• Página pessoal de José Luis Oreiro
  • Página da Associação Keynesiana Brasileira
  • Blog da Associação Keynesiana Brasileira
  • Página do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Página da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia
  • Página pessoal de Luiz Carlos Bresser-Pereira
  • Página do Levy Institute
  • Página da Associação Heterodoxa Internacional
  • Blog do grupo de pesquisa Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento
  • Post Keynesian Economics Study Group
  • Economia e Complexidade
  • Página de José Roberto Afonso
  • Centro Celso Furtado
  • Departamento de Economia da Universidade de Brasilia
  • About José Luis Oreiro

José Luis Oreiro

~ Economia, Opinião e Atualidades

José Luis Oreiro

Arquivos Diários: 17 de abril de 2020

Os fetiches de Bolsonaro (*)

17 sexta-feira abr 2020

Posted by jlcoreiro in "nova ordem", Crise do Coronavírus, Os erros de Paulo Guedes, Política Brasileira

≈ Deixe um comentário

Tags

Crise do Coronavírus, Herr Bolsonaro, Os erros de Paulo Guedes, Política Brasileira

(*) Escrito por Guilherme Antonio Fernandes para o Blog de José Luis Oreiro

A saída do Ministro Mandetta em meio à batalha contra o coronavírus é, sem dúvida, uma perda considerável para o Brasil. É uma perda não por conta do Ministro em si, sua figura, mas sim por conta do trabalho que vinha realizando junto à sua equipe em combater, na medida do possível, dada a fragilidade de meios e recursos, o vírus com ciência e responsabilidade. Contudo, a saída de Mandetta também foi uma perda para Bolsonaro. Nesse momento o leitor pode sentir-se supreso; afinal, como poderia ser a saída do Ministro Mandetta uma perda para o presidente?

Bolsonaro, ao insistir na retórica de que a economia precisa ser salva e o isolamento tem que ser afrouxado, continua a cometer um erro típico do populismo com ingredientes fortemente narcisísticos. Ou seja, Bolsonaro quer vencer à força o vírus e dobrá-lo a qualquer custo. Bolsonaro, semelhantemente a Donald Trump, ainda não entendeu que no mundo atual quem dá as cartas é o coronavírus e não qualquer governante de um Estado no qual ainda exista liberdade e, mesmo que com problemas, democracia. Claro que em qualquer ditadura o vírus também é quem dá as cartas, mas no caso de um regime ditatorial, o ditador pode sentir-se confortável em simplesmente não dar a mínima para a vida de seus súditos. Já numa democracia, com alternância de poder, o gestor, por mais que se considere acima do bem e do mal, ou, nas palavras do próprio, “um patriota” (e quem não concordar com ele ou é comunista, ou é inimigo do Brasil), não pode deixar de lado o custo que lhe trará as vidas perdidas dos cidadãos por conta do vírus. Deste modo, Bolsonaro, erra ao demitir Mandeta em relação à própria subsistência de seu próprio governo, pois agora absolveu para sempre o ex-Ministro pela triste tragédia que se desenha nos dias que virão com o afrouxamento do isolamento. Ao fazer isso, condena o próprio governo e a si mesmo, assumindo os erros que, na realidade, tenta desesperadamente transferir para governadores e prefeitos. Assim, além de todo o Brasil, o governo Bolsonaro perde, e muito, com a saída do Ministro Mandetta.

A saída, claramente justificada pelo ciúme do presidente e pela insistência em dar prioridade à recuperação econômica, deixa para Bolsonaro toda a futura responsabilidade pelas vidas que, tristemente estão e serão perdidas, por conta dos descaminhos e erros que o governo federal vem cometendo. Ao invés de unir e comandar a nação e a federação, Bolsonaro consegue protagonizar, dia a dia, o noticiário, vencendo, apenas nesse sentido, o coronavírus em termos de repercussão. Parece que Bolsonaro tem ciúme até do coronavírus. Afinal, como pode qualquer coisa ser mais popular que ele nesse Brasil? Mandetta sofreria o natural desgaste da dura batalha contra a pandemia com o acréscimo de vítimas do vírus. Dependendo de seu posicionamento, sua popularidade poderia aos poucos também se desgastar e com isso equilibrar a conta com seu ex-chefe em termos de quem é o mais popular. Mas, como já dito, Bolsonaro resolveu “presentear” Mandetta, querendo na verdade punir, mas dando uma absolvição histórica para o competente Ministro. Mandetta saiu do governo muito maior do que quando entrou. Não há a menor dúvida disso. Agora, inclusive, poderá pensar em vôos políticos maiores.

De qualquer maneira, Bolsonaro também conseguiu a proeza de fabricar mais um inimigo. Aliás, isso parece ser um fetiche do presidente, que clama, necessita, precisa de inimigos o tempo todo para satisfazer a sua típica necessidade de dividir tudo entre nós e eles. O mundo simplista e binário de Bolsonaro precisa se alimentar de personagens que integrem o seu extenso leque de inimigos e vilões. Como nas histórias em quadrinhos, o mito patriota precisa de seus arquinimigos, que vão sendo criados para que ele possa continuar a existir com novas histórias de embate, ao invés de oferecer algum projeto para o país. Afinal, parece que é só isso que tem a oferecer. Se ontem era o ex-presidente Lula, agora é o governador de São Paulo João Dória e o seu ex-Ministro Mandetta, que já é vítima do exército digital bolsonarista, cujo objetivo maior é desconstruir reputações nocivas ao mito. Aliás, diga-se de passagem, ao final do dia em que a saída de Mandetta foi o centro das notícias, Bolsonaro ainda teve tempo de atacar o seu escolhido “Lex Luthor”, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

No meio de todo esse cenário apareceu o oncologista Nelson Teich, médico respeitado e de currículo denso que aceitou assumir o Ministério da Saúde em um momento extremamente grave. Ao tomar posse, o médico apontado como técnico e fora do meio político, assumiu um discurso eminentemente político. Disse muito, mas não disse nada. Afinal, tudo que falou pairou circundar o óbvio. Além disso, insistiu naquilo que Mandetta jamais se colocou contra; isto é, a necessidade de realizar testes de maneira massiva para, futuramente, discutir, com embasamento e consistência, qualquer afrouxamento no isolamento e distanciamento social. Ou seja, Teich não inovou em absolutamente nada em relação ao que já vinha sendo feito, o que demonstrou, claramente, que a demissão de Mandetta não foi por qualquer questão realmente técnica.

Nesse sentido, Teich assumiu, de maneira a causar inveja a qualquer político de carreira, um discurso típico do métier político de baixa qualidade: falar, falar e falar muito, mas não dizer nada concretamente. Não somente, também falar o que todo mundo já sabe, todavia com tom de ineditismo. Apesar disso, é importante que se diga que qualquer um que assumisse o lugar de Mandetta nessas condições teria tarefa difícil em ajustar o discurso com os fetiches do chefe. Afinal, teria que não ignorar a ciência e, ao mesmo tempo, agradar à teimosia completa de achismo de Bolsonaro. Portanto, melhor deixar o benefício da dúvida ao Ministro Teich, desejando a ele sorte, porque o azar dele nos custará mais caro do que já se apresenta nessa triste conta.

Por fim, Bolsonaro parece não ceder ao seu fetiche maior: a insistência em colocar a economia na frente da saúde, porque o que mais preza é sua popularidade e desejo de reeleição. Bolsonaro faz suas contas eleitorais com a necessidade de ter sucesso na economia. Parece incapaz de ler o contexto que se apresenta aos seus olhos, ignorando que o mundo já parou economicamente e que seu projeto extremamente liberal já não tem mais espaço ou possibilidade. A reconstrução do Brasil terá que ser feita com um auxílio de gastos do Estado brasileiro. O fetiche de Bolsonaro pelo projeto de Paulo Guedes o torna cego  e ainda mais incapaz de entender o contexto no qual estamos, perdendo uma preciosa oportunidade de comandar o país como poderia.

Por mais que Teich tenha dito em seu discurso de posse que é um erro misturar a economia com a saúde e disso fazer uma contraposição, ele mesmo constrói indiretamente essa contraposição. Pois, para atender o desejo do seu novo chefe ele precisa transitar entre a saúde e a economia, mas fingir que dá prioridade a ambas, dando prioridade à economia nas entrelinhas. Afinal, se o problema está em não se colocar como complementares a economia e a saúde e disso construir uma falsa contraposição, porque, então, a troca foi feita no Ministério da Saúde e não no da Economia também? Se o ministério da economia é imutável e Paulo Guedes indemissível é porque hoje a saúde não vence a economia na retórica do governo de Bolsonaro. Paulo Guedes tem batido a cabeça e demorado a apresentar respostas consistentes para a crise econômica que toma o Brasil e ainda piorará conforme a recessão global se consume.

Apesar do discurso de Bolsonaro, a economia é sim mais importante para ele do que o combate ao coronavírus com ciência e responsabilidade. Bolsonaro não larga seu fetiche maior. Paulo Guedes sempre foi mais importante que Mandetta e será mais importante que Teich. Entre Paulo Guedes e Teich, Teich cairá.

Guilherme Antonio Fernandes é Doutor em Direito pela USP. Mestre em Integração da América Latina pela USP. Bacharel em Direito pela USP. Professor e advogado.

Colapso Econômico e Recuperação – Live da Casa do Saber com José Luis Oreiro (16/04/2020)

17 sexta-feira abr 2020

Posted by jlcoreiro in Casa do Saber, Crise do Coronavírus, José Luis Oreiro

≈ Deixe um comentário

Tags

Casa do Saber, Crise do Coronavírus, Debate Macroeconômico, José Luis Oreiro

Vejam o vídeo da live no Link: https://www.youtube.com/watch?v=7mSmn4ew9lc

Posts

abril 2020
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
27282930  
« mar   maio »

Arquivos do Blog

Blogs que sigo

  • Paulo Gala / Economia & Finanças
  • Reação Nacional
  • amandagrdeassis
  • PROFESSOR WILIAM RANGEL
  • O Barômetro - A Economia sob Pressão
  • O Meio e o Si
  • Sidewalk Essays
  • José Luis Oreiro
  • WordPress.com

Minha página no Facebook

Minha página no Facebook

Estatísticas do Site

  • 924.076 hits

Blogroll

  • Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia – ANPEC
  • Association for Heterodox Economics
  • Blog do Desemprego Zero
  • Blog do Grupo de Pesquisa "Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento"
  • Blog do Thomas Palley
  • CEPAL
  • Departamento de Economia da UMKC
  • Fundação konrad Adenauer
  • Globalidades
  • Grupo de Estudos de Dinâmica Econômica Evolucionária
  • Grupo de Estudos de Economia e Complexidade
  • Grupo de Estudos de Moeda e Sistema Financeiro
  • Instituto de Economia da Universidade de Campinas
  • Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Instituto para Estudos do Desenvolvimento Industrial (IEDI
  • Nobel Laureates in Economics
  • Página da Metroeconomica
  • Página da Revista de Economia Contemporânea
  • Página da Revista de Economia Política
  • Página da Revista Economia e Sociedade (Unicamp)
  • Página da Revista Nova Economia
  • Página da Sociedade Brasileira de Economia Política
  • Página de Anthony Thirwall
  • Página de Jan Kregel
  • Página de Joseph Stiglitz – Prêmio Nobel de Economia
  • Página de Lance Taylor
  • Página de Luigi Pasinetti
  • Página de Paul Davidson
  • Página do Boletim Economia & Tecnologia – UFPR
  • Página do Cambridge Journal of Economics
  • Página do departamento de economia da Universidade de Brasília
  • Página do Journal of Post Keynesian Economics
  • Página do Levy Economics Institute
  • Página do Mark Setterfield
  • Página pessoal de Amit Bhaduri
  • Página pessoal de Amitava Dutt
  • Página pessoal de Fernando Ferrari Filho
  • Página pessoal de Gilberto Tadeu Lima
  • Página pessoal de José Luis Oreiro
  • Página pessoal de Luiz Carlos Bresser-Pereira
  • Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Viçosa
  • Portal Rumos do Brasil
  • Post Keynesian Economics Study Group
  • Reação Nacional
  • Real-World Economics Review Blog
  • Top Brazilian Economists – REPEC
  • Valor Econômico
  • WordPress.com

Tags mais usados

"nova ordem" A crise da economia brasileira A Grande Crise Brasileira Ajuste fiscal Ajuste Fiscal no Brasil Ajuste fiscal possível Associação Keynesiana Brasileira Bresser-Pereira Ciro Gomes COFECON Consolidação fiscal controles de capitais Copom Corecon-DF Crise do Coronavírus Crise do Euro Crise do Governo Dilma Rouseff Crise Econômica no Brasil Crítica ao governo Dilma Rouseff crítica ao governo Temer Crítica ao social-desenvolvimentismo Câmbio sobre-valorizado Debate Macroeconômico Desenvolvimentismo inconsistente Desindusitralização desindustrialização economia brasileira Economia Pós-Keynesiana eficácia da política monetária Eleições 2018 Erros de Paulo Guedes Erros do Banco Central do Brasil Espanha Estagnação secular no Brasil Estratégia Neo-atrasista Estratégias de Desenvolvimento Fiscalismo suicida Governo Dilma Rouseff Governo Michel Temer Governo Temer Herr Bolsonaro inflação Joaquim Levy john maynard keynes José Luis Oreiro José Lus Oreiro José Serra Lançamento do livro "Macroeconomia do Desenvolvimento" Macroeconomia do desenvolvimento Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento Metas de Inflação Nova recessão a vista? novo-desenvolvimentismo Oreiro Os erros de Paulo Guedes Paulo Guedes PEC 241 Política macroeconômica do governo Dilma Rouseff política monetária Política Monetária no Brasil Populismo latino-americano Problema dos juros no Brasil proposta para os pré-candidatos a Presidencia da República Reforma da Previdência Reforma de Previdência Regra de Ouro Relação entre poupança e investimento Samuel Pessoa Semi-estagnação da economia brasileira Seminários Acadêmicos de Economia Senado Federal Sobre-valorização cambial taxa de câmbio Taxa de juros Taxa real de câmbio

Blog no WordPress.com.

Paulo Gala / Economia & Finanças

Graduado em Economia pela FEA-USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi pesquisador visitante nas Universidades de Cambridge UK e Columbia NY. Foi economista chefe, gestor de fundos e CEO em instituições do mercado financeiro em São Paulo. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. Brasil, uma economia que não aprende é seu último livro.

Reação Nacional

Uma alternativa Trabalhista Cristã

amandagrdeassis

PROFESSOR WILIAM RANGEL

"A família é base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que lhes guiam durante toda sua vida". (Beato João Paulo II)

O Barômetro - A Economia sob Pressão

Espaço de reflexão crítica sobre economia e política

O Meio e o Si

Seu blog de variedades, do trivial ao existencial.

Sidewalk Essays

brand new stuff, fresh ideas

José Luis Oreiro

Economia, Opinião e Atualidades

WordPress.com

WordPress.com is the best place for your personal blog or business site.

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
  • Seguir Seguindo
    • José Luis Oreiro
    • Junte-se a 2.860 outros seguidores
    • Já tem uma conta do WordPress.com? Faça login agora.
    • José Luis Oreiro
    • Personalizar
    • Seguir Seguindo
    • Registre-se
    • Fazer login
    • Denunciar este conteúdo
    • Visualizar site no Leitor
    • Gerenciar assinaturas
    • Esconder esta barra
 

Carregando comentários...