economia brasileira ainda gera desconfiança e exige a adoção de critérios transparentes para o controle da alta dos preços.

Segundo o economista, uma medida de núcleo não foi definida como alvo para o sistema de metas em 1999 porque o Brasil já tinha uma “certa tradição” de interferências nos índices de preços. Além disso, diz, perseguir um indicador que exclui alimentos, como são calculados alguns núcleos de inflação, num país em que esses itens representam quase 25% da cesta do consumidor, tomando como base o IPCA, não seria correto. “O melhor é deixar o sistema de metas como está.”

Essa também é a avaliação de Fabio Romão, da LCA Consultores, para quem o risco é que fosse construído um indicador pouco confiável. “Particularmente não gosto dessa ideia. Existe o risco de criar um indicador para mostrar o que se quer. Você pode excluir alimentação, por exemplo, que é muito volátil, mas esse preço pesa na vida das pessoas.”

Sobre o objetivo de que o BC também persiga uma meta de emprego, Romão diz que o nível ainda elevado de indexação na economia e o histórico de inflação alta do país justificam que o foco principal da autoridade monetária seja o controle de preços. A missão da instituição para o período de 2016 a 2019, que compõe o Planejamento Plurianual Governamental (PPA), é “assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”.

Para José Luís Oreiro, professor do departamento de economia da Universidade de Brasília (UnB), é difícil que o BC tenha mandato duplo sem independência formal, proposta que já constava no programa do presidenciável do PSL, e, após a mudança, passou a constar também no do PT. “Pode haver rebeldia de senadores contra o presidente do BC, por exemplo. Independência significa que o presidente e a diretoria serão nomeados para mandatos fixos e protegidos contra demissões arbitrárias.”

Mais crítico ao regime de metas, Oreiro afirma que a institucionalidade do sistema brasileiro é uma das mais rígidas, mas também não concorda com a ideia de substituir o IPCA como alvo central. Mudança mais acertada, em sua visão, seria a do horizonte de cumprimento da meta para 24 ou 36 meses, em vez do ano-calendário. Isso permitiria ao BC calibrar melhor a política monetária para enfrentar mais choques de demanda, e não de oferta, avalia.

Inflação de janeiro surpreende para baixo e fica em 0,29%

08 quinta-feira fev 2018

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Evolução da inflação, Metas de Inflação, Taxa de juros

Inflação de janeiro surpreendeu para baixo e fica em 0,29%, o índice mais baixo para o mês de janeiro desde 1994. Com isso a inflação acumulada em 12 meses cai para 2,86% a.a, abaixo do piso da meta de inflação para 2018. Nessas condições, o Banco Central do Brasil na próxima reunião do Copom me março terá que continuar o processo de flexibilização da política monetária, reduzindo a meta da selic em 0,25 p.p para 6,5% a.a.

Mais detalhes em http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-02/inflacao-e-de-029-em-janeiro

Hora incerta – Coluna de José Paulo Kupfer (O Globo, 30/06/2017)

01 sábado jul 2017

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José Luis Oreiro, Metas de Inflação, Política Monetária no Brasil

Se as projeções de inflação abrem espaços para reduzir a meta, o mesmo talvez não se possa dizer do momento em que a decisão foi tomada

Ao fixar a meta de inflação de 2019 em 4,25% e, num lance surpreendente, reduzi-la para 4%, em 2020, o governo dobrou uma aposta em que nem todos os economistas colocariam suas fichas. O pessoal do mercado aprovou em bloco a decisão que, segundo o ministro Henrique Meirelles, aproxima o regime brasileiro da “normalidade” das metas dos países que o adotam, notadamente os emergentes, cuja média das metas gira em torno de 3%. Mas não são poucas as desconfianças em relação não só ao acerto da decisão, mas sobretudo diante das dificuldades políticas e econômicas do momento em que foi adotada.

Os desconfiados não são apenas os economistas de linha heterodoxa, naturalmente críticos do governo. Alguns ortodoxos de peso também têm expressado dúvidas. É o caso do economista Sergio Werlang, da FGV-RJ, justamente o responsável pela introdução do regime de metas em 1999, quando era diretor do BC. Em entrevista ao jornal “Valor”, Werlang destacou que a amplitude dos desequilíbrios fiscais, agravada pela rigidez salarial no funcionalismo público, não recomendaria a redução da meta antes de que os ajustes se mostrassem mais consistentes — falar nisso, o déficit fiscal primário de maio, agora divulgado reforça expectativas de que a meta fiscal só será cumprida com manobras em receitas e elevação de tributos, como Meirelles passou a insinuar.

As restrições fiscais, a propósito, estão na base de uma cada vez mais aceita revisão dos efeitos das políticas monetárias. O debate acerca da potência do manejo das taxas de juros em ambientes de desajuste fiscal e elevado endividamento público, já acalorado em âmbito internacional, foi trazido há alguns meses ao Brasil pelo reconhecido economista André Lara Resende. Seu livro “Juros, moedas e ortodoxia” (Portfolio Penguin), lançado na semana passada, mostra que, nessas circunstâncias, altas nas taxas de juros, contrariamente aos cânones, podem resultar em elevação da inflação. “A política monetária hoje está diante de um anacronismo institucional e de um impasse analítico”, resume Resende na obra.

Outros temores, esses em relação ao efeito do aperto no regime de metas sobre processo de recuperação da economia, reúnem ortodoxos e heterodoxos. O economista e matemático Aloisio Araújo, referência entre os ortodoxos brasileiros, por exemplo, considera, segundo declarou ao jornal “Folha de S. Paulo”, que pode ser alto o custo de reduzir a meta neste momento, em especial na taxa de desemprego. Com ele concorda o economista heterodoxo José Luis Oreiro, da Universidade de Brasília, para quem o difícil e longo processo de recuperação que a economia brasileira tem pela frente — reafirmado pela revisão oficial para baixo das projeções de crescimento do ano — não deveria correr o risco de uma reversão, com novos apertos, na política de juros.

No voto que detalhou os motivos da decisão de reduzir a meta de inflação, o CMN atribuiu a trajetória descendente da inflação ao “redirecionamento da política econômica” e à “adoção de reformas e ajustes” que, “combinada com a condução da política monetária, permitiu reancorar as expectativas de inflação”. Não há, porém, nem uma grama de consenso em relação a essa afirmação. Ela embute uma crença por muitos considerada exagerada nos poderes das expectativas de inflação na ancoragem dos preços.

Para André Modenesi, professor da UFRJ, especialista em regimes de meta de inflação, o comportamento dos preços, nos últimos dez anos, não permite concluir que o peso das expectativas tenha sido relevante na determinação da inflação. O que sobressai, no período, segundo ele, é a persistência da alta de preços no setor de serviços, cuja evolução é menos dependente de expectativas. “Não é de se esperar que ocorram quedas da inflação apenas pela redução da meta”, continua. “O rabo não vai sacudir o cachorro”.

Noves fora objetivos políticos, na linha de reforçar a mensagem de que a economia não será contaminada pelo ambiente de crise política, o que é negado por porta-vozes do Banco Central, uma conclusão possível é a de que, se há espaços para reduzir a meta, sob a ótica da evolução da inflação — as projeções para 2018 e 2019 estão hoje abaixo de 4,25% —, o mesmo não se pode dizer sobre a hora incerta em que a decisão de apertar o regime de metas foi tomada.

José Paulo Kupfer é jornalista

Leia mais: https://oglobo.globo.com/opiniao/hora-incerta-21537047#ixzz4lZkPYzFc
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Redução da meta de inflação exigirá juros mais altos, dizem especialistas (Diário de Comércio e Indústria – 30/06/2017)

30 sexta-feira jun 2017

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Conselho Monetário Nacional, José Luis Oreiro, Metas de Inflação

A redução da meta de inflação para 2019 e 2020 exigirá uma política de juros mais altos, avaliam especialistas, pontuando que a larga difusão da indexação no Brasil impede trabalhar com parâmetros de preços mais baixos.

Após 14 anos com uma meta de 4,5%, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem estabelecer uma referência menor para a inflação: 4,25% para 2019 e 4,00% para 2020, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. Isso significa que, em 2019 por exemplo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) poderá acumular, em 12 meses até dezembro, alta entre 2,75% e 5,75%, sem que o Banco Central (BC) descumpra a meta.

Para o professor de economia da Universidade de Brasília (UNB) José Luiz da Costa Oreiro, esta decisão é “temerosa”, pois pode produzir juros reais muito altos os quais, por sua vez, geram apreciação do câmbio (valorização do da moeda nacional frente ao dólar) e recessão.

“A experiência brasileira com o regime de metas de inflação, implementado há 18 anos, mostra que a média do IPCA entre 1999 e 2016 sempre ficou em torno de 6,5%, afirma Oreiro. “Em 18 anos de história, as únicas vezes em que a inflação fechou o ano abaixo de 4,5% foi em 2006, 2007 e 2009. Nos dois primeiros anos, por conta de uma apreciação muito forte da taxa de câmbio e, em 2009, por conta dos efeitos da crise financeira internacional”, completa o professor da UNB, destacando que a expectativa de um IPCA abaixo de 4,5% para este ano se explica pelos impactos da recessão.

Indexação

Para Oreiro, ainda é muito complicado trabalhar, no Brasil, com parâmetros de inflação menores, enquanto a indexação de preços é bastante difundida na economia. “Não só não retiramos algumas indexações, como fomos incorporando outras ao longo do tempo”, diz ele, mencionando, por exemplo, a correção do salário mínimo pela inflação do ano anterior (ele também é reajustado pelo desempenho do Produto Interno Bruto, o PIB, de dois anos atrás).

Segundo o professor, sem resolver essas questões, quando chegarmos em 2020, por exemplo, o BC terá que pressionar a taxa básica de juros para cima (Selic) para alcançar uma inflação de 4,00%. “Caso isso aconteça, será realmente bem difícil ter juros baixos no Brasil”, critica Oreiro.

O professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA-USP), Simão David Silber, acrescenta que juros reais altos implicam em um câmbio mais baixo (dólar mais barato), o qual, por sua vez, retira a competitividade da indústria nacional. Silber considerou “inadequada” a decisão do CMN, pois, na sua avaliação, as questões que o Brasil precisa resolver hoje são: retomar o crescimento econômico, reduzir o desemprego e melhorar o quadro fiscal do setor público.

“O problema do Brasil daqui para a frente não é inflação. Pelo contrário, nosso IPCA está em 3,6% em 12 meses. O grande problema do País é que ele não está crescendo. Além disso, o câmbio está baixo e os juros, muito altos. Portanto, qualquer política monetária mais dura vai nos levar para a direção errada”, afirma Silber.

“Outro imbróglio do Brasil está na área fiscal, sendo que um dos componentes dele são as despesas financeiras, pressionadas por juros altos.”

Já o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Mauro Rochlin considera “acertada” a decisão do CMN, pois as novas metas estão ancoradas com as expectativas de mercado. Esta ancoragem se explica, para ele, pela perspectiva de demanda mais fraca e de “câmbio comportado” nos anos à frente.

“Nos próximos anos, ainda que ocorra uma recuperação da demanda, a indústria ainda será capaz de atendê-la, dada a sua alta capacidade ociosa”, diz ele. “Por outro lado, nossas reservas internacionais e balança comercial devem permitir uma estabilidade cambial.”

O CMN também definiu que as metas de inflação serão definidas com três anos de antecedência, e não mais nos dois anos anteriores. Para o presidente do BC, Ilan Goldfajn, isso trará diversos benefícios. O primeiro, segundo ele, está ligado ao planejamento da sociedade. “Alongar o horizonte permite balizar as expectativas de inflação em prazos mais longos”, disse Ilan. “Segundo, com expectativas ancoradas, a economia pode almejar ter juros de longo prazo mais baixos”, afirmou Goldfajn.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acrescentou que a equipe econômica trabalha com “o cenário colocado e não com hipóteses”. “Estamos cumprindo o nosso mandato, trabalhando com foco e vamos continuar a fazê-lo. Cabe ao presidente da República a nomeação dos seus ministros e, estando no cargo, todos estão fazendo o seu trabalho.”

Três perguntas para… (Correio Braziliense – 30/06/2017)

30 sexta-feira jun 2017

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André Perfeito, Conselho Monetário Nacional, José Luis Oreiro, Metas de Inflação

André Perfeito
Economista chefe da Gradual Investimentos

Foi correta a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de estabelecer metas de inflação menores do que a atual para os anos de 2019 e 2020?
Acho que foi acertada, porque foi uma mudança pequena, e as bandas de tolerância se mantêm. A minha sugestão é que o CMN seja mais ambicioso, que se estude no país uma medida de núcleo de inflação.

Que efeitos na economia podem se esperar dessa medida?
Se a meta de 2018 fosse alterada, o BC teria de subir ou manter os juros este ano, pois a política monetária de hoje tem efeitos para o ano que vem. Poderia haver ruído. Por isso a decisão foi acertada. E, a despeito de todo o deficit público, a questão fiscal não é um problema. Temos um IPCA podendo ficar abaixo de 3%, um IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) em zero e um IGP-M agora negativo.

Neste cenário, é possível ser otimista para a trajetória dos juros?
O BC precisa fazer um simpósio internacional para fazer estas discussões. A cesta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, tem coisas complicadas, como o peso dos alimentos. Aí acontece uma variação maior e o BC vai ter que subir a Selic? A elevação da Selic não vai fazer chover. Também precisamos discutir a indexação. Não faz sentido reajuste de aluguel ser medido pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado). O sistema de metas tem que ser modernizado. Os manuais de economia foram rasgados: os Estados Unidos injetaram US$ 3 trilhões na economia! O mundo mudou. Simples assim. Já temos Bitcoin.

 

José Luís Oreiro
Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília

Foi correta a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de estabelecer metas de inflação menores do que a atual para os anos de 2019 e 2020?
A média histórica da inflação no Brasil é de 6,5% desde 1999. Se atingimos essa média, é porque há algo estrutural na inflação da economia brasileira. Isso se deve à indexação dos preços e salários, o que foi reforçado com a vinculação do reajuste do salário mínimo aos preços. É um otimismo irresponsável (reduzir a meta).

Que efeitos na economia podem se esperar dessa medida?
O governo está atacando de forma errada o problema. Nós saímos de uma inflação de 11% para uma de 4% ao ano, mas isso aconteceu às custas de uma recessão exagerada, que está entrando no terceiro ano. É um conjunto de medidas políticas e econômicas que pode tornar a política monetária flexível, mas o governo está começando do final, decidindo quanto vai mostrar o termômetro sem ter medido a temperatura do doente.

Neste cenário, é possível ser otimista com a trajetória dos juros?
Neste ano, a inflação ficou abaixo da média histórica por causa da recessão e do choque positivo de alimentos. Não há garantia de novos choques. Por isso, foi mantida a meta para 2018. Em algum momento haverá a necessidade de alguma desvalorização no câmbio para manter a competitividade. Manter a meta neste ano foi a melhor decisão, para que o BC possa baixar os juros no curto prazo para enfrentar a crise. Mas, historicamente, há uma dificuldade enorme no Brasil de manter a inflação abaixo de 6%. Por isso, a meta de 4% para 2020 é um risco.

Inflação: meta pode diminuir (Correio Braziliense – 29/06/2017)

29 quinta-feira jun 2017

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Críticas a política econômica do Governo Temer, José Luis Oreiro, Metas de Inflação

Ainda não há consenso na equipe econômica sobre a redução da meta de inflação de 2019 em reunião, hoje, do Conselho Monetário Nacional (CMN). O grupo composto pelos titulares da Fazenda, do Planejamento e do Banco Central (BC) deve confirmar a meta de 2018, de 4,5%, e decidir sobre a do ano seguinte. A expectativa é de uma redução para 4,25% para a variação prevista do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem sinalizado a interlocutores. BC e Planejamento evitam comentar o assunto.

Em meio ao aumento das incertezas devido à piora no cenário político, que está dificultando o avanço das reformas no Congresso, Meirelles não pretende fazer uma mudança brusca na meta, mas tenta alinhar o objetivo com a perspectiva de inflação mais baixa em 2019, que atualmente está próxima de 4,25%. Todavia, se houver uma redução, mesmo que pequena, na meta inflacionária, o Banco Central corre o risco de não conseguir dar continuidade ao ciclo de redução da Selic (taxa básica de juros),atualmente, em 10,25% ao ano, de acordo com especialistas ouvidos pelo Correio.

Ex-diretor do Banco Central, o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, não vê espaço para a redução da meta. “O quadro fiscal está muito ruim. Esse é o ponto. O Brasil não é necessariamente parecido com outros países com metas de inflação de 2% ou 3% anuais. A inflação deste ano está baixa, mas temos inflexibilidades nominais que outros países não têm. E elas não permitem que o país conviva com uma inflação muito baixa. Para o CMN reduzir a meta central para 4%, o país teria que sofrer uma carga maior de recessão. E esse custo é muito alto”, disse Gomes.

Para ele, mesmo se a meta for reduzida para 4,25%, será um sinal de que os juros reais permanecerão altos por mais tempo que o necessário. “Reduzir a meta vai impedir a queda dos juros. O problema fiscal persiste e o cenário de desemprego elevado e rombo enorme nas contas públicas não permite essas redução. A prioridade do governo tem que ser tirar o país do buraco”, alertou. Na avaliação de Gomes, a inflação caiu fortemente agora porque o país ainda está em recessão e a boa safra agrícola provocou queda dos preços de alimentos. “O BC melhorou a comunicação com o mercado. Mas não precisa chegar ao exagero de baixar a meta agora, seria um risco para a credibilidade conquistada, já que a perna fiscal do tripé não ajuda”, completou.

Buraco

A economista Monica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, em Washington, destaca que haveria espaço para o corte da meta de inflação para 4% se houvesse certeza da aprovação da reforma da Previdência. “Não faz sentido reduzir a meta agora porque o governo não fez o ajuste fiscal que prometeu e as reformas não avançaram. A única medida de ajuste foi a emenda do teto de gastos, mas, na prática, ela não adianta nada se não houver a reforma da Previdência. A equipe econômica vendeu ilusões para o mercado e nada fez de concreto do que havia prometido. A redução da meta não faz sentido em um momento em que as contas públicas estão em desordem”, destacou.

O economista e professor da Universidade de Brasília José Luís Oreiro afirma que a redução da meta terá um efeito contrário ao pretendido. “A ancoragem das expectativas é um argumento fraco para diminuir a meta. Não é ela que ancora as expectativas, mas os resultados apresentados pelo governo. Ele precisa anunciar um objetivo alcançável pelo BC para o órgão não perder credibilidade”, disse.

Oreiro lembrou que, desde o início do regime de metas, em 1999, a inflação só ficou abaixo de 4,5% em três ocasiões: 2006, 2007 e 2009. “ Mais de 60% da economia é indexada, por isso o combate à inflação é difícil. E o governo só poderá mexer na meta quando fizer um verdadeiro processo de desindexação. Caso contrário, o custo será muito elevado. O que vivenciamos hoje é uma queda da inflação pela perda da atividade e do emprego. Se o governo quiser tocar uma agenda relevante, ele não deve mudar a meta, e sim a regra de reajuste do salário mínimo”, afirmou.

 

Meirelles: menos PIB e mais impostos

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, adiantou ontem que a economia vai crescer menos que o previsto em 2017, e admitiu que o governo poderá aumentar impostos para cumprir as metas fiscais deste ano e do próximo, que limitam o deficit das contas públicas federais a R$ 139 bilhões e R$ 129 bilhões, respectivamente. “Se for necessário aumentar impostos , vamos fazê-lo. O mais importante é assegurar o equilíbrio fiscal”, disse o ministro em São Paulo, adiantando que a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será revisada e ficará abaixo do 0,5% inicialmente estimado.

 

Franquias terão frente parlamentar

Com o objetivo de fortalecer o modelo de franquia empresarial (franchising), profissionais com atuação nas áreas do associativismo e cooperativismo, empresários e empreendedores no setor vão fazer hoje a assembleia geral de criação da Associação Brasileira de Franqueados (Asbraf) e, ao mesmo tempo, lançar a Frente Parlamentar de Apoio às Empresas Franqueadas, às 9h30, na Câmara dos Deputados. O movimento tem o objetivo de defender os ideais e objetivos econômico-sociais e o fortalecimento da competitividade do segmento, que emprega 1,192 milhão de pessoas e faturou, em 2016, R$ 152,1 bilhões, por meio de 142,6 mil unidades de 3.039 redes. Para 2017, o sistema de franquias deve crescer de 7% a 9% em faturamento.

Reduzir a Meta? (Correio Braziliense, 28/06/2017)

28 quarta-feira jun 2017

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Conselho Monetário Nacional, José Luis Oreiro, Metas de Inflação

A redução consistente da inflação acumulada nos últimos 12 meses desde o início do segundo semestre de 2016 tem levado vários analistas econômicos a propor uma alteração da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Desde o ano de 2005 que a meta de inflação é de 4,5% a.a., valor bastante superior a meta dos países desenvolvidos que adotam o regime de metas de inflação (2,2% a.a), como também dos países emergentes que adotam o mesmo regime (4% a.a).  O boletim Focus mais recente mostra que a mediana das expectativas dos economistas ouvidos pelo Banco Central para a variação do IPCA está em 3,71% para 2017 e 4,37% para o ano de 2018. Dessa forma, argumenta-se que existe um espaço para a redução da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na reunião a ser realizada no próximo dia 29 de junho. Informações de bastidores apontam que o CMN deverá reduzir a meta para 4,25% a.a a partir de 2019. Economistas ligados ao mercado financeiro vão mais além e advogam que a meta deveria ser reduzida para 4,0% a.a para consolidar um patamar de inflação consistentemente mais baixo. Argumenta-se que o custo de reduzir a meta de inflação em 0,5 p.p seria relativamente pequeno em termos de redução de crescimento, algo como 0.1 p.p depois de sete trimestres.

A teoria econômica e a evidência empírica mostram que não existe um dilema de longo-prazo entre inflação e crescimento, ou seja, que uma redução da taxa de inflação não produz efeitos permanentes  sobre a taxa de crescimento do PIB real. No curto e médio-prazo, contudo, todo processo desinflacionário está associado a um aumento da taxa de desemprego e a uma redução da taxa de crescimento devido a inércia inflacionária resultante da indexação de preços e salários a inflação passada. Essa regulariedade empírica se confirmou tragicamente no caso brasileiro recente no qual a redução da inflação de um patamar superior a 10% a.a em 2015 para um valor compatível com o centro da meta de inflação no primeiro semestre de 2017 foi seguida por uma redução sem precedentes do nível de atividade econômica, configurando a maior recessão da história do Brasil. Esse fato mostra que no Brasil a inflação é extremamente resistente a queda, o que exige doses cavalares de queda do nível de atividade econômica ou uma forte apreciação da taxa de câmbio, com reflexos altamente negativos sobre a competitividade da indústria de transformação.

O comportamento recente da taxa de inflação reflete um estado de quase depressão do nível de atividade econômica que não pode (não deve) perdurar para sempre. Em algum momento ao longo dos próximos meses a atividade econômica, estimulada pelo relaxamento – lento, mas contínuo – da política monetária, deverá iniciar um processo de recuperação gradual, eliminando assim o viés de queda dos índices de inflação. O histórico do regime de metas de inflação no Brasil, por sua vez, não dá muita margem para sermos otimistas quanto à viabilidade de uma meta de inflação de 4,0% a.a. Com efeito, a variação do IPCA acumulada nos últimos 12 meses no período compreendido entre março de 1999 e março de 2015 foi de 6,52% a.a. No segundo mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso, período no qual o regime de metas de inflação foi instituído, a inflação média foi de 7,03% a.a. Durante os dois mandatos do Presidente Lula a inflação média foi de 6,39% a.a; ao passo que no primeiro mandato da Presidente Dilma a média foi de 6,19% a.a. O histórico da economia brasileira mostra uma dificuldade muito clara em manter a taxa de inflação abaixo de 6% a.a, exceto em períodos nos quais a taxa de câmbio se apreciou de forma muito violenta – como em 2006 – ou no qual o nível de atividade apresentou uma queda muito acentuada – como na crise de 2009 e mais recentemente na grande recessão de 2015-2017.

Nesse contexto, a política monetária deve estar focada na recuperação do nível de atividade econômica, deixando-se para um momento mais oportuno a discussão sobre a redução da meta de inflação.

 

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