Link para o vídeo do youtube: https://www.youtube.com/watch?v=rIToq-1HGgc&feature=share&fbclid=IwAR2TDyIBcwABPPUooYC1UQQAL37n_z_PlXCJI52KVZhV2tvIqa38Rb276Pg
A Blue Solution realizou a segunda edição do Diálogos Blue, na forma de webinar, em 20/05/20, sobre o tema “A emissão de moeda é uma alternativa para reaquecer a economia após a crise provocada pela pandemia?”.
Debatedores:
Romero Jucá, economista e consultor-chefe da Blue
Mírian Lavocat, advogada e economista (representando a ABRIG) • José Oreiro, economista e professor da UnB •
Roberto Ellery Jr., economista e professor da UnB
Confira os principais trechos do debate: Romero Jucá: “Não há uma receita única para resolver esse impasse. Teremos que usar o aumento da divida pública e a emissão de moeda de forma balanceada, conforme a necessidade e prioridade dos gastos. É uma construção permanente a ser discutida coletivamente. Defendo a separação dos orçamentos de investimento de retomada da atividade econômica daquele de custeio de funcionamento dos ministérios. O teto de gasto deve funcionar para o gasto público. Nós temos que planejar a retomada da economia agora, não podemos esperar o COVID passar. O papel das relações governamentais é fundamental para sintonizar e construir com a sociedade as soluções necessárias para retomar o crescimento do Brasil.” Mírian Lavocat: “O endividamento do país não poderá ser repassado exclusivamente ao setor produtivo. Inconcebível pensar em reforma tributária com aumento de tributos. Neste cenário, o profissional de RelGov será fundamental para apresentar estudos e proposições que permitam soluções eficazes, necessárias à adequação dos problemas de natureza política e econômica” José Oreiro: “Não há razão para nos preocuparmos com a relação da dívida pública como proporção do PIB nos próximos anos como decorrência da crise do Coronavirus. Não há evidência empírica de que um endividamento público elevado esteja associado a uma menor taxa de crescimento. Caso a sociedade brasileira deseje reduzir o crescimento da dívida pública, a alternativa é recorrer ao financiamento monetário (parcial) do déficit público. Para tanto é necessário que a taxa de juros Selic seja reduzida a zero por cento ao ano durante a vigência do estado de calamidade pública.” Roberto Erelly: “Como financiar as políticas necessárias para combater a crise? Elevação de tributos está fora de questão. A dívida pública do Brasil é muito alta para padrões de países emergentes, embora não seja fácil dizer qual o limite para a dívida pública esse limite existe. Daí aparecer o flerte com emissão de moeda, mas não é simples. O excesso de dinheiro (na realidade de reservas bancárias) joga a Selic para baixo. Se o Banco Central aceitar essa queda, a taxa de juros passará a ser determinada pelo Tesouro. Se quiser manter o controle sobre os juros o BC terá de vender títulos o que aumentará a dívida de qualquer maneira. A emissão de moeda implica no abandono do instrumento central do regime de metas de inflação, o controle de juros pelo Banco Central, ou em crescimento da dívida. Permitir o financiamento do Tesouro por meio de emissão monetária aumenta o poder do Planalto, fica mais fácil atender demandas corporativas ou eleitoreiras. Talvez devamos prestar mais atenção na eficiência do gasto público. A experiência com as compras de respiradores sugere que é mais fácil conseguir o financiamento do que garantir a qualidade das compras. No fim do dia, apesar dos problemas, o aumento da dívida será a forma menos custosa de financiar o combate à pandemia.”
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