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José Luis Oreiro

~ Economia, Opinião e Atualidades

José Luis Oreiro

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Resenha do livro “Macroeconomia do Desenvolvimento: uma perspectiva keynesiana”

22 quinta-feira fev 2018

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Macroeconomia do desenvolvimento

O professor Fabrício Missio da UFMG publicou no último número da revista Economia e Sociedade da Unicamp uma excelente resenha do meu livro “Macroeconomia do Desenvolvimento: uma perspectiva Keynesiana”.

Os interessados poderão acessar a resenha no link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-06182017000300817&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

Resenha do Livro “Macroeoconomia do Desenvolvimento: Uma Perspectiva Pós-Keynesiana” (Cadernos do Desenvolvimento, Vol.11, n.19, Dezembro de 2016)

08 domingo jan 2017

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Cadernos do Desenvolvimento, José Luis Oreiro, Macroeconomia do desenvolvimento

Por Guilherme Jonas Costa da Silva (Professor Adjunto do IE-UFU)

Link: http://www.cadernosdodesenvolvimento.org.br/ojs-2.4.8/index.php/cdes/article/view/14

O Prof. Jose Luís Oreiro é um economista dos mais talentosos e produtivos da sua geração. Eu tive prazer de conhecê-lo na Universidade Federal do Paraná, como professor de macroeconomia e orientador da minha dissertação de mestrado. Na oportunidade, eu tive contato com algumas das teorias organizadas nesse livro e suas contribuições para esse debate, que foram fruto do trabalho desenvolvido em parceria com vários co-autores, alunos e professores.

 

O livro escrito pelo Prof. Jose Luís Oreiro apresenta o debate em torno da macroeconomia do desenvolvimento numa perspectiva pós-keynesiana, que é um dos mais férteis da atualidade. Em particular, o livro organiza o debate e apresenta o estado da arte, fundamental para aqueles que desejam aprender um pouco mais da teoria pós-keynesiana do crescimento.

 

Como afirma o Professor Fernando Cardim no preâmbulo, o livro é “uma peça fundamental na consolidação de um novo paradigma, já que permite a divulgação dos resultados já obtidos de forma consistente, para que futuros pesquisadores entendam a coerência do programa de pesquisa e seus interesses dentro deste”.

 

Esse livro é particularmente interessante porque o autor vai além manual, já que mostra à teoria e sua aplicação às economias em desenvolvimento, com especial atenção a economia brasileira.

 

As principais contribuições do livro estão relacionadas à discussão sobre a relação entre ciclo e tendência de longo prazo e o papel do regime ideal de política macroeconômica para o crescimento econômico. Para os pós-keynesianos, a política macroeconômica desempenha um papel importante na determinação da tendência de crescimento das economias capitalistas no longo prazo, em função do fenômeno da “dependência de trajetória”.

 

A teoria keynesiana afirma que o crescimento é induzido pelas condições de demanda prevalecentes na economia, já que as flutuações cíclicas e a tendência de longo prazo são afetadas pelas condições de demanda prevalecentes na economia.

 

Essa questão é central, já que a macroeconomia do desenvolvimento é o esforço no sentido de integrar a nível teórico o “ciclo e a tendência”, com objetivo de:

 

“analisar o impacto da condução da política macroeconômica e, mais especificamente, do regime de política macroeconômica sobre a trajetória de crescimento de longo prazo das economias desenvolvidas e em desenvolvimento.” (Oreiro, 2016, p. 14)

 

Assim, nota-se que as políticas monetária, fiscal, cambial e salarial, na perspectiva pós-keynesiana, afetam sobremaneira o crescimento do produto de uma economia, o que torna inaceitável a divisão tradicional da macroeconomia entre “curto prazo”, no qual as questões relacionadas à demanda agregada são relevantes, e “longo prazo”, onde essas questões não possuem relevância alguma.” (Dutt e Ros, 2007, p.97 apud Oreiro, 2016, p142)

 

Essa proposta pós-keynesiana contraria os argumentos de alguns ortodoxos, já que estes defendem, principalmente, a necessidade de adotar políticas do “lado da oferta da economia” com vistas a estimular o dinamismo da produtividade total dos fatores de produção. Evidentemente, os economistas da tradição keynesiana não compram essa ideia, porque acreditam que o longo prazo é apenas uma sucessão de curtos prazos.

 

O argumento pós-keynesiano diz que a adoção de um modelo export-led exige:

 

“a implantação de um regime de politica macroeconômica capaz de conciliar a obtenção de uma taxa de inflação relativamente baixa e estável, com uma taxa real de câmbio competitiva e estável ao longo do tempo, uma taxa real de juros inferior à taxa de retorno do capital, um déficit público como proporção do PIB próximo a zero e um crescimento dos salários reais próximo ao ritmo de crescimento da produtividade”. (Oreiro, 2016, p. 143)

 

Nesse contexto,

 

“a expansão acelerada da demanda agregada num contexto de juros reais baixos e estáveis induz os empresários a realizar grandes investimentos na ampliação e modernização da capacidade produtiva, permitindo assim que a oferta agregada se ajuste ao ritmo de expansão da demanda agregada, o que contribui para manter a inflação sob controle.” (Oreiro, 2016, p. 143)

 

No fundo, o desenvolvimento desigual prevalecente entre os países capitalistas desenvolvidos e em desenvolvimento, é a questão central explorada no livro, que pode ser superada através da compreensão do regime de política macroeconômica ideal, já que esse torna possível melhorar o nível de renda das nações de desenvolvimento médio.

 

Em economias abertas às exportações são o motor do crescimento econômico de longo prazo, uma vez que o investimento e progresso técnico se ajustam ao crescimento esperado da demanda. A população e a forca de trabalho não são um problema, uma vez que a escassez de forca de trabalho pode ser sanada, principalmente, por intermédio da imigração de trabalhadores de países estrangeiros. Com efeito, a taxa de crescimento das exportações é a variável exógena por excelência, de modo que, para a teoria pós-keynesiana, o crescimento de longo prazo deve ser puxado pelas exportações. Assim, as diferenças nos níveis de renda per capita entre os países refletem as diferenças no dinamismo exportador.

 

O dinamismo do setor exportador esta relacionado a dois fatores: o grau de especialização produtiva e o conteúdo tecnológico das exportações. O primeiro depende criticamente da taxa real de câmbio, já que uma taxa mais apreciada do que a taxa de câmbio industrial, o processo de desindustrialização pode acontecer, reduzindo a elasticidade-renda das exportações. O segundo fator depende do hiato tecnológico, que afeta fortemente a elasticidade renda das exportações.

 

Os policy makers devem assegurar que não haja um descolamento entre a taxa de câmbio real de equilíbrio industrial e a taxa de câmbio de equilíbrio em conta corrente, o que tornará esta última mais apreciada do que a primeira, fenômeno conhecido como doença holandesa. Dessa forma, a taxa de câmbio real irá se apreciar, dando origem a uma mudança estrutural perversa na economia, com a desindustrialização e a reprimarização da pauta exportadora, comprometendo a razão das elasticidades-renda das exportações e importações, tal como definidas pela “Lei de Thirlwall”. Assim, a restrição ao crescimento de longo prazo tem sua origem nessa tendência à sobrevalorização da taxa de câmbio.

 

Para os pós-keynesianos, um regime de política macroeconômica ideal pode ser sintetizado da seguinte forma:

 

  • No que se refere à politica fiscal, o seu papel deve ser limitado a compatibilizar a manutenção da relação Dívida/PIB com a estabilização do nível de atividade econômica;

 

  • A política salarial deve ser compatível com a estabilidade da distribuição funcional da renda no longo prazo. Com efeito, a taxa de crescimento salarial não deve ser diferente da taxa de crescimento da produtividade do trabalho ao longo do tempo;

 

  • O regime de crescimento do tipo export-led depende criticamente da capacidade da política cambial de gerar uma taxa real de câmbio competitiva a médio e longo prazos. Para tanto, esta deve evitar que a ampliação dos fluxos de capitais externos imponha uma tendência à apreciação da taxa real de cambio, pode comprometer a competividade das exportações e iniciar (ou aprofundar) o processo de desindustrialização;

 

  • O papel da política monetária será manter a estabilidade da taxa de inflação e a suavização das flutuações da taxa de crescimento em torno da meta de crescimento de longo prazo, mantendo uma taxa real de juros relativamente baixa na comparação internacional.

 

A condução da política econômica conforme preconizado pela teoria pós-keynesiana, pode conduzir o país a uma trajetória sustentável de crescimento no longo prazo. Assim, deve-se evitar que os ciclos políticos interfiram no rumo desejado para o regime ideal de politica econômica.

 

Mais uma grande contribuição do livro, raramente encontrada em manuais, é a aplicação da teoria a realidade de uma economia. O debate em torno dos regimes de política macroeconômica no Brasil é apresentado de uma forma muito didática, desde o tripé macroeconômico até a nova matriz macroeconômica do governo Dilma Rousseff, destacando sempre os erros e acertos de cada regime para que o leitor acompanhe o raciocínio proposto, que mostra a factibilidade do modelo export-led de crescimento. Assim, esse livro também será muito útil nas disciplinas de economia brasileira contemporânea, porque são verdadeiras aulas de economia brasileira.

 

O tripé macroeconômico, amplamente conhecido, prevalecente de 1999 a 2005 era constituído de uma metas de inflação, manutenção de superávit primário e flutuação relativamente livre da taxa de câmbio, teve como principal objetivo a estabilidade da taxa de inflação. O crescimento econômico no período em questão não agradou, quando comparado ao período anterior, resultado das taxas de juros elevadas e da redução da taxa de investimento.

 

Ciente disso, o governo brasileiro, em 2006, flexibilizou esse tripé com a redução do superávit, a eliminação das metas de inflação declinantes e o acúmulo de reservas internacionais. Na época, a taxa de câmbio passou a ser administrada por intermédio das reservas internacionais e o governo implantou a politica de reajuste do salário mínimo.

 

Conforme Thirlwall (2005), uma política de crescimento conduzida pelos gastos não é sustentável, já que aumentam no médio prazo os problemas relacionados ao balanço de pagamentos. No curto prazo, concordo que o crescimento econômico melhorou bastante, quase dobrando no período 2006 a 2008 quando comparado ao período de 1999-2005.

 

Nesse contexto, torna-se evidente o descolamento das políticas monetária, fiscal, salarial e cambial tornaram os objetivos de aceleração do crescimento, controle da inflação e estabilidade da taxa de câmbio inconsistentes entre si. A manutenção de taxas de juros elevadas contribuiu para a apreciação da taxa real de câmbio, que contribuiu para o controle da inflação no período, mas comprometeu o saldo comercial e a conta de transações correntes.

 

Em 2008, com o aprofundamento da crise financeira internacional, a economia brasileira implementou um modelo de desenvolvimento voltado para dentro, com a redução dos impostos e ampliação os gastos, a forte expansão do credito bancário e o aumento do salario mínimo. O governo brasileiro apostava que essas politicas estimulariam os investimentos por parte dos empresários, permitindo um aumento simultâneo da capacidade produtiva e da produtividade do trabalho. A ideia era possibilitar um elevado crescimento do produto e dos salários, com a inflação controlada. Entretanto, segundo o autor:

 

“Esse regime gerou um trade off entre competitividade externa e estabilidade da inflação. Assim, esse regime pode ser caracterizado como “desenvolvimento inconsistente”. (Oreiro, 2016, p.198).

 

No final de 2011 e início de 2012, o país teve a oportunidade de resolver o dilema. Nesse momento, a economia brasileira implantou a chamada “nova matriz macroeconômica”, que iniciou um longo ciclo de redução da taxa básica de juros e a desvalorização gradual da taxa de câmbio. Contudo, a nova matriz não logrou êxito por dois motivos: i) a desvalorização não foi suficientemente forte para eliminar a sobrevalorização da taxa de câmbio real; e ii) a taxa de real de juros permanecia em patamares elevados. (Oreiro, 2016, p.199-200).

 

Do exposto, a analise apresentada no livro demonstrou que os regimes de política econômica prevalecentes no Brasil pós metas de inflação não foram compatíveis com o regime de crescimento do tipo export-led, o que comprometeu o potencial de crescimento da economia brasileira na maior parte do período em consideração. Assim, o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff se inicia com um processo estagnação, um forte desequilíbrio fiscal e grandes desafios para a condução da politica economia.

 

Na minha opinião, este livro será considerado rapidamente uma referência para as disciplinas de macroeconomia do desenvolvimento e economia brasileira contemporânea, pelo pioneirismo na organização do debate, bem como pelas diversas contribuições e aplicações apresentadas, que apontam os caminhos já trilhados pelos economistas e os debates que devem ser enfrentados nos próximos anos.

Professor Guilherme Jonas Costa da Silva

Universidade Federal de Uberlândia

Como encarar o novo desenvolvimentismo (Blog do João Villaverde, o Estadão, 27/07/2016)

27 quarta-feira jul 2016

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Macroeconomia do desenvolvimento, novo-desenvolvimentismo

Há uma nova corrente de pensamento econômico se formando e, embora o nome lembre o leitor da política adotada por Dilma, as semelhanças acabam aí.

A presidente afastada Dilma Rousseff é formada em economia e, como candidata presidencial, declarou na pré-campanha de 2010 que, caso vencesse, sua política econômica seria desenvolvimentista. Dilma venceu, assumiu em 2011, e deu ainda mais poder ao grupo de economistas que desde o segundo mandato de Lula ocupavam cargos estratégicos, como os comandos do Ministério da Fazenda, do Tesouro Nacional e do BNDES. Dito e feito, o governo Dilma apertou o pé no acelerador e sua estratégia chegou a ganhar o nome de “Nova Matriz Econômica”.

Dilma foi reeleita em 2014, mas ela própria se convenceu de que sua estratégia dera errado. Logo no primeiro mês de seu segundo mandato, com a política econômica sob nova direção (então de Joaquim Levy), a presidente autorizou uma guinada de 360 graus nas coisas. Em meio às diversas crises na economia e na política, o segundo mandato praticamente não avançou. Na passagem de 2015 para 2016, Dilma mudou de ideia novamente, sacou Levy e passou a defender uma política econômica distinta, mais próxima daquela praticada até 2014. Não engatou: ela foi afastada da Presidência em meados de maio e, desde então, governa seu vice, Michel Temer, como presidente interino.

Temer colocou no comando econômico nomes muito associados a escola de Levy, isto é, economistas e técnicos que tiveram força durante o segundo mandato de FHC (1999-2002) e o primeiro de Lula (2003-2006). Dadas as circunstâncias parece inevitável um retorno ao que se convencionou chamar de política econômica do “tripé”, criada por FHC após acordo com o FMI no início de 1999 e mantida e ampliada por Lula em 2003.

Há, no entanto, um grupo de economistas que defende uma nova política econômica, diferente de tudo o que foi feito desde 1999. Este grupo pertence a diferentes universidades brasileiras, mas cuja liderança é exercida por Luiz Carlos Bresser-Pereira e Nelson Marconi, da FGV-SP, e por José Luís Oreiro, da UFRJ. Segundo eles, o governo – qualquer que seja ele – deveria apostar num conjunto de medidas macroeconômicas que teriam como objetivo maior o crescimento econômico. Este é o eixo de sua teoria, chamada de “novo-desenvolvimentismo”. O primeiro workshop do grupo foi realizado na sede da FGV em São Paulo no início dessa semana.

A principal missão do grupo, de partida, é garantir que o “novo-desenvolvimentismo” não seja confundido no imaginário coletivo com a experiência recente da “nova matriz econômica” de Dilma.

O que aconteceu sob Dilma foi um retorno ao antigo desenvolvimentismo, ou desenvolvimentismo clássico, segundo Bresser. Esse arcabouço vêm da combinação dos escritos do brasileiro Celso Furtado, do argentino Raul Prebisch e do estoniano Ragnar Nurkse. De modo geral, esses economistas defendiam que países de renda média deveriam acelerar sua industrialização para se aproximar dos países ricos e, para isso, o principal canal era o protecionismo: barreiras aos importados deveriam ser levantadas para que a substituição de importações se completasse. Foi uma forma de equilibrar os excessos da política econômica aplicada desde 2007 (sob Lula), calcada no aumento do consumo das famílias com saltos nos salários e nas transferências diretas de renda. O aumento de consumo pressionou muito a indústria, incapaz de competir com os bens manufaturados chineses. Com a valorização do real no mesmo período (lembre-se, leitor, que o dólar chegou a bater R$ 1,56 entre 2010 e 2011…), a importação ficou muito barata, ao mesmo tempo em que os salários eram valorizados em termos reais. No livro recém-lançado por Oreiro, Macroeconomia do Desenvolvimento (Editora LTC, 2016), essas duas estratégias recebem os nomes de “tripé flexibilizado” ou “desenvolvimentismo inconsistente”, que vigorou no segundo mandato de Lula, e depois de “nova matriz econômica”, no primeiro mandato de Dilma.

Agora, sob a presidência interina de Temer, com a política econômica sob o comando do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o governo parece caminhar para um retorno ao “tripé macroeconômico”. Ao menos na retórica e no discurso, os sinais são esses. Esse modelo, instituído por FHC e mantido por Lula em seu primeiro mandato, tem como objetivo a estabilização da economia, com a taxa de câmbio determinada pelo mercado, sendo o governo responsável pelo cumprimento das metas de inflação e pela redução da dívida pública por meio da economia de gastos públicos.

O novo desenvolvimentismo está baseado em algo distinto.

indústria

Segundo os escritos de Bresser e, principalmente, o livro lançado nesta semana pelo trio (Bresser, Marconi e Oreiro), essa teoria sustenta-se nas exportações de produtos manufaturados. Isso seria capaz de induzir o aumento da acumulação de capital das empresas e o progresso tecnológico na economia como um todo. A adoção do novo-desenvolvimentismo necessita de uma política cambial ativa: o preço da moeda brasileira não pode ser definido pelo mercado, mas pelo governo. O esforço deve ser em manter a taxa de câmbio real num patamar competitivo no médio e longo prazo, de forma a permitir não só que a indústria nacional possa competir internamente, mas, em primeiro lugar, que ela possa competir no exterior, atraindo dólares ao Brasil por meio das exportações. Para tanto, a política cambial tem de estar diretamente associada a uma política fiscal responsável, que elimine o (crescente) déficit do País, sem com isso estrangular os investimentos públicos, como, segundo os autores, ocorria na estratégia do “tripé macroeconômico”.

Por fim, Bresser, Oreiro e Nelson Marconi defendem a adoção de uma política salarial nova, em que o aumento real dos salários na economia esteja vinculado não ao desempenho do PIB, como ocorre no Brasil desde 2006, mas ao crescimento da produtividade do trabalho. A própria desvalorização cambial produziria, no curto prazo, uma perda real nos salários. Segundo os cálculos apresentados por Bresser na segunda-feira, o dólar que hoje está cotado a R$ 3,30 teria de estar a R$ 3,60 para equilibrar a conta corrente brasileira e a R$ 3,80 para que fosse considerada uma “taxa de câmbio de equilíbrio industrial”. Segundo o trabalho de Marconi, as margens de lucro da indústria manufatureira brasileira estão achatadas e/ou declinantes, em praticamente todos os setores, há mais de uma década.

Novamente, o grande luta que os economistas que defendem o novo desenvolvimentismo está, no curto prazo, em desvincular suas propostas daquelas aplicadas durante o primeiro mandato de Dilma. Naquele momento, a defesa da indústria também ganhou o primeiro plano, quando o governo passou a atuar mais fortemente na cotação do dólar e a política industrial foi calcada no aumento do imposto de importação para proteger segmentos industriais. “Política industrial é importante, mas principalmente para a indústria infante. Quando ela já está instalada, a política acaba virando protecionismo, atrasando ganhos de produtividade”, disse Bresser.

“Apesar da retórica oficial do governo, o regime de política macroeconômica adotado pós-2008 tem muito pouco a ver com o modelo ‘novo desenvolvimentista’. Isso porque, em primeiro lugar, o novo regime de política macroeconômica permitiu um aumento considerável dos gastos primários do governo federal como proporção do PIB”, escreveu Oreiro.

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O livro do trio Bresser, Marconi e Oreiro, lançado nesta semana, chama-se Macroeconomia Desenvolvimentista – Teoria e Política Econômica do Novo Desenvolvimentismo (Elsevier, 2016).

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A batalha sobre o futuro da política econômica vai começar, efetivamente, após o julgamento definitivo do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado. A votação deve ocorrer dentro de um mês, no fim de agosto. Somente então que uma nova política econômica começará a ser adotada. Caso se confirme a previsão de afastamento definitivo de Dilma, o governo Temer deixará de ser interino e passará a ser oficial: Meirelles, então, terá ainda mais liberdade para exercer o comando da economia. Caso o jogo político mude radicalmente nos próximos 30 dias e Dilma volte, a incógnita é maior: ela optará pela “nova matriz” que ela tocou de 2011 a 2014 ou pela tentativa de retorno ao “tripé” encenada por Levy em 2015, ou, ainda, por um meio do caminho, como o que foi tentado por Nelson Barbosa nos primeiros cinco meses de 2016?

Independentemente disso, a dura crise na economia brasileira não terminará tão cedo.

A Taxa de Câmbio Real e a Semi-Estagnação da Economia Brasileira (Jornal dos Economistas, Corecon-RJ, Outubro de 2013)

30 quarta-feira out 2013

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Macroeconomia do desenvolvimento, Semi-estagnação da

José Luis Oreiro*

Recentemente a taxa de câmbio voltou ao centro do debate econômico brasileiro em função da desvalorização nominal decorrente da expectativa de término ou, pelo menos, a redução dos programas de estímulo monetário – o assim chamado Quantitative Easing 3 – por parte do Federal Reserve. Com efeito, conforme verificamos na figura 1 abaixo, a taxa de juros das T notes de 10 anos começam a aumentar a partir de abril de 2013 em função da expectativa de “normalização” da política monetária por parte do Federal Reserve. Simultaneamente a esse movimento, observa-se no Brasil uma depreciação da taxa de câmbio nominal, a qual passa de R$ 2,00 por dólar no final de abril para cerca de R$ 2,37 no final de agosto do corrente ano, uma depreciação de 18,52% em quatro meses.

Fonte: IPEADATA. Elaboração do autor. Os valores medidos no eixo vertical esquerdo referem-se a taxa de câmbio nominal, ao passo que os valores medidos no eixo vertical direito referem-se a taxa de juros das T notes de 10 anos.

Embora nas últimas semanas a taxa de câmbio nominal tenha voltado a se apreciar, situando-se no momento em que escrevo este artigo em torno de R$ 2,20; é pouco provável que a mesma retorne aos níveis prevalecentes no início de 2013. Nesse contexto, cabe perguntar quais os prováveis efeitos da desvalorização da taxa nominal de câmbio sobre a economia brasileira. Em particular, será que o atual patamar da taxa de câmbio permitirá a recuperação da competitividade da economia brasileira, alavancando assim um maior dinamismo do setor industrial e, portanto, um ritmo mais robusto de crescimento econômico[1]?

Para analisar o impacto da depreciação do câmbio nominal sobre a competitividade da indústria brasileira precisamos olhar para o efeito da mesma sobre a taxa real efetiva de câmbio para as exportações de manufaturados[2]. Essa série pode ser visualizada na figura 2 abaixo. Conforme podemos constatar na figura 2, a taxa real efetiva de câmbio apresenta uma nítida tendência a apreciação no período compreendido entre janeiro de 2003 a Junho de 2008. Em função do impacto da crise financeira internacional, detonada a partir da falência do Lehman Brothers em setembro de 2008, a taxa real efetiva de câmbio sobre uma rápida depreciação, a qual, contudo, é revertida no início de 2009. Findos os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira  observa-se uma tendência a estabilidade da taxa real efetiva de câmbio até agosto de 2011, quando a mesma começa um processo de depreciação, atingindo em agosto de 2013 um patamar próximo ao prevalecente em meados de 2005.

 

 

Fonte: IPEADATA. Elaboração do autor.

 

O retorno da taxa real efetiva de câmbio aos níveis prevalecentes em meados de 2005 significa que a indústria brasileira de transformação irá recuperar o seu dinamismo? A primeira vista a resposta seria sim, haja vista que no período em que a taxa real efetiva de câmbio estava mais depreciada, a indústria de transformação era mais dinâmica. De fato, entre janeiro de 2003 e agosto de 2008, segundo dados do IPEADATA reproduzidos na Figura 3 abaixo, a produção física da indústria de transformação cresceu 28,71%; ao passo que no período compreendido entre março de 2010 e agosto de 2013 a produção física da indústria de transformação ficou quase estagnada, apresentando uma ligeira queda de 2,75%.

 

 

Fonte: IPEADATA. Elaboração do autor.

Uma análise mais cuidadosa, contudo, nos leva a ser mais pessimistas a respeito do impacto da depreciação recente da taxa nominal de câmbio sobre as perspectivas de expansão da produção da indústria de transformação. Conforme podemos observar nas figuras 2 e 3, a depreciação da taxa real efetiva de câmbio, ocorrida a partir de janeiro de 2012, não teve nenhum efeito perceptível sobre a tendência da produção física da indústria de transformação, a qual continua oscilando em torno de um patamar estacionário.  Isso significa que a depreciação da taxa real de câmbio ocorrida até o momento não foi suficientemente grande para recuperar a competitividade da indústria brasileira.

Essa constatação fica mais clara quando olhamos para o comportamento da relação taxa real efetiva de câmbio/salário[3], apresentada na figura 4 abaixo, a qual é um indicador da rentabilidade das exportações da indústria de transformação.

 

Fonte: IPEADATA. Elaboração do autor.

 

Conforme podemos visualizar na figura 4 acima, entre janeiro de 2003 e julho de 2013 a taxa real efetiva de câmbio deflacionada pelo salário nominal apresentou uma apreciação de incríveis 65,67%. Isso significa que, em primeiro lugar, a depreciação recente da taxa nominal de câmbio não teve qualquer efeito perceptível sobre a relação em consideração, indicando, assim, que a competitividade da indústria de transformação permanece inalterada. Em segundo lugar, mas não menos importante, a perda de competitividade da indústria de transformação não se deve apenas a tendência a apreciação da taxa de câmbio verificada desde 2003, mas também ao crescimento dos salários num ritmo acima da produtividade do trabalho que se verificou nesse mesmo período.

Qual deveria ser o nível da taxa real efetiva de câmbio para restabelecer a competitividade da indústria brasileira de transformação? Para responder a essa pergunta, vamos assumir que a relação câmbio real efetiva/salário prevalecente em meados de 2005[4] seja adequada para restabelecer a competitividade da indústria, uma vez que, entre 2004 e 2007, a produção física da indústria de transformação se expandia a taxas mais robustas.  Em maio de 2005, a relação câmbio real efetivo/salário era igual a 101,99. Em junho de 2013, a taxa real efetiva de câmbio e a relação taxa real efetiva de câmbio/salário eram, respectivamente, 97,26 e 52,91. Dessa forma, por uma regra de três simples, a taxa real efetiva de câmbio compatível com o valor da relação taxa real efetiva de câmbio/salário prevalecente em maio de 2005 deve ser de 187,47. Como o valor observado da taxa real efetiva de câmbio em junho de 2013 é igual a 97,26, isso significa que a taxa real efetiva de câmbio ainda apresenta uma sobre-valorização de 48,12% !

Esse exercício, embora simples, aponta para o fato de que a depreciação recente da taxa nominal de câmbio é muito inferior a requerida para recuperar a competividade da indústria de transformação, condição sine qua non para a obtenção de taxas de crescimento mais robustas para o PIB real. Daqui se segue que enquanto o governo não operar uma mudança profunda na matriz macroeconômica[5], a qual permita a obtenção de uma taxa de câmbio mais competitiva ao mesmo tempo em que mantem a taxa de inflação em patamares baixos e estáveis, a economia brasileira estará condenada a obter taxas medíocres de crescimento.

 

Referências.

Oreiro, J.L. (2013). “A Macroeconomia da Estagnação com Pleno-Emprego no Brasil”. Revista de Conjuntura, Corecon/DF, Ano XII, N.50.

Oreiro, J.L (2012). “Novo-Desenvolvimentismo, Crescimento Econômico e Regimes de Política Macroeconômica”. Estudos Avançados, Vol. 26, N.75.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


* Professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pesquisador Nível IB do CNPq, Líder do Grupo de Pesquisa Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento e Presidente da Associação Keynesiana Brasileira. E-mail: jlcoreiro@terra.com.br. Página pessoal: www.joseluisoreiro.com.br.

[1] A respeito da relação entre a sobre-valorização cambial, perda de competitividade e semi-estagnação da economia brasileira ver Oreiro (2013).

[2] Essa série é calculada pelo IPEA e consiste numa medida da competitividade das exportações brasileiras calculada pela média ponderada do índice de paridade do poder de compra dos 16 maiores parceiros comerciais do Brasil. A paridade do poder de compra é definida pelo quociente entre a taxa de câmbio nominal (em R$/unidade de moeda estrangeira) e a relação entre o Índice de Preços por Atacado (IPA) do país em consideração e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE) do Brasil. As ponderações utilizadas são as participações de cada parceiro no total das exportações brasileiras de manufaturados em 2001.

[3] Índice calculado a partir dos salários médios nominais (FIESP), taxa de câmbio real (R$) / dólar americano (US$) – média mensal – venda (Banco Central), taxas de câmbio de 16 países selecionados / dólar americano (US$) – média mensal (FMI) e da ponderação de 16 países selecionados na pauta de exportações brasileiras (Secex).

[4] Para fins do exercício aqui proposto vamos tomar maio de 2005 como referência.

[5] A esse respeito ver Oreiro (2012).

Propostas para fazer do crescimento uma certeza (Valor Econômico, 04/06/2013)

04 terça-feira jun 2013

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Macroeconomia do desenvolvimento, novo-desenvolvimentismo, Teoria Keynesiana-Estruturalista

Por Cyro Andrade | De São  Paulo

Política e economia começam a confluir para um só campo de observação e  movimentos. A aproximação do ano eleitoral, com sua carga de indagações sobre o  futuro aumentada pela antecipação da campanha presidencial, explica incertezas e  ansiedades. A depender dos novo-desenvolvimentistas – economistas acadêmicos de  formação heterodoxa não marxista, líderes industriais e políticos do governo e  da oposição – uma agenda para o Brasil, capaz de tranquilizar espíritos hoje  tomados pela inquietação, poderia inspirar-se no que chamam de “macroeconomia  estruturalista do desenvolvimento”. As soluções estão ali, para agora e para o  futuro. O livro “Macroeconomia do Desenvolvimento” oferece uma visão ampla e  detalhada do que é essa estratégia de desenvolvimento, “uma espécie de síntese  entre a macroeconomia keynesiana e a teoria estruturalista do desenvolvimento”,  como explica José Luís Oreiro, professor da Universidade de Brasília e da  Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos organizadores do livro.

Parte fundamental dessa estratégia está no fortalecimento da indústria, em  contraposição ao que seria uma espécie de “reprimarização” da economia  brasileira. É preciso reverter o processo de “desindustrialização” – processo  que economistas de outras tendências, ditas ortodoxas, também enxergam.  Divergem, porém, dos novo-desenvolvimentistas, que veem a redução da  participação da indústria no PIB como efeito da apreciação cambial causada pela  abertura da conta de capital do balanço de pagamentos e pela “doença holandesa”.  “Trata-se, portanto”, segundo Oreiro, “de um processo que resulta de um modelo  de política macroeconômica que privilegia o setor financeiro e o setor  primário-exportador”.

 

Um dos pressupostos da macroeconomia estruturalista do desenvolvimento, que  fundamenta o novo-desenvolvimentismo, é que existe uma relação de causalidade do  crescimento do setor industrial para o crescimento da economia como um todo em  função do fato de que a indústria não é um setor como outro qualquer, mas  apresenta certas características estruturais que fazem dela a fonte dos retornos  crescentes de escala, essenciais para o crescimento de longo prazo.

“A indústria brasileira, após uma recuperação na forma de “V” dos efeitos da  crise mundial de 2008, entrou numa fase de estagnação a partir de 2011″, observa  Oreiro. “Desde então, a economia brasileira perdeu dinamismo, apresentando taxas  medíocres de crescimento. Acredito que isso seja a demonstração cabal da  importância do dinamismo industrial para o crescimento de longo-prazo.”

Leia a seguir trechos selecionados da entrevista que Oreiro concedeu ao  Valor.

Valor: Várias outras questões, decisivas para a  definição dos termos de competitividade da indústria (e da economia) brasileira  permanecem pendentes, sem melhor equacionamento à vista, como as referentes à  carga tributária e às deficiências de infraestrutura, entre outras. Em que  medida a questão cambial acaba, talvez, sendo supervalorizada como decorrência  da falta de medidas de correção de rumos nessas outras áreas?

José Luís Oreiro: O câmbio não é tudo, mas é quase tudo. Com  o ciclo de elevação do preço das commodities internacionais, a partir de 2004, a  taxa real de câmbio no Brasil vem se apreciando consideravelmente, tendo  retornado ao nível prevalecente durante o primeiro mandato do presidente  Fernando Henrique Cardoso. Se olharmos para a relação câmbio efetivo/salário, a  situação ainda é pior: o câmbio hoje se encontra mais valorizado do que naquela  época. O problema do câmbio apreciado é que se traduz em redução da margem de  lucro das empresas, o que desestimula o investimento. Como as novas tecnologias  estão incorporadas em máquinas e equipamentos recentemente produzidas, ao invés  de serem uma espécie de maná que cai do céu, como nos modelos neoclássicos de  crescimento, uma baixa taxa de investimento implica uma baixa modernização do  parque industrial, o que contribui para o crescimento baixo da produtividade do  trabalho na indústria, o que reforça a perda de competitividade. Está claro que  uma parte da perda de competitividade da indústria deve-se a infraestrutura  deficiente, o que termina por tornar os produtos brasileiros ainda mais  caros.

Valor: A indústria tornou-se global. Fala-se hoje em  cadeias de produção. Isso exige abertura da economia para fora e para dentro.  Persistem, no entanto, certas tendências protecionistas em políticas de governo,  como a de preferência pelo produto nacional, que acabam excluindo o Brasil  daquelas cadeias, com prejuízo para a absorção de fatores de inovação. Como vê  essa questão, no contexto mais amplo da competitividade ainda não alcançada pela  indústria brasileira, possibilidades de que venha a alcançá-la e importância do  câmbio para que isso aconteça?

Oreiro: Não sou favorável a políticas de proteção comercial  à indústria. O que a indústria brasileira necessita é de igualdade de condições  com seus concorrentes no exterior, o que demanda uma taxa real de câmbio  competitiva e a realização de grandes investimentos em infraestrutura. Meu  colega Nelson Marconi, da EESP [Escola de Economia de São, da Fundação Getúlio  Vargas], estima que a taxa de câmbio dólar/real necessária para tornar a  indústria brasileira competitiva esteja em torno de R$ 2,70. Acredito que se um  ajuste cambial dessa magnitude for realizado e a taxa de câmbio for mantida num  patamar competitivo por um período de tempo suficiente, as empresas do setor  industrial brasileiro voltarão a investir, modernizando seu parque produtivo,  fazendo com que a produtividade do trabalho volte a crescer. Mas para que isso  ocorra é necessário que o empresário nacional tenha confiança na estabilidade da  taxa de câmbio num patamar competitivo. Não é isso o que ocorre hoje.A  administração da taxa de câmbio no governo Dilma parece oscilar entre a  necessidade de dar competitividade à indústria e a manutenção da inflação em  patamares baixos. Isso faz com que a taxa de câmbio não seja nem suficientemente  depreciada para estimular a indústria nem suficientemente apreciada para  estabilizar a inflação, de forma que ficamos no pior dos dois mundos: inflação  alta com indústria pouco competitiva.

Leia íntegra da entrevista no site www.valor.com.br

“Macroeconomia do Desenvolvimento – Ensaios sobre Restrição Externa,  Financiamento e Política Macroeconômica”

José Luís Oreiro, Luiz Fernando de Paula e Flavio Basilio  (organizadores). Editora da UFPE. 480 págs., R$ 60,00

 

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