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José Luis Oreiro

~ Economia, Opinião e Atualidades

José Luis Oreiro

Arquivos Mensais: maio 2016

O Ajuste Fiscal Possível (Diário de Comércio e Indústria, 27/05/2016)

27 sexta-feira maio 2016

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Governo Michel Temer, José Luis Oreiro

Notícias divulgadas recentemente apontam para um déficit primário de 2.5% do PIB em 2016. Somando esse resultado à conta de juros, o setor público deverá fechar o ano de 2016 com um déficit nominal de 10% do PIB, o que irá elevar a dívida bruta para 75% do PIB no início de 2017.  Mantidas essas condições a trajetória da dívida pública é insustentável, fazendo com que mais cedo ou mais tarde seja necessária a monetização da mesma.

Para impedir que isso ocorra é necessário que o setor público volte a obter um superávit primário na magnitude necessária para a estabilização da dívida pública.  Isso nos coloca duas questões. Em primeiro lugar, qual deve ser o tamanho desse  superávit; e em segundo lugar, de que forma será possível transformar um déficit primário de 2,5% do PIB num superávit expressivo sem aprofundar ainda mais o quadro recessivo?

O tamanho do superávit primário requerido depende de três variáveis: o nível da dívida pública/PIB, a taxa real de juros e a taxa de crescimento do PIB real. Dadas as duas ultimas, o superávit primário requerido será tão mais alto quanto maior for a dívida pública/PIB. Isso significa que quanto mais tempo levar para aumentar o superávit primário para o nível requerido, maior terá que ser o esforço fiscal subsequente, pois maior será a dívida bruta que irá se acumular durante o período de procrastinação do ajuste fiscal.

A boa notícia é que muito em breve o Banco Central deverá iniciar um ciclo de redução da taxa de juros, o que irá reduzir o superávit primário requerido. A redução dos juros permitirá também uma retomada gradual do nível de atividade econômica, fazendo com que o PIB possa crescer em torno de 1% em termos reais ao longo do ano de 2017. A combinação de um juro real de 3% a.a com um crescimento real de 1% fará com que o superávit requerido para a estabilização da dívida seja de 1,5% do PIB.

Como uma virada fiscal de 4% do PIB pode ser obtida entre 2016 e 2017? Dado que as despesas discricionárias já foram substancialmente reduzidas na gestão Levy-Barbosa, a única saída é por intermédio da combinação de elevação de impostos e obtenção de receitas extraordinárias. No que se refere à elevação de impostos, propomos a reintrodução do imposto de renda sobre lucros e dividendos distribuídos, o que poderia gerar uma arrecadação de 0,7% do PIB. Esse imposto não tem impacto negativo sobre a competitividade da indústria, como é o caso da CPMF, e ainda atua no sentido de aumentar a progressividade da distribuição pessoal de renda. No que tange a obtenção de receitas extraordinárias, propomos que o governo realize a secutirização da Dívida Ativa da União, a qual poderá proporcionar uma receita extraordinária de 2,5% a 3,5% do PIB. Essas medidas permitiriam o equacionamento temporário do problema fiscal brasileiro, comprando assim o tempo necessário para que o retorno a um crescimento econômico mais robusto faça o ajuste fiscal pelo lado das receitas.

Nesse contexto, observamos que as medidas anunciadas na terça-feira pelo Presidente Temer não conseguirão reduzir o déficit de R$ 170 bilhões previsto para o ano de 2016, pois não só não proporcionam receitas extras para o governo como também pouco ou nada contribuem para a retomada do crescimento.

Primeiras medidas econômicas de Temer terão impacto no longo prazo (DCI – 25/05/2016)

25 quarta-feira maio 2016

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Governo Michel Temer

As medidas econômicas anunciadas ontem pelo governo interino devem surtir efeito nas contas públicas no médio e no longo prazo, se aprovadas pelo Congresso Nacional.

Enquanto isso, a equipe econômica de Michel Temer ganha mais tempo para estudar propostas que possam impactar as finanças já nesse ano, avaliam especialistas.

“O pacote anunciado [ontem] não irá conseguir reduzir de maneira expressiva o déficit primário de R$ 170 bilhões previsto para este ano. Para isso [para diminuir o déficit], o governo terá que contar com receitas extras, seja na forma de novos impostos ou de recursos que venham a ser auferidos via privatização [de ativos públicos]”, sinaliza José Luis Oreiro, especialista em finanças públicas e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para ele, é muito provável que o governo anuncie medidas para incrementar receita ainda em 2016. “Das propostas que estão na mesa, aposto mais na recriação da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] do que em um aumento da alíquota da Cide [Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico]. A Cide além de pressionar a inflação, gera pouca receita”, afirma.

Segundo o professor, a recriação da CPMF tem potencial de gerar aos cofres públicos cerca de R$ 50 bilhões.

Curto prazo

O economista Jorge Saba Arbache, professor da Universidade de Brasília (UNB), diz que “não seria surpresa” se o governo interino anunciasse alguma medida para elevar a arrecadação, já que a trajetória das contas públicas é “muito ruim”. No entanto, acredita que isso pode ocorrer somente depois de um anúncio de corte de gastos a serem feitos no curto prazo.

Arbache – que até o dia 12 de maio ocupou a secretaria de Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, durante o governo da presidente afastada Dilma Rousseff – analisa que as medidas sugeridas ontem são “bem-vindas” do ponto de vista da gestão fiscal, mas que terão repercussão no médio e longo prazo.

“Medidas como o teto para o gasto, por exemplo, criam espaço para uma gestão melhor das contas públicas no médio prazo. É essa sinalização que o mercado espera. Propostas de curto prazo precisam de mais tempo para serem elaboradas. O governo não pode anunciar qualquer corte sem um estudo prévio. Além disso, é bom destacar que muitas despesas deste ano já estão contratadas”, defende Arbache.

“As propostas divulgadas [ontem] já vinham sendo formuladas antes mesmo do Temer assumir. Elas já estavam sendo discutidas há muito tempo e é por isso que puderam ser anunciadas logo”, evidencia o professor da UNB.

Antecipação

Dentre as medidas fiscais sugeridas pelo governo interino, está a antecipação de cerca de R$ 100 bilhões em dívida que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve ao Tesouro Nacional. Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, propõe uma devolução de R$ 40 bilhões neste ano, R$ 30 bilhões em um ano e outros R$ 30 bilhões em 24 meses. A proposta só depende do Executivo federal, mas ainda precisa de uma apreciação jurídica.

Segundo Temer, a antecipação de pagamento do BNDES poderia gerar uma economia de R$ 7 bilhões nos subsídios dados pelo Tesouro Nacional. Mas, segundo Oreiro, esta quantia ainda seria insuficiente para ajudar a cobrir o déficit primário de R$ 170,5 bilhões estimado para este ano.

Já o presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Júlio Miragaya, acredita que a medida, se implementada, atuaria contra a retomada do crescimento econômico. “O crédito do BNDES é um dos mais demandados pelo setor privado. Fazer com que o banco antecipe pagamento é contraditório com o processo de reativar a economia”, ressalta.

Limite para gasto

Oreiro considera que a instituição de um teto para o gasto público é uma medida razoável para estabilizar o processo de crescimento das despesas em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) no médio prazo. Temer propõe que o limite seja definido pela inflação do ano anterior, medida que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Paulo Gomes, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, acredita que o teto para a despesa pode ter efeito no resultado primário do setor público já neste ano, já que Temer “está cercado de líderes com poder de influência” no Congresso.

Adriano Gomes, professor da ESPM, concorda com essa avaliação e acrescenta que uma das marcas do governo interino é que este tem um trânsito melhor no legislativo.

Entidades empresariais também se pronunciaram a respeito do pacote econômico. A Fecomercio-SP, por exemplo, disse que as medidas “estão no sentido correto” e colaboram para a retomada da confiança.

Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) considera que a antecipação de pagamento do BNDES e o uso do fundo soberano devem ter impacto imediato na redução do endividamento público.

O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avaliou como positivas as medidas, em especial a limitação do gasto público. “Elas criam expectativa positiva e confiança, o que é importante para a retomada do crescimento”, disse Skaf, elogiando o fato do governo não ter proposto aumento de alíquotas de impostos.

II Workshop de Análise da Economia Brasileira realizado na Universidade Federal de Viçosa

23 segunda-feira maio 2016

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Macroeconomia do Desenvolviment, Oreiro

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Governo quer votação de meta nesta terça (DCI – 23/05/2016)

23 segunda-feira maio 2016

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Governo Michel Temer

O governo interino pretende aprovar a nova meta fiscal, que prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões para a União, até amanhã. Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a previsão é “absolutamente transparente e realista”.

Já o ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse estar confiante que o Legislativo permitirá a mudança no orçamento. “Nossa expectativa é que tenhamos, entre terça e quarta-feira, a nova meta aprovada no Congresso, desbloqueando a ação do governo”, afirmou Jucá após o anúncio da previsão de déficit fiscal para 2016, na sexta-feira passada.

O trabalho deve começar ainda hoje, com a votação do projeto na comissão mista de orçamento. Se for aceita, a nova meta avança para análise do Congresso Nacional, que aconteceria amanhã.

Virene Matesco, professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), concordou que a mudança torna a previsão “mais realista”, mas ponderou que ainda pode haver um aumento dos gastos até o final deste ano.

“Temos campos importantes de incerteza, como a situação da Eletrobras, que é uma incógnita muito forte. A sensação que fica é de que o déficit primário é ainda maior que esse”, disse.

A professora ressaltou que o déficit nominal pode se aproximar de R$ 700 bilhões neste ano. “Do ponto de vista fiscal, é uma situação de quase insolvência”, afirma.

Para José Luís da Costa Oreiro, professor de economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a nova estimativa é “plausível”. Entretanto, ele alerta para a impossibilidade de atingir o resultado apenas com cortes de gastos. “Não dá pra realizar o ajuste fiscal pelo lado das despesas, principalmente no curto prazo”, disse o professor.

“O déficit é muito grande. É necessário estimular o nível de atividade econômica, para aumentar receitas e, com isso, reduzir o rombo. As reformas são importantes, mas só trarão resultado mais pra frente”, complementou o especialista.

Oreiro defendeu que o Banco Central (BC) reduza a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 14,25% ao ano, a uma taxa menor que 10% até o final de 2016. “É uma medida necessária para retomar o crescimento”, apontou.

Nova meta

As novas contas do governo contam com um superávit de R$ 6,554 bilhões para os estados e municípios e um déficit de R$ 170,496 bilhões do governo central. A meta apresentada para as estatais federais, neste ano, é zero.

Meirelles anunciou também que fará um descontingenciamento de R$ 21,2 bilhões nas despesas do governo. Segundo ele, o contingenciamento (corte de gastos) total de R$ 44 bilhões é incompatível com o funcionamento da máquina do governo até o fim deste ano.

O ministro explicou que a nova previsão de meta inclui o pagamento de despesas atrasadas, organismos internacionais, fornecedores, despesas com saúde, investimentos da defesa e outros itens.

Ainda de acordo com Meirelles, o efeito líquido entre o aumento dessas despesas atrasadas e as receitas com o programa de repatriação de recursos não declarados no exterior será uma elevação de R$ 19,9 bilhões dos gastos.

Alterações

Meirelles informou que a previsão de déficit não contempla medidas que estão sendo estudadas e que serão anunciadas “proximamente”. Segundo o ministro, além de projetos que serão enviadas ao Congresso, serão feitas ações administrativas para conter o rombo nas contas públicas.

Para Oreiro, o governo depende de receitas extraordinárias ou de um aumento em impostos para melhorar a situação fiscal. Sobre a mudança nos tributos, o professor defendeu a reintrodução do imposto de renda sobre lucros e dividendos distribuídos.

Já as receitas extraordinárias poderiam vir da repatriação de recursos ou da securitização da dívida ativa da União. “Com a venda no mercado de capitais, poderiam ser gerados até R$ 200 bilhões”, estimou.

Governo Temer. A prioridade econômica é o ajuste fiscal. Será com ou sem sobrevalorização da taxa de câmbio? Eis a questão. Entrevista especial com José Luis Oreiro (Portal Instituto Humanitas da Unisionos, 20/05/2016)

20 sexta-feira maio 2016

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Crítica ao social-desenvolvimentismo, Governo Michel Temer, Henrique Meirelles, José Luis Oreiro

“Se eles conseguirem fazer o ajuste fiscal sem sobrevalorizar o câmbio, serão bem sucedidos”, mas se houver uma forte valorização da taxa de câmbio, como Henrique Meirellles fez anteriormente, aí  a política econômica será um desastre, adverte o economista.

Foto: www.tvjurere.com

O perfil da nova equipe econômica, conduzida por Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda, demonstra “claramente” que o presidente interino, Michel Temer, “colocou a questão do ajuste fiscal como prioritária, até porque o Brasil já está no terceiro ano de desajuste fiscal crônico da economia brasileira”, diz José Luis Oreiro à IHU On-Line, na entrevista a seguir, concedida por telefone na quarta-feira, 18-05-2016.

Segundo a análise do economista, possivelmente no segundo semestre de 2016, após a segunda reunião do Comitê de Política Monetária – Copom, a taxa Selic vai começar a baixar e passar dos atuais 14,15% para algum valor “abaixo de 10% no primeiro trimestre de 2017”.

Para Oreiro, a “saída da recessão” “envolve necessariamente uma redução bastante forte da taxa de juros”, a qual permitirá não somente estimular o nível da atividade econômica, mas “aumentará o crédito, ajudará a manter o câmbio mais desvalorizado”, e é com medidas como essas que “o governo conseguirá estimular o nível de atividade econômica”. A recuperação da indústria, por sua vez, depende de “manter a taxa de câmbio em um nível em torno de R$ 3,50 ou R$ 3,60”.

Na entrevista a seguir, Oreiro comenta as possíveis mudanças na condução da política econômica e a provável mudança de rota no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que “terá seu papel reduzido na economia brasileira”. Na interpretação do economista, a nova gestão do BNDES tende a abandonar a política de subsídio e privilégio “dos campeões nacionais”, que foi “tecnicamente questionável”, como ocorreu com o incentivo dado à JBS e à Friboi, e “voltar para o seu ‘core business’ do investimento de infraestrutura, onde obviamente o retorno social é superior ao retorno privado, ou seja, é a típica operação de crédito que precisa de subsídio”.

A equipe econômica que está assumindo, pontua, “é muito mais ortodoxa na condução da política econômica, o que era de se esperar, dado o fracasso da política heterodoxa adotada no governo Dilma Rousseff”.

Na avaliação de Oreiro, “queiramos ou não, a heterodoxia sai do governo Dilma queimada” e “fracassada”, dado o quadro de recessão há dois anos, a queda do PIB e o déficit das contas públicas. Daqui para frente, frisa, “a heterodoxia terá que digerir isso durante algum tempo”.

Autointitulado um heterodoxo e adepto das teorias econômicas keynesianas, Oreiro ressalta que “o fracasso das políticas macroeconômicas foi o fracasso de uma vertente específica da heterodoxia”, o que significa que ainda “existe espaço para a condução de uma política keynesiana, desde que a política monetária seja flexibilizada”.

José Luis Oreiro é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ e doutor em Economia da Indústria e da Tecnologia pela UFRJ. Atualmente é professor adjunto do departamento de Economia da Universidade de Brasília (FACE/UNB).

O economista acaba de lançar o livro Macroeconomia do Desenvolvimento: uma perspectiva Keynesiana (São Paulo: Editora LTC, 2016).

Confira a entrevista.

Foto: Unb

IHU On-Line – Como avalia os primeiros dias do governo interino de Michel Temer na economia e a composição da nova equipe econômica?

José Luis Oreiro – O perfil dos nomes da equipe econômica mostra, claramente, que o Presidente Michel Temer colocou a questão do ajuste fiscal como prioritária, até porque o Brasil já está no terceiro ano de desajuste fiscal crônico da economia brasileira: em 2014 o déficit nominal foi 6% do PIB, em 2015 foi 10% do PIB e, ao que tudo indica, em 2016 o déficit nominal será de 10% do PIB, o que, somando, em três anos são 26% do PIB, que colocam a dívida pública em uma trajetória claramente insustentável. Então, o perfil que ele escolheu, colocando Henrique Meirelles como Ministro da Fazenda, e a equipe que Meirelles montou, mostra claramente a preocupação com o lado fiscal, ou seja, de que é necessário dar um equacionamento para a questão do déficit, de maneira a reverter a trajetória explosiva da relação dívida pública/PIB.

Do lado da política monetária, Temer escolheu Ilan Goldfajn como Presidente do Banco Central e, entre os nomes que foram cogitados, como o de Mário Mesquita e Afonso Bevilaqua, Ilan Goldfajn é aquele que tem um perfil menos duro para a condução da política monetária. Por isso acredito que já há uma sinalização de que teremos, no segundo semestre de 2016, um processo de flexibilização da política monetária, ou seja, redução da taxa de juros.

Portanto, a combinação Meirelles na Fazenda e Ilan Goldfajn no Banco Central dá claros sinais de que mudaremos a composição da política econômica com respeito ao governo Dilma, pelo menos no que se refere à última parte do governo Dilma em 2014 e início de 2015. A partir de agora teremos uma política fiscal dura e uma política monetária mais flexível. Esse é um bom sinal no sentido de que teremos uma trajetória da redução da taxa de juros, tanto em termos nominais como em termos reais, bastante interessante para os próximos meses.

IHU On-Line – A presidente Dilma também estava insistindo na necessidade de fazer um ajuste fiscal. Então, o que muda especificamente com esta nova equipe econômica em relação à anterior?

José Luis Oreiro – Há mudanças de concepção e mudanças operacionais. Vamos começar com as mudanças operacionais. Se comparar a equipe de Henrique Meirelles com a equipe de Joaquim Levy, a primeira coisa que chama a atenção é que os nomes da equipe econômica de Meirelles são muito mais reconhecidos pelo mercado pela sua competência na área fiscal.

Os nomes da equipe de Joaquim Levy eram, em grande medida – tirando uma ou outra exceção –, ilustres desconhecidos. O nível técnico da equipe de Meirelles é superior ao da equipe do Levy. Não avaliarei aqui a equipe de Nelson Barbosa, porque ela foi formada por alguns nomes que sobraram da equipe do Levy, então, trata-se de basicamente fazer uma comparação entre a equipe do Levy e a do Meirelles.

A equipe de Henrique Meirelles tem uma concepção muito clara de que é preciso enfrentar o problema estrutural de aumento da despesa primária com proporção do PIB. Desde 1999 a despesa primária – aquela que exclui o pagamento de juros da dívida pública por proporção do PIB – vem aumentando, e isso foi factível de ser financiado durante muitos anos, durante os governos de Fernando Henrique, Lula e até o início do governo Dilma, porque a receita tributária como proporção do PIB também vinha aumentando, mas esse processo aparentemente se esgotou. Então não é mais possível continuar com uma trajetória de aumento da despesa primária como proporção do PIB, porque simplesmente a sociedade brasileira já deu vários sinais de que não está disposta a pagar mais impostos. Logo, é preciso limitar o crescimento das despesas primárias com proporção do PIB.

Como se fará isso? As indicações que Meirelles deu para a equipe econômica apontam um caminho, isto é, certamente o governo encaminhará uma Reforma da Previdência Social cujo objetivo não deve ser o de tirar direitos, mas tornar a Previdência Social sustentável no longo prazo. Isso envolverá, obviamente, aumento da idade mínima para a aposentadoria e, provavelmente, a equalização de regras de aposentadoria para homens e mulheres – acredito que isso será fundamental para a Reforma da Previdência.

Por outro lado, Mansueto Almeida, que assumiu a Secretaria de Acompanhamento Econômico, fará um “pente-fino” nos diversos programas que o governo realiza, mesmo nos programas sociais. O objetivo deste “pente-fino” não é o de tirar direitos, mas de ver quais são os programas que realmente são eficientes e eficazes, no sentido de produzir uma melhora na distribuição de renda e reduzir o nível de pobreza, e aqueles que não são. Então, aqueles que não atenderem ao critério de eficiência e eficácia serão desativados e os outros programas serão mantidos.

Acredito que o foco de Mansueto Almeida na Secretaria de Acompanhamento Econômico será o de aumentar a eficiência do gasto público, isto é, fazer mais com menos. Portanto, acredito que é isso que está se consolidando em termos de ajuste fiscal.

IHU On-Line – O senhor está convicto de que não haverá cortes de direitos?

José Luis Oreiro – Não haverá cortes de direitos, até porque politicamente é inviável e esse é um governo frágil do ponto de vista de votos. Portanto não se trata de cortar direitos, mas, sim, de ver quais são os programas que funcionam e quais são os que não funcionam. Eventualmente será preciso coibir alguns abusos; por exemplo, Marcelo Caetano fez um estudo sobre as pensões por morte, quando estava no IPEA, no qual mostrou que as pensões por morte no Brasil consomem 3% do PIB, que é um número muito acima do que se observa na média internacional. Portanto, trata-se de ajustar as regras de pensões por morte.

“Certamente o governo encaminhará uma Reforma da Previdência Social”

IHU On-Line – O novo governo fala em um déficit das contas públicas de aproximadamente 150 bilhões. As medidas propostas pela nova equipe econômica resolverão esse problema em quanto tempo?

José Luis Oreiro – O déficit tem sido um alvo móvel, porque como a economia está em queda livre, ou seja, o nível das atividades está caindo, as receitas acabam sendo menores do que o esperado, e como o espaço para cortar despesas é muito pequeno, o déficit acaba sendo maior do que o esperado. Estamos em meados do ano e, ao que parece, o nível de atividade econômica está começando a dar alguns sinais de que vai parar de cair, então acredito que a nova equipe econômica já tenha condições de ter uma avaliação materialista das contas do governo.

É provável que este número de 150 bilhões de reais esteja mais ou menos correto. Veja bem, esse déficit primário – não é nem o déficit nominal – não será eliminado do dia para a noite, isto é, a redução significativa do déficit primário e a sua transformação em superávit primário requer, obrigatoriamente, a retomada do nível de atividade; enquanto não retomarmos o nível de atividade, não existe como eliminar esse déficit primário. Então, acredito que o governo vai combinar medidas no sentido de conter o ritmo de crescimento das despesas públicas, junto com medidas do Banco Central do Brasil, com a redução dos juros, que estimularão o nível de atividade – tem que fazer essas duas coisas.

IHU On-Line – Meirelles já declarou que não descarta a possibilidade de aumentar impostos novamente. Como vê essa possibilidade?

José Luis Oreiro – Não parece que haja muito espaço para aumento de imposto. A Federação das Indústrias de São Paulo – Fiesp é contra a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – CPMF, muitos deputados da base aliada do presidente Michel Temer e que votaram no impeachment da presidente Dilma também são contra a introdução da CPMF. Então não vejo muito espaço para aumento de imposto, e a recriação da CPMF é praticamente impossível. Pode haver algum espaço para aumento da CIDE [Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico], que é a contribuição sobre os combustíveis, mas que também não gerará muita arrecadação; poderá gerar mais uns 10 bilhões por ano, mas não muito mais do que isso.

Dessa maneira, a estratégia do governo será a de tomar medidas fiscais de longo prazo, ou seja, que conterão o ritmo de crescimento das despesas do governo, e medidas que estimulem o nível de atividade econômica para que se possa recuperar as receitas do Estado. Essa é a maneira pela qual se conseguirá transformar esse déficit de 150 bilhões de reais em um superávit primário mínimo – que é preciso para estabilizar a dívida – de algo como 80 ou 90 bilhões de reais. Então, é preciso fazer uma virada fiscal de mais ou menos 250 bilhões de reais e essa virada será feita em dois ou três anos, porque não tem como fazer isso no curto prazo.

As medidas fiscais não têm impacto imediato, e a Reforma da Previdência e outras terão um impacto de médio e longo prazo no sentido de conter o ritmo de crescimento das despesas, mas o ajuste fiscal mesmo será feito pelo lado da receita, com a recuperação do nível de atividade econômica.

IHU On-Line – O governo propõe algo para conter a recessão, a inflação e revitalizar a indústria no curto prazo? Como essas questões que afetam o dia a dia das pessoas serão enfrentadas?

José Luis Oreiro – No que se refere especificamente à indústria, o necessário é manter a taxa de câmbio em um nível em torno de R$ 3,50 ou R$ 3,60. Se a taxa de câmbio ficar nesse nível, terá, como já está tendo, uma recuperação das exportações de produtos manufaturados, isso ganhará força ao longo do tempo e a indústria poderá voltar a se recuperar. No que diz respeito à saída da recessão, ela envolve necessariamente uma redução bastante forte da taxa de juros. Parece – eu posso estar enganado – que a indicação do Ilan Goldfajn para Presidente do Banco Central é uma sinalização clara de flexibilização da política monetária a partir de agosto de 2016. Por que estou dizendo a partir de agosto? Porque, tecnicamente, Ilan Goldfajn presidiria a primeira reunião como presidente do Banco Central em julho, então é pouco provável que vá tomar alguma medida na sua primeira reunião do Comitê de Política Monetária – Copom. Essa medida ficaria postergada para a segunda reunião na presidência do Copom, que será em agosto de 2016.

Por conta, disso acredito que a partir de agosto se inicie um ciclo de redução da taxa de juros, o que estimulará o nível de atividade econômica, aumentará o crédito, ajudará a manter o câmbio mais desvalorizado etc. É por aí que o governo conseguirá estimular o nível de atividade econômica. Já existem sinais de que a economia está parando de cair, as exportações de manufaturados estão se expandindo, o nível de confiança dos empresários está aumentando, assim, já existem sinais de que a economia vai parar de cair em algum momento entre o primeiro e o segundo semestre de 2016.

IHU On-Line – Qual seria a taxa de juro ideal para o Brasil neste momento? Teremos condições de atingir essa taxa em quanto tempo?

José Luis Oreiro – Para uma economia que está em recessão, como a brasileira, e com a inflação desacelerando, uma Selic nominal abaixo de 10% seria o adequado, ou seja, se supor um juro nominal de 10% com uma inflação de 7%, será mais ou menos um juro real de 3%, que é metade do que temos hoje. Portanto, esse ajuste da taxa de câmbio seria o ideal para se obter em um prazo de seis meses. Contando que começará a reduzir os juros a partir de agosto, então poderia ter uma Selic abaixo de 10% no primeiro trimestre de 2017.

IHU On-Line – O governo interino de Temer está recebendo algumas críticas por insistir na Reforma da Previdência, porque estaria propondo o mesmo que já havia sido proposto pelo governo Dilma. Como o senhor vê a discussão sobre a Reforma da Previdência neste momento?

José Luis Oreiro – A Reforma da Previdência é fundamental no sentido de influenciar as expectativas de futuro. Se as regras atuais da Previdência Social forem mantidas, haverá um aumento do gasto previdenciário por proporção do PIB, nos próximos anos, que será muito grande. Então, a reforma é fundamental para estabilizar as expectativas a respeito da evolução da despesa primária com proporção do PIB e, portanto, para estabilizar as próprias expectativas sobre a trajetória da dívida pública com proporção do PIB. Ou seja, mesmo que não tenham impactos de curto prazo, as reformas influenciam a trajetória dos gastos públicos no médio e longo prazo e, portanto, afetam as expectativas sobre a dívida pública, e isso tem impacto hoje, porque terá impacto na curva dos juros.

Embora o Banco Central fixe o juro básico da economia, se tem a curva de juros do setor privado, que toma a Selic como base, mas que é uma curva que é construída em cima dos juros básicos e que reflete as expectativas que o mercado tem a respeito da evolução futura da dívida pública. Fazendo essa reforma, se consegue estabilizar essas expectativas e, com isso, reduzir o juro privado de longo prazo, o que é fundamental também para a retomada do investimento e do consumo de bens duráveis.

IHU On-Line – Como vê a nomeação de Maria Bastos Marques para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES? O que deve mudar na atuação do Banco?

José Luis Oreiro – A nomeação dela significa que o BNDES terá seu papel reduzido na economia brasileira. Com Luciano Coutinho, principalmente depois da crise financeira internacional de 2008, o BNDES passou a conceder empréstimos a juros subsidiados, por razões tecnicamente questionáveis, ou seja, o banco passou a atender setores que provavelmente não precisavam dos recursos subsidiados, dado que o banco começou a privilegiar a “política dos campeões nacionais”, que muitos têm criticado.

Acredito que o banco vai se voltar para o seu “core business” do investimento de infraestrutura, onde obviamente o retorno social é superior ao retorno privado, ou seja, é a típica operação de crédito que precisa de subsídio. O que não precisa de subsídio – como aconteceu com o BNDES – é o financiamento da constituição de um oligopólio, como aconteceu no setor de carne, com o caso da JBS e da Friboi. É provável que a nova presidente encerre essa política de privilégios e de indução dos “campeões nacionais”, que havia sido adotada por Luciano Coutinho.

IHU On-Line – Será uma vantagem, então?

José Luis Oreiro – Creio que sim, porque as operações do BNDES custam muito caro. Como o setor público toma dinheiro emprestado pela Selic e concede dinheiro via BNDES a uma taxa de juros abaixo da Selic, isso tem um custo para o setor público, ou seja, para o Estado. E, portanto, na medida em que se limita esse tipo de operação, se reduz o custo fiscal das operações do BNDES.

“As políticas heterodoxas fracassaram e a heterodoxia terá que digerir isso durante algum tempo”

IHU On-Line – Quais são as teorias econômicas que influenciam a nova equipe econômica? Percebe distinções em relação às influências teóricas da política anterior?

José Luis Oreiro – A equipe que está assumindo é muito mais ortodoxa na condução da política econômica, o que era de se esperar dado o fracasso da política heterodoxa adotada no governo Dilma Rousseff. Queiramos ou não, a heterodoxia sai do governo Dilma queimada, embora economistas heterodoxos como eu ou como o professor Bresser-Pereira tenhamos sido duros críticos da chamada nova matriz macroeconômica. O fato é que essa política passou para a opinião pública como sendo uma política fundamentalmente heterodoxa ou de cunho social-desenvolvimentista – ou o adjetivo que você queira aplicar.

Então, uma vez que essas políticas fracassaram, e é óbvio que fracassaram, porque o país está em recessão há quase dois anos e terá uma queda acumulada do PIB, entre 2015 e 2016, em torno de 8% em termos reais – é a maior queda do PIB desde a Segunda Guerra Mundial -, e tem uma situação absolutamente terrível nas contas públicas no sentido de que está caminhando para o segundo ano consecutivo de déficit nominal em torno de 10% do PIB – algo que não se vê desde o Plano Real. Então podemos dizer, obviamente, que as políticas heterodoxas fracassaram e a heterodoxia terá que digerir isso durante algum tempo.

O fracasso de uma vertente da heterodoxia

Em grande medida o fracasso das políticas macroeconômicas foi o fracasso de uma vertente específica da heterodoxia, que podemos chamar de social-desenvolvimentismo, que está muito ligada ao Instituto de Economia da Unicamp. Mas o fato é que fracassaram e isso foi colocado na conta da heterodoxia, então nada mais natural do que observarmos o que está sendo feito agora, que é a ascensão de nomes ortodoxos – se você quiser chamar liberais – na condução da política macroeconômica.

O desafio dessa nova equipe, além de resolver o imbróglio fiscal, será o de não ceder à tentação de sobrevalorizar o câmbio novamente. Se eles conseguirem fazer o ajuste fiscal sem sobrevalorizar o câmbio, serão bem sucedidos. Agora, se voltarmos ao que ocorreu na década passada, com Henrique Meirelles na presidência do Banco Central, que foi um processo de forte valorização da taxa de câmbio, aí realmente essa política econômica será um desastre. Talvez até se consiga tirar o país da recessão, mas não se conseguirá entregar uma economia próspera; teremos aí uma economia que, no melhor cenário, poderemos chamar de “paz no cemitério”, ou seja, não terá nenhum grande desequilíbrio, mas também não crescerá muita coisa.

IHU On-Line – Então acredita que ainda há espaço para uma política econômica heterodoxa, já que o senhor também acaba de lançar um livro sobre a política keynesiana, intitulado Macroeconomia do Desenvolvimento: uma perspectiva Keynesiana?

José Luis Oreiro – Existe espaço para a condução de uma política keynesiana, desde que a política monetária seja flexibilizada. A reação natural a um país que está em recessão e com uma inflação em queda é uma expansão monetária, ou seja, uma redução dos juros, e isso é uma política keynesiana.

Também não acredito que o governo Temer será um governo em que o Estado simplesmente desaparecerá da condução da atividade econômica: ele diminuirá com respeito ao papel que o Estado teve durante o primeiro mandato da presidente Dilma. E, por fim, é fundamental a questão da administração da taxa de câmbio. Se o governo Temer e a equipe econômica não atentarem para isso, ou seja, se permitirem um processo de forte valorização da taxa de câmbio, aí realmente a política deles não funcionará no médio e longo prazo.

Por Patricia Fachin

Link: http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/555328-governo-temer-a-prioridade-economica-e-o-ajuste-fiscal-sera-com-ou-sem-sobrevalorizacao-da-taxa-de-cambio-eis-a-questao-entrevista-especial-com-jose-luis-oreiro.

Questões do Século XXI – As Causas e as Saídas da Crise no Brasil (16/05/2016)

18 quarta-feira maio 2016

Posted by jlcoreiro in Ajuste fiscal, Crise Econômica no Brasil, Debate macroeconômico, Desindustrialização, Keynesianismo, Macroeconomia estruturalista do desenvolvimento, Mídia, Opinião, Oreiro

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Debate Macroeconômico, José Luis Oreiro

Seminário debate realizado no IE-UFRJ no dia 16 de maio de 2016, com a participação da Profa. Denise Gentil e do Prof. José Luís Oreiro.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=zc4gDalr1Eo&feature=youtu.be.

 

Lançamento – Macroeconomia do Desenvolvimento: uma perspectiva Keynesiana

17 terça-feira maio 2016

Posted by jlcoreiro in Uncategorized

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José Luis Oreiro, Livro, Macroeconomia do Desenvolviment

Macroeconomia_Brasileira_-_Desenvolvimento_numa_Perspectiva_Keynesiana

Autor: José Luis Oreiro

ISBN: 9788521631514
Publicação: 13/05/2016
Edição: 1|2016
Formato: 16 X 23
Páginas: 236
Acabamento da capa: Brochura
Peso: 0,36kg
Selo Editorial: LTC

R$59,00

“A consolidação de um novo paradigma teórico em qualquer disciplina passa necessariamente pela definição da ciência ‘normal’ que lhe corresponde, a definição de problemas relevantes, a seleção de métodos de investigação aceitos como válidos etc. Uma peça fundamental dessa transformação é a produção de materiais que permitam a divulgação dos resultados já obtidos para um número crescente de estudantes, de modo amplo, consistente, em que esses futuros pesquisadores possam entender a coerência do programa de pesquisa e situar seus próprios interesses dentro dele. Este é o papel do livro-texto: codificar o que se sabe, o que não se sabe e o que se busca saber dentro de um paradigma (ou mais); um mapa para se conhecer a extensão e a cobertura desse paradigma. É para isso que o professor Oreiro dá uma contribuição fundamental com este livro. Mapear, mostrar acidentes geográficos, localizar dificuldades, ilustrar os caminhos já conhecidos e os destinos já explorados. Poucos economistas neste país estão tão bem qualificados para fazê-lo e, tenho certeza: este livro se tornará rapidamente a referência na disciplina.”

Fernando José Cardim de Carvalho

Professor Emérito do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro

“Nos dias de hoje é raro achar um livro no qual as questões empíricas a serem respondidas sejam apresentadas antes dos modelos formais. Este livro faz isso, apresentando logo de início a questão do desenvolvimento desigual em nível mundial e, em particular, as diferenças entre as economias maduras e as economias menos desenvolvidas. O aparato teórico apresentado é, sob qualquer ângulo, forte o suficiente para apresentar uma explicação convincente para o fenômeno, conciliando uma teoria das assimetrias na tecnologia com uma teoria das assimetrias na estrutura produtiva (composição setorial da produção); com a primeira explicando a performance relativa das economias maduras, e a última se aplicando a países como o Brasil, no qual a estratégia de crescimento pelas exportações está associada à especialização em recursos primários. Trata-se de um livro excelente, muito bem escrito, razoavelmente acessível e absolutamente persuasivo. A empreitada corajosa do professor Oreiro (casando Keynes e Kalecki com os aspectos estruturais do processo de desenvolvimento) causa uma séria derrota às explicações simplórias oferecidas até agora pela literatura empírica de crescimento econômico.”

Lionello Punzo

Professor da Universidade de Siena, Itália

“Uma das principais dificuldades da teoria e da política macroeconômicas é combinar o curto e longo prazos. Este novo livro de José Luis Oreiro adota a abordagem pós-keynesiana de forma criativa e competente e, desse modo, avança a economia do desenvolvimento de maneira instigante e fértil.”

Mauro Boianovsky

Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília e Presidente da History of Economics Society

Maiores informações em : http://www.grupogen.com.br/macroeconomia-brasileira-desenvolvimento-numa-perspectiva-keynesiana

 

Seminario | Las políticas macroeconómicas en América Latina luego del boom de las commodities. Los casos de Argentina, Brasil, Chile, Colombia, México, Perú y Venezuela.

08 domingo maio 2016

Posted by jlcoreiro in Crise Econômica no Brasil, Debate macroeconômico, Desindustrialização, Macroeconomia estruturalista do desenvolvimento, Mídia, Opinião, Oreiro, Seminários acadêmicos de economia

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CEDES, Oreiro, Roberto Frenkel

DÍA
12 de mayo de 2016

HORA
4:15 pm

LUGAR

Campus PUCP – Auditorio Gustavo Gutiérrez – Facultad de Ciencias Sociales

INSCRIPCIONES

http://goo.gl/forms/s0RzDEm6PN

El Centro de Estudios de Estado y Sociedad CEDES y el Departamento de Economía de la Pontificia Universidad Católica del Perú se complacen en invitarlo al Seminario “Las políticas macroeconómicas en América Latina luego del boom de las commodities.”

En el Seminario se presentará un panorama sintético de la situación y evolución macroeconómica reciente de: Argentina, Brasil, Chile, Colombia, México, Perú, Venezuela. Los distintos casos nacionales serán presentados en ponencias individuales de 20 minutos.

Expositores

Argentina

Centro de Estudios de Estado y Sociedad y Universidad de Buenos Aires

  • Mario Damill
  • Roberto Frenkel
  • Martín Rapetti

Brasil

  •  José Luis Oreiro – Instituto de Economía de la Universidad Federal de Río de Janeiro

Chile

  •  Ricardo Ffrench-Davis – Facultad de Economía de la Universidad de Chile

Colombia

  •  Jonathan Malagón – Facultad de Economía de la Universidad Nacional de Colombia

México

  •  Jaime Ros – Facultad de Economía de la Universidad Nacional Autónoma de México

Perú

  • Oscar Dancourt – Departamento de Economía de la PUC-PE

Venezuela

  •  Leonardo Vera – Universidad Central de Venezuela. FACES-Escuela de Economía

 

Nota sobre a posição da Associação Keynesiana Brasileira a respeito do Impeachment da Presidente Dilma Rouseff

06 sexta-feira maio 2016

Posted by jlcoreiro in Uncategorized

≈ 2 Comentários

Acabei de ver na comunidade da Associação Keynesiana Brasileira no Facebook que a associação tomou posição oficial contrária ao impedimento da Presidente Dilma Rouseff. Não quero aqui entrar no mérito do impedimento, acho que existem argumentos razoáveis para ser a favor ou contrário ao impeachment, embora eu pessoalmente seja a favor. No entanto, me espanta o fato de que a atual diretoria da AKB resolveu tomar uma decisão institucional sobre um tema que não diz respeito a AKB como instituição. A prática usada na AKB desde a sua fundação foi a de não assumir posições oficiais sobre temas de natureza política. Cada membro da AKB sempre teve total liberdade para expressar a opinião que achasse conveniente sobre temas políticos sem correr o risco de ser “patrulhado” pela “posição oficial” da instituição. Foi com base nesse princípio básico que a AKB foi construída e pode obrigar entre seus membros “petistas” e “tucanos”. Durante os quase seis anos que passei a frente da diretoria da AKB presenciei tentativas de pessoas de dentro e de fora da AKB de usa-la como instrumento de disputa política. Em geral essas pessoas eram pró-governo. Contudo tais tentativas foram sempre neutralizadas e a AKB permaneceu acima das disputas políticas. Infelizmente hoje isso acabou pois a diretoria e o conselho consultivo decidiram impor uma posição oficial sobre o tema. Acho uma atitude equivocada que custará caro para a associação no médio e longo-prazo. Contudo, agradeço a Deus por não ter tido qualquer participação nessa iniciativa, pois pedi a desfiliação da AKB em caráter irrevogável no final do ano passado. Restava ainda um pequeno laço com a AKB. Eu ainda era administrador da comunidade da AKB no facebook. Hoje cortei este ultimo laço. De agora em diante trilharei meu próprio caminho, defendendo a teoria Keynesiana como sempre fiz e continuarei fazendo, mas livre e desimpedido para expressar o que quiser em termos políticos.

BC entre Mesquita, Ilan e Bevilaqua (Correio Braziliense – 05/05/2016)

05 quinta-feira maio 2016

Posted by jlcoreiro in Crise Econômica no Brasil, Debate macroeconômico, Mídia, Opinião, Oreiro

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Banco Central do Brasil, política monetária

O economista Mário Mesquita, sócio do Banco Brasil Plural, foi convidado ontem para ser o presidente do Banco Central (BC) na gestão de Michel Temer. O convite foi formalizado por Henrique Meirelles, escolhido pelo vice-presidente, caso chegue ao Palácio do Planalto, para ocupar o Ministério da Fazenda. Mesquita ainda não decidiu se aceitará a missão, mas confidenciou a amigos que pode recusar a oferta para poupar a família da vida desgastante em Brasília.

Diante disso, a escolha do futuro comandante da autoridade monetária pode ficar entre Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, e o também economista Afonso Bevilaqua. Ambos já ocuparam a diretoria de Política Econômica do BC, durante o período em que Meirelles presidiu a instituição. Mesquita também ocupou o cargo, entre 2007 e 2010, depois de ter sido diretor de Estudos Especiais. Meirelles espera chegar a uma definição até amanhã.

Interlocutores de Temer afirmaram que, independentemente do nome escolhido para o BC, ele passará pelo crivo da equipe econômica que será formada também pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), no Planejamento, e por Eliseu Padilha (PMDB-RS), na Casa Civil. “O BC terá uma missão semelhante à do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos. Será responsável pelo controle da inflação, mas se guiará também pelo mercado de trabalho”, destacou.

Na avaliação do economista Alexandre Schwartsman, outro ex-diretor do BC, Mesquita seria uma escolha excelente, pois tem experiência e é tecnicamente preparado para conduzir a política monetária. Já para José Luís Oreiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma péssima opção. Na opinião dele, Mesquita se preocupa mais com a inflação do que com o nível de atividade. “Em um momento de desaceleração da inflação e de economia perto da depressão, a ênfase deveria ser na recuperação do crescimento”, disse.

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