Autor(es): ROSANA HESSEL |
Correio Braziliense – 30/08/2012 |
O forte aumento das despesas com a máquina pública e as constantes desonerações de impostos estão comprometendo o ajuste fiscal do governo. Apesar de, em julho, a economia para o pagamento de juros da dívida ter alcançado R$ 3,9 bilhões (saldo 258% maior do que no mês anterior), no acumulado dos sete primeiros meses do ano, o superavit primário encolheu 22,9% ante o mesmo período de 2011, totalizando R$ 51,9 bilhões. “A situação está se complicando. Mantida a atual trajetória das contas públicas, com descompasso entre as receitas e as despesas, o governo não conseguirá cumprir a meta cheia de superavit, de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto)”, disse Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria. Não sem razão. Enquanto a arrecadação aumentou 7% entre janeiro e julho, as despesas deram um salto de 12%. O que mais assusta é o fato de o ritmo dos investimentos em infraestrutura estar perdendo força e o dos gastos com a burocracia, ganhando. Na avaliação do professor José Luís Oreiro, da Universidade de Brasília (UnB), ainda não há sinais de descontrole. “Do ponto de vista de solvência das contas públicas, não vejo problema. Por enquanto. O que me preocupa é a composição das despesas. Está sobrando muito pouco para investimentos essenciais para a melhora da infraestrutura do país”, afirmou. “A boa notícia foi a decisão da presidente Dilma Rousseff de barrar aumentos exagerados para o funcionalismo público”, acrescentou. Para o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, tudo está dentro das previsões. Ele acredita que, com a recuperação da atividade daqui por diante, as receitas vão aumentar e ficará mais fácil para o governo cumprir a meta de superavit primário. “Os resultados das medidas anticíclicas (de desoneração) que foram tomadas estão começando a ser sentidos na economia e, portanto, os números estarão melhores no próximo ano”, garantiu. » Confiança A economia de R$ 51,9 bilhões para o pagamento de juros nos sete primeiros meses do ano correspondeu a 2,06% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do governo. Até junho, essa relação estava em 2,86%. Apesar da desaceleração, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, assegurou que a “meta de superavit (de 3,1% do PIB) será cumprida”, mesmo com a fragilidade da economia e da queda na arrecadação. |
Superavit 23% menor (Correio Braziliense, 30-08-2012)
01 sábado set 2012
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