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José Luis Oreiro

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Oreiro: “Na economia, Governo Bolsonaro já acabou” (Portal Vermelho, 01/10/2021)

02 sábado out 2021

Posted by jlcoreiro in Bestialidades do Posto Ipiranga, Conjuntura da economia brasileira, Crise do Governo Bolsonaro, Grupo de Pesquisa Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento, José Luis Oreiro, Macroeconomia estruturalista do desenvolvimento, novo-desenvolvimentismo

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A crise da economia brasileira, Crise da Democracia Brasileira, Crise do Governo Bolsonaro, José Luis Oreiro, Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento, novo-desenvolvimentismo

Para o professor de Economia da UnB e ícone do Novo Desenvolvimentismo no Brasil, com Paulo Guedes já desacreditado, o Banco Central agindo na contramão da tendência mundial e o agravamento da crise hídrica, país corre risco de enfrentar recessão em 2022.

por Mariana Mainenti

Publicado 01/10/2021 21:44 | Editado 01/10/2021 22:13

Link: https://vermelho.org.br/2021/10/01/oreiro-na-economia-governo-bolsonaro-ja-acabou/

Do ponto de vista da economia, o Governo Bolsonaro já acabou. A opinião é do professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), José Luís Oreiro, que é fundador e coordena o Structuralist Development Macroeconomics Group, grupo de pesquisa no âmbito da Macroeconomia do Desenvolvimento Estruturalista. Oreiro acredita que o ministro Paulo Guedes só poderá agora atuar para “administrar o caos” e alerta também que o Banco Central brasileiro está indo no sentido oposto ao das autoridades monetárias da União Europeia, dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Japão: “O Brasil está na contramão do que os países desenvolvidos estão fazendo para reaquecer a economia, que é investir. A política monetária tem muito pouco a fazer sobre choque de oferta. Tentar debelar esse tipo de inflação com elevação da taxa de juros é nonsense”.

A Macroeconomia do Desenvolvimento Estruturalista pode ser entendida como o conjunto de modelos que justificam teoricamente o Novo Desenvolvimentismo, definido como uma estratégia de desenvolvimento nacional alternativa ao Consenso de Washington. Segundo o professor, que é um dos baluartes do Novo Desenvolvimentismo no Brasil, no momento em que começa a haver uma maior flexibilização, por conta da vacinação, seriam esperados sinais de retomada da economia, mas as últimas pesquisas mostram que não é o que está acontecendo.

Consumidores e empresários demonstram estar com o pé atrás, comportamento que ele atribui a três fatores, sendo o primeiro deles a aceleração da inflação, que está em quase 10% ao ano. “Isso leva à redução do salário real e afeta negativamente o consumo. Ao mesmo tempo, o investimento público vem caindo muito nos últimos anos, o que vai na direção oposta ao que deveria estar acontecendo e que é a realidade dos Estados Unidos e da Europa: o aumento do investimento. É isso que explica a economia perdendo tração”, afirma.  

Incertezas

Como agravante, Oreiro acrescenta ainda a crise política. Bolsonaro subiu o tom dos ataques às instituições democráticas, o que faz com que os empresários adiem os investimentos por conta das incertezas. Divulgado nesta sexta-feira (01/10), o Índice de Confiança Empresarial (ICE) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) apresentou queda de 2,5 pontos em setembro, passando para 99,9 pontos. Na quinta (30/10), a FGV divulgou que o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) subiu 14,3 pontos em setembro, para 133,9 pontos, o maior nível desde março de 2021. Comparando-se à série histórica anterior à pandemia de covid-19, período em que foram registrados níveis inéditos de incerteza no Brasil e no mundo, este seria o segundo maior nível de incerteza, ficando abaixo apenas de setembro de 2015, quando o indicador alcançara 136,8 pontos.

Outros dois índices da FGV, divulgados na véspera, também tiveram quedas. O Índice de Confiança de Serviços (ICS), caiu dois pontos em setembro, para 97,3 pontos, interrompendo a sequência de cinco altas consecutivas. E o Índice de Confiança do Comércio (Icom) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) recuou 6,8 pontos em setembro, para 94,1 pontos, menor nível desde maio deste ano (93,7 pontos).

Já as vendas reais da indústria de transformação paulista tiveram queda de 2,4% em agosto na comparação com julho, segundo levantamento divulgado nesta semana pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Essa é a quarta retração seguida do índice, que acumula redução de 7,6% em 2020.

“A queda na produção é decorrência de tudo isso, além de problemas de logística internacional que estão atrapalhando a fabricação de insumos intermediários para a indústria automobilística. E os serviços dependem da indústria e da renda dos consumidores. Como a massa salarial está caindo, o emprego está baixo e a inflação alta, não tem como as pessoas gastarem com serviços porque os alimentos estão caros e elas precisam comer. Aí precisam cortar bar, restaurante, cabeleireiro. Estamos em uma situação bem complicada”, diz.

Oreiro não acredita em uma retomada em 2022, uma vez que em abril do ano que vem já haverá as desincompatibilizações de pessoas que hoje estão no governo para concorrerem à eleição. No caso da Reforma Tributária, embora os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tenham prometido votar a matéria em dezembro, ele também é descrente de que aconteça a votação. “O que temos hoje é uma pessoa em campanha ocupando a cadeira de presidente da República”, afirma.

Sobre Paulo Guedes, que nesta semana chegou a mencionar a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil, Oreiro afirma que o ministro já perdeu a confiança dos investidores: “Tem alguém em sã consciência que ainda acredita no que o Paulo Guedes fala? É só ver a lista do que ele propôs em outubro de 2018 e o que foi feito. O Paulo Guedes está muito desacreditado e a ala militar do governo jamais vai permitir a privatização da Petrobras e do BB. É uma questão pragmática. Os militares estão empregados nesses locais”.

Alta de juros

Para Oreiro, o BC está tentando controlar o choque de oferta reduzindo demanda pela elevação dos juros e, desta forma, só se torna mais difícil a recuperação da economia, além de aumentar o custo de rolagem da dívida pública, com o aumento da Selic, o que contribui para o desequilíbrio fiscal do governo. “É como se o BC do Brasil estivesse em um universo paralelo ao dos BCs dos países desenvolvidos. O comportamento deles é o oposto”, considera.

Ao mesmo tempo, a elevação da taxa de juros acabou tirando a atratividade do investimento imobiliário. “Havia expectativa de retomada forte da construção civil. Com elevação dos juros, isso foi prejudicado. Todos esses fatores apontam para redução da demanda e do nível de emprego e da atividade econômica”, acredita.  

A natureza dessa inflação a política monetária não resolve: “Deveríamos ter feito estoques de alimentos. Diversos países do mundo não fizeram. O Guedes em 2019 acabou com os estoques reguladores da Conab, um instrumento que vinha sendo usado desde o governo militar. A ideia da formação de estoques é, em momentos de quebra de safra agrícola, suavizar o aumento de preços. Funcionam como estabilizador. Não fizemos isso”, critica.

Com relação aos preços dos combustíveis, Oreiro lembra que a Petrobras apresentou lucro recorde no semestre passado e o governo não precisaria ter repassado todo o aumento do dólar internamente. “Ele está transferindo renda da sociedade para os acionistas. Uma parte das ações é do governo, mas há acionistas privados que estão ganhando rios de dinheiro em uma situação em que as pessoas estão tendo dificuldade para comer. Como o acionista majoritário é o Estado brasileiro, poderia fazer uma outra política de preços. O governo a trata como se a Petrobras fosse uma empresa privada, monopolista. Não faz sentido”.

As perspectivas para 2022, segundo o professor, são ainda piores. “Acredito que devemos fechar esse ano com um crescimento abaixo de 5%, indicando uma expansão do PIB em 2022 somente inferior a 1%, com viés de baixa, ou seja, possibilidade de recessão. “A economia vai piorar por conta da crise energética. No melhor cenário da crise energética, há a elevação do preço da energia, o que aumenta o custo de produção da indústria brasileira. Isso, por si só, joga a atividade para abaixo. E não está descartada a ocorrência de apagões”, prevê. “De novembro de 2021 a abril de 2022, pode haver racionamento. Vai depender do ciclo de chuvas. Se decretado racionamento, aí a economia pode, inclusive, entrar em recessão, a partir de abril do ano que vem. Após o período das chuvas, vamos ver se o nível do reservatório no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste vai estar acima ou abaixo de 2021. Se estiver abaixo, haverá recessão”, acrescenta.

Desemprego bate recorde e atinge 13,1 milhões de pessoas, diz IBGE (Hora do Povo, 30/09/2020)

01 quinta-feira out 2020

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Crise do Governo Bolsonaro, José Luis Oreiro, Taxa de desemprego

População subutilizada também foi recorde no trimestre encerrado em julho: 32,9 milhões de pessoas

O IBGE divulgou nesta quarta-feira (30) que a taxa de desemprego foi de 13,8% no trimestre de maio a julho de 2020 – maior alta já registrada na série histórica da pesquisa PNAD Contínua, iniciada em 2012. Ao todo são 13,130 milhões de pessoas desempregadas no período, um aumento de 4,5% (561 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2019.

O instituto também constatou um recorde na população subutilizada (o desempregado, aquele que trabalha menos horas do que gostaria, que não procurou emprego mas estava disponível para trabalhar ou que procurou emprego mas não estava disponível para a vaga). São 32,9 milhões de pessoas, atingindo uma alta de 14,7% ante o trimestre anterior, e 17,0% frente ao mesmo trimestre de 2019.

A população desalentada (5,8 milhões) foi recorde, com altas de 15,3% (mais 771 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e 20,0% (mais 966 mil pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019.

Diante da recessão econômica, a população ocupada no País recuou para 82 milhões de brasileiros – no ano passado eram 92 milhões. De maio a julho de 2020, o Brasil perdeu 7,2 milhões de postos de trabalho, queda de 8,1%, em relação ao trimestre anterior. O nível de ocupação da população, que é o percentual de pessoas ocupadas em idade de trabalhar, também caiu drasticamente, ficou em 47,1%. Ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar.

Para economista, taxa poderá ultrapassar 20% em 2021

Na avaliação do economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), José Luis Oreiro, a taxa de desemprego não se encontra em um patamar mais elevado graças ao auxílio emergencial de R$ 600, aprovado pelo Congresso. No entanto, Oreiro alerta que para o próximo ano a taxa de desempregados poderá ultrapassar 20%, já que os brasileiros que estão fora da força de trabalho estão começando a procurar emprego já que o governo Bolsonaro cortou o valor do auxílio para R$ 300. “Com o fim do auxílio vai voltar todo mundo. O que foi captado no primeiro semestre como redução da força de trabalho, no ano que vem vai ser captado como desemprego”, disse Oreiro ao HP.

“Se você olhar a taxa de participação você vai ver que ela despencou em 7 ou 8 p.p no primeiro semestre de 2020, mas a taxa de desemprego ela subiu pouco, porque de fato o sujeito que perdeu o emprego durante a pandemia ele, primeiro, não podia procurar emprego  por conta do distanciamento social, e segundo, ele tinha a renda emergencial”. Isto significa que “ele ficou fora da força de trabalho, não foi captado pela estatística de desemprego, porque o desempregado é a pessoa que nos últimos 30 dias procurou emprego”. “Foi esse movimento que ocorreu no primeiro semestre de 2020, você teve uma redução muito significativa da força de trabalho. Só que esse pessoal vai voltar agora. Já está começando a voltar com a redução do auxílio emergencial e com o fim do auxílio vai voltar todo mundo. O que foi captado no primeiro semestre como redução da força de trabalho, no ano que vem vai ser captado como desemprego”, explicou o economista.

O economista aponta que para retomar os empregos no País é preciso alavancar o investimento público. “Para que consigamos minimamente recuperar o crescimento em 2021, gerando empregos, precisamos aumentar muito o investimento público. E para isso tem que se tirar o teto de gastos. Isso não vai nos levar ao abismo fiscal porque, nas condições atuais da economia, é inclusive possível que tenhamos uma expansão fiscal que se pague a si mesma. É assim que o Brasil vai se livrar do problema fiscal, não é cortando gasto com salários ou investimentos”, defendeu Oreiro, no Senado Federal, em sessão temática para discutir propostas para o Brasil no cenário pós-pandemia.

ANTONIO ROSA

Governo Bolsonaro entre a Cruz e a Espada

30 quarta-feira set 2020

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Covid-19, Crise do Governo Bolsonaro, Fim do teto de gastos, Renda emergencial

A polêmica criada pelo anuncio do uso de recursos dos precatórios e do Fundeb para financiar o necessário programa de renda cidadã a partir de 2021 mostrou de forma clara a contradição estrutural do governo Bolsonaro.

Jair Bolsonaro sonha em ser o líder da extrema direita mundial. O DNA de seu governo é o mesmo dos governos de direita na Hungria e na Polônia, ou seja, uma combinação de autoritarismo e conservadorismo nos costumes com a crescente perseguição a grupos como homossexuais, imigrantes, esquerdistas e a desvalorização do papel da mulher na sociedade. Mas existe uma diferença crucial entre o governo de Bolsonaro e os governos de extrema direita na Europa: nenhum deles adota uma cartilha liberal na economia como também cultivam uma profunda desconfiança com relação ao sistema financeiro, ao contrário de Bolsonaro que não só colocou um hiper-liberal para chefiar o ministério da economia, como ainda procurou alinhar as diretrizes econômicas de seu governo com a agenda do mercado financeiro.

A agenda do mercado financeiro é a agenda das (sic) reformas estruturais, entendida como um conjunto de propostas que tem por objetivo (i) fazer o necessário ajuste fiscal de longo-prazo por intermédio da redução de gastos, ao invés do aumento da carga tributária sobre o andar de cima da pirâmide da distribuição de renda, ou seja, os “Faria Limers”; (ii) privatizar as empresas estatais para alienar o patrimônio público para os investidores internacionais, com os quais mantem estreitas relações de negócios e assim ganhar muito dinheiro tanto na valorização desses ativos no curto-prazo como com comissões sobre vendas de ativos e otras cositas más; (iii) reduzir o tamanho do Estado do Bem Estar-Social, de forma a permitir não só a redução da carga tributária (e com isso aumentar seus lucros pós-impostos) como também aumentar a concorrência entre os trabalhadores no mercado de trabalho, reduzindo assim o nível salarial e, portanto, os seus lucros antes dos impostos.

Esta claro que essa agenda atende apenas aos interesses de uma minoria endinheirada, na qual se inclui o que restou dos empresários industriais brasileiros, reduzidos, contudo, a condição de meros encaixotadores de bens manufaturados produzidos no exterior. Em condições políticas normais essa agenda seria facilmente derrotada nas urnas pois é contrária aos interesses da imensa maioria da população brasileira, bem como ao desenvolvimento econômico de longo-prazo.

É justamente por isso que as “armas de distração de massa” do governo Bolsonaro foram vistas pelo mercado financeiro como um instrumento para desviar a atenção do povo da pauta econômica para questões como o “kit gay”, “armar a população”, “retirar os radares das estradas”, “covid-19 é uma gripezinha”, “cloroquina é eficaz no tratamento ao vírus”, “universidade federal só tem maconheiro”, “máscara é coisa de bundão” e outras idiotices irrelevantes. Enquanto as pessoas ficam debatendo esses temas de forma exaustiva e agressiva nas redes sociais, a “boiada” da agenda do mercado financeiro vai passando.

Até o início da pandemia do coronavirus essa aliança improvável do (sic) conservadorismo de Bolsonaro com os interesses do mercado financeiro parecia estar funcionando bem. A reforma da previdência foi aprovada em 2019 e o governo encaminhou no final do ano passado as PECs 186, 187 e 188 para avançar mais alguns passos na agenda do mercado financeiro.

Mas a pandemia do coronavírus foi o cisne negro que o mercado financeiro não previu. Com a pandemia o congresso nacional aprovou, apesar da oposição contrária do presidente da República e do Ministro Paulo Guedes, um programa de renda emergencial que atingiu quase 70 milhões de pessoas e impediu uma queda catastrófica no PIB no primeiro semestre. Com efeito, a queda do PIB brasileiro na primeira metade do ano, embora expressiva, foi menor do que a verificada no demais países da América Latina que não puderam ou quiseram adotar um programa similar. Em setembro o programa de renda emergencial foi estendido até dezembro, mas com um valor 50% menor.

O grande problema é o que fazer em 2021. No dia 31 de dezembro de 2020 o Estado de Calamidade Pública termina e o governo terá que voltar a obedecer as regras fiscais a partir de primeiro de janeiro de 2021. O problema é que esqueceram de combinar com o coronavírus e com a economia, pois não há nada que nos permita afirmar que a pandemia terá terminado no dia 31 de dezembro deste ano e, mais importante, os milhões de brasileiros que saíram fora da força de trabalho devido a pandemia mas que recebem a renda emergencial serão elevados a categoria de desempregados a partir do dia 01 de janeiro de 2021.

O Presidente já percebeu o tamanho da encrenca que vem pela frente e disse ontem aos seus apoiadores que 20 milhões de brasileiros não terão renda em 2021 se a renda cidadã não for aprovada. Pela primeira vez desde que assumiu o governo Bolsonaro criticou o mercado financeiro afirmando que (sic) “estamos todos no mesmo barco”, insinuando que se o governo dele fracassar, o mercado financeiro também vai perder dinheiro.

O problema é que a manutenção do teto de gastos torna impossível a implementação o programa de renda cidadã, a não ser por intermédio de subterfúgios como transformar dívida em receita (o uso dos precatórios) ou por uma claraboia no teto de gastos como usar os recursos do Fundeb (que é um fundo fora do teto de gastos) para financiar uma despesa adicional que é, na verdade, um desvio de função do fundo.

Aqui nos encontramos com o grande dilema do governo Bolsonaro. Para ter alguma condição de disputar a corrida eleitoral de 2022 (onde provavelmente terá como grande opositor o ex-Presidente Lula após o julgamento da suspeição de Sérgio Moro pelo STF), Bolsonaro precisa aumentar o gasto publico, o que significa por de pé tanto o programa de renda cidadã como o programa de investimentos públicos do Pró-Brasil, elaborado pela ala militar do governo. Se não fizer isso, haverá a maior contração fiscal da história em 2021, com a despesa primária da União passando de 27% do PIB em 2020 para 19% do PIB no próximo ano. Trata-se de uma receita certa para o colapso da economia em 2021, afundando de vez a popularidade do Presidente e, talvez, abrindo as portas para um processo de impeachment. Mas para fazer isso será necessário abandonar, explicita ou implicitamente, o teto de gastos. O mercado financeiro mostrou nos últimos dois dias que vai retaliar pesadamente o governo por intermédio de grande volatilidade nos preços dos ativos, ou seja, queda do IBOVESPA, aumento dos juros futuros e desvalorização do real frente ao dólar.

Um presidente realmente comprometido com os interesses do país mandaria o mercado financeiro as favas e trocaria o comando de toda a equipe econômica (Banco Central incluso), colocando no lugar economistas com a visão, a capacidade técnica e a coragem necessária para enfrentar a histeria do mercado financeiro. Não faltam instrumentos a disposição do Ministério da Economia e do Banco Central para enfrentar a turbulência nos mercados financeiros com o fim do teto de gastos. Mas como dizem os engenheiros aeronáuticos, turbulência pode ser desconfortável e, em alguns casos, apavorante mas não derruba avião. O que falta no governo Bolsonaro é, além de um Estadista na cadeira de Presidente da República, uma equipe formada por economistas cujo objetivo profissional não seja agradar o mercado financeiro em troca de um bem remunerado posto em alguma instituição financeira após deixarem o governo; mas trabalhar pelo bem comum e pelo desenvolvimento do país.

Em suma, Bolsonaro está entre a cruz e a espada. As próximas semanas irão revelar como ele vai solucionar esse dilema. Não dá mais para empurrar essa escolha com a barriga, como ele mesmo afirmou aos seus apoiadores ontem.

 

Governo perdeu ‘momento mágico’, dizem especialistas (O Estado de São Paulo, 18/05/2019)

18 sábado maio 2019

Posted by jlcoreiro in "nova ordem", Debate macroeconômico, José Luis Oreiro, Nova recessão?, Opinião

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Crise do Governo Bolsonaro, Debate Macroeconômico, José Luis Oreiro, Nova recessão?

Paulo Guedes já admitiu trabalhar agora com um crescimento de 1,5%. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Para analistas, presidente desgastou capital político com questões menores; deterioração em expectativa de crescimento pode ser revista

 

Diante das dificuldades de articulação política para a aprovação da reforma da Previdência e das constantes quedas nas projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano, a avaliação geral de economistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo é de que o governo do presidente Jair Bolsonaro desgastou seu capital político com questões menores e que o crescimento de 2019 está praticamente perdido. “O governo perdeu um momento tão raro quanto importante: na eleição, houve uma ruptura que gerou, na imensa maioria dos agentes econômicos, um volume de otimismo muito razoável”, diz José Roberto Mendonça de Barros, cofundador da MB Associados. “Agora, a pauta pode até avançar – achamos que vai ser aprovada uma reforma mediana da Previdência e o Congresso quer fazer uma reforma tributária -, mas se perdeu esse ‘momento mágico’ e os agentes ficaram desanimados.”

A expectativa para crescimento do PIB, que começou o ano com alta de 2,53%, recuou pela 11.ª semana consecutiva para 1,45%, de acordo com o Relatório Focus. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, que projetava crescimento de 2,2% para 2019, admitiu trabalhar agora com um avanço de 1,5%.

“Havia a expectativa de que uma grande reforma destravaria o País e ele voltaria a crescer de dois a três pontos por ano. Agora, o mercado deixou a Disneylândia para encontrar a realidade”, diz Marcos Lisboa, presidente do Insper.

Para a maior parte dos economistas ouvidos, não há muito a se fazer no curto prazo para estimular a atividade de forma sustentável. O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman diz que a única saída do governo para reativar a economia seria cortar juros. Mesmo assim, os efeitos seriam defasados. Instrumentos tradicionais de política monetária teriam eficácia pequena em função da perda de confiança, diz Zeina Latif, economista-chefe da XP.

Samuel Pessôa, pesquisador do Ibre/FGV, não vê alternativa sem mudanças nas regras de aposentadoria dos brasileiros. “Se o governo não quiser quebrar, a reforma da Previdência é a única saída para que o Brasil não caia em uma espiral inflacionária.” José Marcio Camargo, professor da PUC/Rio e economista-chefe da Genial Investimentos, reforça a opinião.

Aloisio Araujo, professor da FGV EPGE e do IMPA, aponta algumas medidas microeconômicas, como melhorias na lei de falências, no sistema tributário e na competitividade do mercado de energia. O professor da UnB, José Luis Oreiro, fala como alternativa para este ano a revisão da meta fiscal.

Reflexões

Zeina Latif, Economista-chefe da XP Investimentos

A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, defende um choque de credibilidade e coordenação entre a política e a economia para reativar a atividade. Para reverter esse quadro, ela acredita que o primeiro passo seria mostrar com clareza qual é a agenda econômica para reconquistar a confiança de empresários e consumidores. “Para conquistar essa confiança, é preciso estabelecer uma agenda de governo.”

Existem muitos ruídos entre a política e a economia que geram insegurança, observa. “Na dúvida, as pessoas esperam, não contratam, não investem e adiam compras.” Ela lembra que há propostas de reformas do governo anterior que poderiam ser aprofundadas, como a reforma tributária. Isso ajudaria a reconstruir a confiança.

Quanto ao uso de instrumentos tradicionais de política monetária para estimular a atividade, como corte de juros ou injeção de recursos para ampliar o consumo, Zeina diz que a eficácia seria muito pequena porque, na sua opinião, há uma indefinição maior por trás, que é a perda de confiança.

Diante desse quadro, a economista espera um crescimento do PIB menor do que 1%, o que é “preocupante”. “Com qualquer ruído, o empresário fecha as portas, desiste”, diz Zeina, destacando a fragilidade do momento atual.

Samuel Pessôa, Pesquisador do Ibre/FGV

Segundo o economista Samuel Pessôa, medidas de estímulo de curto prazo à economia não fariam sentido neste momento, enquanto a reforma da Previdência não é aprovada. Para ele, as mudanças no sistema de aposentadorias são vitais para que o “País não caia no buraco”. “Se o governo não quiser quebrar, a reforma é a única saída para que o Brasil não caia em uma espiral inflacionária.”

A deterioração das expectativas para a economia, diz Pessôa, é reflexo da dificuldade do presidente Jair Bolsonaro de sair do “modo campanha” e sentar na cadeira de presidente da República, que governa visando a sociedade toda e não só um grupo de apoiadores barulhentos. “O presidente decidiu que vai inovar no jeito de fazer política num cenário em que as instituições não mudaram. Não vai dar certo.”

Do ponto de vista das expectativas para a economia, o pesquisador do Ibre/FGV afirma que a situação “parece muito ruim”. O Ibre tem hoje uma das visões mais otimistas para a economia – com previsão de crescimento de 1,5%, ante os 2,4% do início do ano – e se prepara para revisar de novo os números na semana que vem. “Estamos em um patamar ridículo: a economia perdeu 7% em 2015 e 2016 e, em três anos, não vamos recuperar nem sequer a metade disso.”

José Roberto Mendonça de Barros, Ex-secretário de Política Econômica

Para o economista e cofundador da consultoria MB Associados, o governo jogou o ano de 2019 fora. “Do ponto de vista do crescimento sustentável, jogou. O governo perdeu um momento tão raro quanto importante: na eleição, houve uma ruptura que gerou, na imensa maioria dos agentes econômicos, um volume de otimismo muito razoável”, diz. “Agora, a pauta pode até avançar – nós achamos que vai ser aprovada uma reforma mediana da Previdência e o Congresso quer fazer uma reforma tributária -, mas se perdeu nesse ‘momento mágico’ e os agentes ficaram desanimados.”

Ele também avalia que medidas como a queda dos juros básicos podem ajudar a economia, mas as pessoas e grande parte das empresas não querem e não podem gastar, o que faz com que ações desse tipo não se traduzam em um crescimento significativo do PIB deste ano, previsto pela MB em 1,1%.

“Além da reforma da Previdência, o Executivo não tem muito mais o que fazer para aquecer a economia. Reformar os tributos é importante, mas não provoca crescimento imediato. A Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, que reduz burocracias, é excelente, mas nesse ambiente econômico de agora, não vai ter um efeito imediato.”

Marcos Lisboa, Presidente do Insper

O presidente do Insper, Marcos Lisboa, diz que a expectativa em relação ao crescimento do PIB estava alta, “era de um autoengano impressionante” e vinha acontecendo desde as eleições. “Havia a expectativa de que uma grande reforma destravaria o País e ele voltaria a crescer de dois a três pontos por ano. Agora, o mercado deixou a Disneylândia para encontrar a realidade.” Para ele, a reforma da Previdência é essencial, mas não resolve nem de longe o problema fiscal: só faz com que o gasto cresça de forma mais lenta. “O governo não terá mais dinheiro para gastar e a economia não vai começar a crescer imediatamente.”

Para Lisboa, é preciso ajustar o orçamento de Estados e municípios e eliminar barreiras que travam o crescimento, como baixa produtividade dos trabalhadores, barreiras tributárias e do comércio exterior e o “grande caos da governança dos investimentos em infraestrutura”. Ao mesmo tempo que se leva adiante a reforma da Previdência. “O País só vai crescer de verdade quando melhorar o ambiente para que a produtividade cresça. Aí sim os investimentos sobem.” Ele diz que é preciso deixar de lado picuinhas políticas e fazer uma agenda clara, sem medidas superficiais. “Estamos alertas para ajudar a criar o diálogo e construir essa agenda.”

Alexandre Schwartsman, Ex-diretor do BC

O economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, diz que a única saída para o governo reativar a economia seria cortar juros. Mesmo assim, pondera que os efeitos seriam defasados e sentidos, de forma mais contundente, só em 2020. “Na verdade, o grau de liberdade de política econômica hoje está muito limitado.”

Ele considera uma “insanidade” achar que há espaço para fazer aumento de gasto público para acelerar a economia. “Não temos espaço nem competência para isso.” O Estado brasileiro é bom para fazer gastos correntes e permanentes, mas não é bom para desenvolver projetos de investimentos, que alavancariam a atividade, diz. No entanto, ele ressalta que uma exceção seriam os projetos de concessões, que estão andando bem e poderiam impulsionar a atividade.

A aprovação da reforma da Previdência, na sua opinião, ajudaria a destravar a incerteza que há em relação às contas públicas e trazer de volta o investimento. Mas dificilmente a aprovação em primeiro turno vá acontecer antes de agosto ou setembro. Por esse raciocínio, ele acredita que as chances de ter impacto no PIB deste ano são muito baixas. Para 2019, o economista ainda trabalha com uma previsão de alta do PIB entre 1% e 1,5%.

José Márcio Camargo, economista

O PIB brasileiro ainda pode crescer 1,5%, caso a reforma da Previdência seja aprovada até o início do segundo semestre. Se ficar para o fim do ano, o desempenho será abaixo disso, afirma o professor do Departamento de Economia da PUC/Rio e economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo. O pior cenário, diz ele, é a não aprovação. “Sem a reforma da Previdência, a expectativa é de volta da recessão forte, mais inflação, mais juros e redução de investimentos.”

Ele ressalta que, em 2018, mesmo com todos os choques ocorridos, como a desvalorização cambial, a alta dos preços do combustível e da energia e a greve dos caminhoneiros, o País cresceu 1,1% e a inflação manteve-se controlada. “O Brasil mudou por causa das últimas reformas do governo Temer (trabalhista, teto de gastos) e pode mudar ainda mais com a reforma da Previdência.”

Para o economista, medidas de curto prazo, como a liberação do saque das contas dos trabalhadores no PIS/Pasep – que está em estudo pelo governo -, “pode ser interessante, desde que tenha dinheiro suficiente para isso, mas não gera sustentação da economia no longo prazo”. A expectativa do governo é de que a medida resulte em injeção de R$ 9 bilhões a R$ 10 bilhões na economia.

Aloisio Araujo, Professor da FGV EPGE e do Impa

Segundo Aloisio Araujo, professor da FGV EPGE e do Impa, a tendência de crescimento do PIB é muito preocupante. “Tudo está travado, com o contingenciamento ameaçando o funcionamento do governo e a situação política ruim.”

Em sua opinião, porém, uma série de medidas microeconômicas podem ajudar a melhorar as expectativas de crescimento do PIB, que vem se deteriorando de forma acelerada. Entre elas, estão o estímulo à competição no setor financeiro para reduzir o spread bancário, a melhoria na lei de falências, no sistema tributário e na competitividade do mercado de energia. Também iniciativas como a desvinculação do reajuste do salário mínimo ao crescimento do PIB.

Todas essas iniciativas, porém, deveriam ser tocadas de maneira paralela à reforma da Previdência. “Sem essa, que é a mãe das reformas, o País fica muito mais vulnerável a eventos como a deterioração do cenário externo com a guerra econômica entre EUA e China, por exemplo, que não estava no radar de ninguém até pouco tempo atrás.”

Para Araujo, o Banco Central também não deveria reduzir novamente a meta da inflação. “Quando a meta cai, o BC fica com medo de não atingi-la e tem dificuldade em reduzir os juros básicos. Ele precisa cair.”

José Luis Oreiro, Professor da UnB

Economista e professor da UnB, José Luis Oreiro concorda que a atual situação da economia é preocupante, com indicadores mostrando uma queda do PIB do primeiro trimestre. “Não estamos distantes de um segundo trimestre também negativo, o que configuraria uma recessão técnica e é provável que a taxa média de desemprego este ano fique maior do que a da média do ano passado”, diz.

Na visão dele, no entanto, o ano não está completamente perdido e o governo ainda pode reverter essa situação negativa. “Uma solução pragmática seria rever a meta fiscal para 2019, hoje prevista em um déficit de R$ 139 bilhões para R$ 180 bilhões. Isso eliminaria a necessidade de contingenciamento dos gastos e aliviaria a situação do governo com a opinião pública. Mas é uma pena que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha a meta fiscal como bandeira e não admita fazer alguma revisão.”

Na avaliação de Oreiro, há espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, corte os juros básicos, hoje em 6,5% ao ano, mas a medida só teria efeito em 2020. “Para este ano, revendo a meta de déficit, dá tempo de dar uma guinada. Não vai ser uma maravilha, mas dá para começar a salvar o segundo semestre.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Reforma como foi proposta por Guedes já subiu no telhado (O Estado de São Paulo, 24/03/2019)

24 domingo mar 2019

Posted by jlcoreiro in Debate macroeconômico, José Luis Oreiro, o "gênio" incompreendido, Paulo Guedes, Reforma da Previdência

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Crise do Governo Bolsonaro, José Luis Oreiro, Paulo Guedes, Reforma da Previdência

Pre­si­den­te não qu­er ônus po­lí­ti­co de me­xer na Pre­vi­dên­cia’

O atri­to en­tre o pre­si­den­te da Re­pú­bli­ca, Jair Bol­so­na­ro, e o pre­si­den­te da Câ­ma­ra, Ro­dri­go Maia, que aba­lou a ar­ti­cu­la­ção po­lí­ti­ca pe­la mu­dan­ça na Pre­vi­dên­cia, deve em­per­rar o avan­ço da pro­pos­ta fei­ta pe­lo mi­nis­tro Pau­lo Gu­e­des, ava­lia o eco­no­mis­ta da Uni­ver­si­da­de de Bra­sí­lia (UnB) Jo­sé Luis Orei­ro. A se­guir, os prin­ci­pais tre­chos da en­tre­vis­ta:

A saí­da do pre­si­den­te da Câ­ma­ra da ar­ti­cu­la­ção pe­la re­for­ma po­de en­fra­que­cer a pro­pos­ta?

A re­for­ma, co­mo ha­via si­do pen­sa­da pe­lo mi­nis­tro da Eco­no­mia, Pau­lo Gu­e­des, ‘su­biu no te­lha­do’. O go­ver­no já co­me­çou er­ra­do, co­lo­can­do a ques­tão de apro­var um BPC (Be­ne­fí­cio de Pres­ta­ção Con­ti­nu­a­da) me­nor que um sa­lá­rio mí­ni­mo. De­pois, veio a re­for­ma dos mi­li­ta­res, que dei­xou cla­ro o fa­vo­re­ci­men­to. Ago­ra, com o atri­to en­tre Bol­so­na­ro e Maia, não tem mais cli­ma.

Es­sas ques­tões não se­ri­am ne­go­ci­a­das na­tu­ral­men­te?

Sim. O pro­ble­ma é que a mu­dan­ça do BPC e a ques­tão dos mi­li­ta­res des­truí­ram o con­sen­so. Foi uma com­ple­ta ina­bi­li­da­de po­lí­ti­ca, do mi­nis­tro Pau­lo Gu­e­des e do pre­si­den­te. Além dis­so, o pró­prio pre­si­den­te de­mons­trou pou­ca von­ta­de de fa­zer a re­for­ma. Ele sa­be que é pre­ci­so fa­zer uma re­for­ma, mas não qu­er o ônus po­lí­ti­co.

O que po­de acon­te­cer com o País, ca­so a re­for­ma não pas­se?

Eu acho que vai ter uma tur­bu­lên­cia. Os mer­ca­dos es­ta­vam ilu­di­dos com a ca­pa­ci­da­de de ar­ti­cu­la­ção do go­ver­no e o Bol­so­na­ro não deve vol­tar atrás. Is­so deve apro­fun­dar a cri­se de go­ver­na­bi­li­da­de, que o pró­prio go­ver­no pa­re­ce ter ins­ta­la­do. Bol­so­na­ro po­de re­pe­tir os úl­ti­mos me­ses do go­ver­no da ex-pre­si­den­te Dil­ma Rous­seff.

A não apro­va­ção pre­ju­di­ca­ria a re­cu­pe­ra­ção da eco­no­mia?

Não me­xer na Pre­vi­dên­cia pre­ju­di­ca no lon­go pra­zo. Al­guém vai pre­ci­sar fa­zer. Mas a re­for­ma que é pri­o­ri­tá­ria pa­ra aque­cer a eco­no­mia é a tri­bu­tá­ria, que da­ria com­pe­ti­ti­vi­da­de à in­dús­tria. Só não creio que es­se go­ver­no con­si­ga me­xer nis­so.

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