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José Luis Oreiro

~ Economia, Opinião e Atualidades

José Luis Oreiro

Arquivos Mensais: abril 2016

Redução de juros está próxima Correio Braziliense – 28/04/2016

28 quinta-feira abr 2016

Posted by jlcoreiro in Crise Econômica no Brasil, Debate macroeconômico, Mídia, Opinião, Oreiro

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eficácia da política monetária

O Banco Central (BC) indicou que a redução da taxa básica de juros está próxima. Manteve a Selic em 14,25% ao ano pela sexta vez consecutiva, mas, agora, em decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom). Na reunião anterior, dois diretores haviam votado pela alta: Tony Volpon e Sidnei Marques. O encontro de ontem pode ser o último conduzido por Alexandre Tombini, que não deverá ser mantido no comando da autoridade monetária em um eventual governo de Michel Temer.

Além da unanimidade, um forte sinal de que os juros estão próximos veio no comunicado distribuído no fim do encontro, o qual afirma que “o comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação”. O Copom ressalvou, porém, que, medida em 12 meses, a carestia continua alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 9,39% até março, muito acima da meta de 4,5%. De acordo com o comitê, “as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária”.

Para a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, o Copom não usou o tom necessário na nota. “Eu preferia um comunicado mais duro. Os diretores do BC falam em avanços, mas não é possível ainda tirar o paciente da UTI. A inflação não está apenas alta, está a anos-luz da meta”, criticou. Zeina explicou que o BC está se esforçando para recuperar a credibilidade, e, ao sinalizar que os juros vão baixar logo, pode atrapalhar esse processo. “Há risco de desancorar as expectativas de que a inflação volte para a meta”, disse. Isso provocaria uma convergência mais demorada para o objetivo.

A manutenção da Selic por unanimidade era esperada pelo mercado. O último boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda-feira passada, mostrou recuo de 13,38% para 13,25% na expectativa dos analistas para a taxa no fim deste ano. A questão, no entanto, ainda é controversa. Para alguns, a desaceleração deve ser mais comedida, até em decorrência da instabilidade política. “É preciso aguardar que a tendência de recuo dos preços se consolide para reduzir os juros”, disse o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano. Ele prevê cortes na taxa básica apenas nas reuniões de outubro e de novembro, de 0,50 ponto percentual em cada uma.

Com Temer na Presidência, a expectativa é de uma política econômica mais ortodoxa. Isso envolveria redução de gastos e política monetária conservadora. Na opinião de economistas heterodoxos, o ideal seria uma queda mais rápida da Selic. José Luís Oreiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que a ênfase na estabilidade de preços compromete a atividade econômica. “Embora seja importante ter a inflação sob controle, o combate à carestia não pode prevalecer sobre o nível de atividade”, afirmou. Para Fábio Silveira, diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados, a redução de juros na próxima reunião não seria surpresa. “Os preços do etanol e da gasolina estão mais baixos no atacado. É questão de tempo para que essa redução chegue ao varejo, por volta de maio ou junho.”

Sem mudança nos EUA

Confirmando as expectativas, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) manteve as taxas de juros de referência na faixa de 0,25% a 0,50% ao ano, mas sinalizou confiança na perspectiva econômica do país, deixando a porta aberta para uma alta em junho. Em nota, a instituição afirmou que a economia dos EUA mostra boa performance em alguns aspectos, mas sinais preocupantes em outros. Embora o cenário global ainda seja incerto, o comunicado não usou a palavra “riscos” ao se referir à economia mundial.

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Da Semi-estagnação a depressão (2011-2015): O fracasso da nova matriz, fim do boom de commodities e crise fiscal

25 segunda-feira abr 2016

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Publicado por jlcoreiro | Filed under Ajuste fiscal, Crise Econômica no Brasil, Debate macroeconômico, Keynesianismo, Macroeconomia estruturalista do desenvolvimento, Opinião, Oreiro

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Só ação concentrada do governo, seja ele qual for, pode salvar economia em 2017, dizem analistas (O Globo, 17/04/2016)

18 segunda-feira abr 2016

Posted by jlcoreiro in Ajuste fiscal, Crise Econômica no Brasil, Debate macroeconômico, Macroeconomia estruturalista do desenvolvimento, Mídia, Opinião, Oreiro

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RIO, SÃO PAULO E WASHINGTON – Enquanto as atenções do Brasil inteiro estão voltadas para os próximos movimentos no cenário político, no front econômico o país tem pouco tempo para evitar amargar, em 2017, seu terceiro ano seguido de recessão. Na média, os analistas de mercado ainda preveem leve alta no PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) no próximo ano, de 0,3%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central. Mas muitos não descartam uma contração. Inverter o rumo da economia a esta altura representa uma corrida contra o tempo. Na avaliação de especialistas, ainda é possível salvar o país do que seria o maior e mais profundo período de recessão em mais de um século, desde que a crise política tenha um desfecho rápido. Para isso, dizem os analistas, é preciso que o governo, seja ele qual for, adote ação concentrada, com medidas de compromisso fiscal para manter a dívida pública em patamar sustentável. Um resgate da confiança é, assim, fundamental para a retomada dos investimentos que tornem possível ao país voltar a crescer.

A definição de quem estará no governo tem papel crucial sobre as expectativas. Entre os analistas de mercado, a tendência é de um viés mais otimista com uma troca de comando. Mas, em qualquer cenário, a retomada do crescimento não é vista como tarefa de fácil execução.

— Se o processo do impeachment não passar, outras denúncias vão continuar atrapalhando o governo. Se passar, teremos a ação de movimentos sociais e não saberemos como será governar em meio a uma sociedade rachada. Então, mais do que quem vai estar lá (no comando do país), é a quantidade de nevoeiro que vai determinar quando voltaremos a crescer. Hoje, estamos descendo a serra sem enxergar cem metros à frente. Então, andamos devagar. Se você consegue tirar essa nuvem da frente, é possível olhar adiante e até recuperar o terreno perdido com crescimento rápido de médio prazo — avalia o economista-chefe do Banco ABC, Luis Otavio de Souza Leal.

Para o economista, o governo precisa provar que a dívida pública ficará sob controle. No ano passado, o governo federal fechou o ano com rombo de R$ 114,9 bilhões no orçamento. É o maior déficit da história. Sem superávit, o governo não consegue economizar para pagar os juros da dívida pública.

— A grande questão é mostrar, na parte fiscal, que a dívida do governo não vai entrar em trajetória insustentável. Estamos em um círculo vicioso, e tudo é pessimismo. Precisamos virar a chave para que os agentes econômicos comecem a achar que tem uma luz no fim do túnel. Com melhores expectativas, o dólar fica mais baixo, a inflação, mais comportada e os juros podem cair, melhorando as expectativas de crédito e as dos empresários, que voltam a investir — analisa Leal, que, ainda assim, avalia que a economia terá retração de 0,2% em 2017.

DEPENDÊNCIA DO SETOR EXTERNO

Analistas de agências de classificação de risco que participam da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, avaliam que o impeachment, em si, não mudará a percepção econômica do mundo. Falando sob sigilo, dizem que, independentemente do governo, será necessário ver se o país obtém “consenso político” para fazer o ajuste fiscal. Ressaltam que não se atêm ao curto prazo, mas observam a trajetória e as expectativas em períodos de 12 a 18 meses. Levarão em conta a capacidade de o país voltar a crescer, pois, do contrário, o ajuste fiscal não será sustentável. Além de um plano crível, dizem que o governo terá de mostrar capacidade de implementá-lo.

No ano passado, o consumo das famílias desabou 4%, e os investimentos, 14%. Os dois setores registram o pior desempenho em 19 anos e foram determinantes para a economia ter encolhido 3,8%. A indústria está cada vez mais ociosa e opera com um nível de utilização da capacidade instalada de 73%. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo defende que é necessário incentivar o setor privado a investir, por meio de concessões, por exemplo:

— Seja qual for o resultado sobre o pedido de impeachment, salvar 2017 depende da capacidade do governo de articular medidas com o setor privado, de modo a recuperar algum estímulo à economia. É preciso impulsionar os investimentos privados, com concessões. Mas as empresas de infraestrutura estão paralisadas com a Lava-Jato. É necessário que se separe o destino das empresas dos seus controladores.

Ele acredita que, ao contrário da última vez em que o país passou por três anos seguidos de recessão, no início dos anos 1980, o crescimento não se dará por meio das exportações dessa vez:

— Não há demanda global considerável. A economia mundial está devagar, quase parando.

Para o professor do Instituto de Economia da UFRJ José Luis Oreiro, a recessão se aprofundou em razão da crise política. Para o professor, a presidente Dilma Rousseff não tem apoio político para criar um consenso mínimo em torno de uma agenda de reformas estruturais no lado fiscal que mostre, no médio e longo prazos, que o país é capaz de conter o ritmo de despesas primárias da União. Sem reformas, para ele, não é possível retomar o crescimento:

— É preciso colocar as reformas estruturais em prática para que o Banco Central possa baixar juros e estimular consumo e investimento.

Oreiro explica que a permanência da presidente Dilma no cargo seria mal recebida pelo mercado e, em consequência, o país voltaria a registrar forte desvalorização cambial, com o dólar voltando ao patamar dos R$ 4, e maior percepção de incerteza:

— Isso afastaria qualquer possibilidade de retomada em 2017.

A Tendências Consultoria estima que o país sairá da recessão em 2017 com crescimento de 1,2%. Isso baseado em cenário que considera probabilidade de 70% de uma interrupção do atual governo. E, ao contrário de Belluzzo, a casa de análises aposta numa retomada via exportações:

— Vemos o setor externo puxando o crescimento, já que as exportações estão aumentando. As importações estão caindo dramaticamente e sendo substituídas por produção nacional — justifica a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências.

No cenário em que a presidente Dilma permanece na presidência, a Tendências prevê queda do PIB de 0,6% em 2017.

PACTO DE CONVIVÊNCIA POLÍTICA

Arminio Fraga, sócio da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central, condiciona uma retomada à saída da presidente. O economista tem sido citado como possível ministro em um eventual governo Michel Temer, mas sustenta que tem interesse apenas em colaborar, não em assumir um cargo:

— Se o impeachment vier acompanhado de uma proposta clara para o futuro do Brasil, uma mudança de rota com relação ao que temos hoje, acho que a economia pode reagir. Não creio que vá dar um salto e começar a crescer de forma acelerada porque os problemas são muitos e muito difíceis.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, traça cenários distintos para a economia de acordo com o resultado da crise política e vê espaço para uma expansão de 0,6% em 2017 diante de uma troca de comando. Segundo Vale, os bons ventos sobre o mercado, neste cenário, poderiam ser aproveitados pelo novo governo com a retomada do tripé macroeconômico, pautado em metas de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante.

— E também sinalizando com reformas mínimas, especialmente a da Previdência — diz.

Sobre a possibilidade de Dilma se manter presidente e os efeitos na economia, Arminio Fraga demonstra preocupação:

— Podemos mergulhar numa trajetória muito mais apavorante que a atual. Porque a atual se beneficia da expectativa de mudança.

Para Francisco Lopreato, economista da Unicamp, independentemente de quem seja o presidente, é preciso que o governo firme um pacto de convivência política que crie estabilidade. Com esse pacto, acredita ser possível “ficar com o nariz fora d’água” durante 2017. Para, então, iniciar lentamente um processo de recuperação e chegar ao final do ano em situação melhor do que a atual.

— Esse pacto é necessário para que o governo consiga governar. Nada foi aprovado no Congresso. Tudo está parado: concessões, renegociação da dívida dos estados, reforma tributária, da Previdência, nada teve continuidade — enumera Lopreato.

Para Lopreato, a situação econômica é decorrente do que ele descreve como uma “situação de terra de ninguém no campo da política”:

— Historicamente, as grandes crises do país ocorreram por causa do setor externo. Temos um volume de reservas enorme e o balanço de pagamento se recuperou. O grosso do ajuste das empresas já foi feito. A situação fiscal piorou muito em função da própria queda da arrecadação. Se houver melhora, a situação fiscal ficará mais manejável. Melhora a arrecadação, a situação de municípios e estados, e temos um câmbio favorecendo as exportações.

Temer e a Indústria (Blog do Fernando Dantas, 07/04/2016)

07 quinta-feira abr 2016

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Debate liberais versus neodesenvolvimentistas, Governo Temer, Impeachement Dilma Rouseff

Fernando Dantas

07 abril 2016 | 15:33

Política econômica de eventual governo do vice-presidente pode ser menos consensual do que supõe. O velho conflito entre ortodoxos e heterodoxos (neste segundo caso, da escola neodesenvolvimentista) pode voltar em temas como a indústria e câmbio. O economista José Oreiro, por exemplo, defende um piso para uma eventual desvalorização do dólar.

Em caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e de um governo Temer, a aposta do mercado é numa política econômica mais ortodoxa e liberal, com ênfase no problema fiscal. O cenário político, na verdade, complica-se cada vez mais, como fica claro na determinação de Marco Aurélio Melo, ministro do STF, de que o impeachment de Temer tenha seguimento na Câmara. De qualquer maneira, um governo do vice-presidente ainda parece ser um desfecho provável se houver impeachment.

A política econômica de um eventual governo Temer, entretanto, é uma variável bem mais complicada do que imagina. Há, para início de conversa, o documento – liberal em boa parte – “Ponte para o Futuro”, endossado por Temer e outros caciques do PMDB. Embora Arminio Fraga, que seria ministro da Fazenda em caso de vitória de Aécio Neves, já tenha dito que não participará do novo governo, pode-se dizer que muito do que se prevê para a política econômica de Temer está em linha com o pensamento do ex-presidente do BC, que exerce uma liderança indiscutível entre os economistas ortodoxos no Brasil.

Por outro lado, Temer tem ligações com a indústria paulista, a Fiesp embarcou entusiasticamente no barco de impeachment e o senador José Serra (PSDB-SP) também é tido como próximo às articulações em torno do novo governo. Este “lado” do movimento pró-impeachment é sensível à visão neodesenvolvimentista da política econômica, que dá grande ênfase ao câmbio e à indústria.

No debate econômico brasileiro atual, a disputa mais substancial acontece justamente entre economistas liberais do campo de Armínio e neodesenvolvimentistas. Os heterodoxos que defendem impulso fiscal perderam espaço com a dramática crise das contas públicas.

Foi significativo, por exemplo, que Marcos Lisboa e Samuel Pessôa – dois economistas de destaque entre os ortodoxos, e que estão entre os mais prestigiados formuladores do tipo de programa que se imagina que Temer poderia adotar – tenham dado entrevistas recentes em que criticam fortemente a influência do lobby industrial nas políticas econômicas equivocadas do passado recente. Alguns exemplos (não necessariamente citados diretamente pelos dois nas entrevistas recentes, mas de que certamente são críticos) são isenções tributária para estimular o consumo de bens duráveis, desoneração da folha, políticas industriais, proteção aduaneira, gigantismo do BNDES, tentativas de manipular o câmbio, a intervenção no setor elétrico, etc.

A pergunta que se impõe é: como poderiam economistas desse perfil (não especificamente os dois; Lisboa já descartou diretamente a hipótese) participar de um governo Temer, que teria uma forte influência da indústria?

Hoje, por exemplo, segundo reportagem de Clarice Couto, da Agência Estado, Thadeu Silva, analista da INTL FCStone, projetou que o câmbio cairia para R$ 3,10 no caso de Temer assumir a presidência.

Supondo correta a previsão, um movimento desse tipo abriria de imediato uma discussão entre ortodoxos e neodesenvolvimentistas. O economista José Oreiro, da UFRJ, que pertence ao segundo grupo, acha que o Banco Central (BC) deveria estabelecer um piso para o câmbio em torno de R$ 3,50.

É importante ressalvar que Oreiro também é crítico de muitas iniciativas da nova matriz econômica, inclusive algumas daquelas voltadas teoricamente a estimular a indústria.

Oreiro concorda com os ortodoxos em que um ajuste fiscal de longo prazo é fundamental para a economia brasileira. Ele nota que o crescimento da despesa primária acima do PIB força o aumento exagerado da demanda, levando à abertura do déficit em conta corrente e à sobrevalorização cambial que perdurou entre 2005 e 2014. A sobrevalorização, por outro lado, reprimariza a pauta de exportações e prejudica o crescimento potencial, agravando o problema fiscal, numa espécie de círculo vicioso.

Mas o diagnóstico consensual só vai até a reforma fiscal. Com as contas ajustadas, a visão neodesenvolvimentista é de uma trajetória mais agressiva de queda de juros acompanhada de uma política cambial que ativamente evite a sobrevalorização, como o piso defendido por Oreiro e outros colegas. Já os ortodoxos serão mais cautelosos na queda dos juros, sempre de olho num cumprimento mais estrito do regime de metas, e tenderão a defender o câmbio flutuante.

É verdade que pesa sobre os policymakers que hoje efetivamente colocam a mão na massa, inclusive no Banco Central, a herança do tripé macroeconômico, que mesmo tendo sido fortemente distorcido durante os tempos da nova matriz econômica, ainda é uma espécie de doutrina oficial a que pelo menos se presta homenagem. O pensamento de heterodoxos neodesenvolvimentistas como Oreiro e o ex-ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser-Pereira, está ainda restrito ao debate econômico.

A dúvida, porém, é, no caso de um eventual governo Temer conseguir estabilizar a economia, até que ponto a força do lobby industrial na nova administração conseguirá influenciar decisões sobre câmbio, juros, subsídios, política comercial, etc., numa direção bem diferente do que a aposta mais otimista do mercado numa guinada liberal pressupõe. (fernando.dantas@estadao.com)

Fernando Dantas é jornalista do Broadcast

Esta coluna foi publicada pela AE-News/Broadcast em 7/4/16, quarta-feira.

Reequilíbrio das contas pode demorar até 10 anos (Correio Braziliense – 04/04/2016)

05 terça-feira abr 2016

Posted by jlcoreiro in Ajuste fiscal, Crise Econômica no Brasil, Debate macroeconômico, Mídia, Opinião, Oreiro

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Ajuste Fiscal no Brasil, Oreiro

Apesar de ser economista, a presidente Dilma Rousseff conseguiu em poucos anos fazer um estrago nas contas públicas que nem um leigo conseguiria. Mesmo com a receita caindo ano após ano, a redução de gastos foi negligenciada. O desarranjo foi tamanho, que especialistas acreditam que, independentemente de quem estiver no governo, demorará alguns anos para que haja um reequilíbrio.

Os dados do Tesouro Nacional demostram a deterioração. Enquanto que em 2010, as receitas correspondiam a 20,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e os gastos a 18,1%, no ano passado, atingiram 17,6% e 19,5%, respectivamente.

Isso porque, se as medidas de ajuste forem tomadas de uma só vez, a recessão vivida no Brasil se transformará rapidamente em depressão. O economista Simão David Silber, professor da Universidade de São Paulo (USP), considera que o estrago levará uma década para ser consertado e a crise atual que o país atravessa não está relacionada a nenhum fator externo. “O volume de incerteza é tão grande, que não tem consenso político para uma retomada. A trajetória da economia a médio prazo não é boa. Vamos levar muitos anos para que ela se recupere”, avisa.

Ele destaca que a recessão está tão forte que reduziu o PIB potencial para apenas 2%. O acadêmico fez um levantamento, considerando uma recuperação a partir de 2018 e constatou que a renda per capita do brasileiro, em 2023, não voltará ao que era em 2014. “Isso mostra que estamos retrocedendo uma década novamente”, alerta.

O economista-chefe para Mercados Emergentes da consultoria britânica Capital Economics, Neil Shearing, avalia que a melhora fiscal ocorrerá quando o governo conseguir voltar a registrar um superavit primário acima de 3% do PIB, algo que o país só registrou antes da crise financeira global de 2008. Para ele, um terço da receita perdida desde 2013 será permanente. E, do ponto de vista prático, as propostas feitas pelo governo são superficiais. “Os problemas fiscais do Brasil são muito mais profundos e o ajuste precisará ser de maior duração”, completa.

“Existem duas grandes barreiras a superar para que a melhora fiscal ocorra. A primeira são os mandatos constitucionais sobre os gastos, que significa que a maior parte do ajuste deverá ser feita por meio de aumento de impostos (já elevados). A outra é a economia cronicamente fraca. É extremamente difícil reparar as finanças públicas com a economia em recessão”, explica.

O crescimento das despesas do governo acima do Produto Interno Bruto (PIB), principalmente em função dos gastos obrigatórios, preocupa o economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro José Luis Oreiro. “Pelas minhas contas, o avanço é de dois pontos percentuais a mais do que o PIB. Esse é um problema estrutural. Se a reforma da Previdência não ocorrer, assim como a mudança da regra de reajuste do mínimo para que o ritmo de crescimento das despesas primárias fique limitado ao do PIB, será impossível equilibrar as contas públicas”, avisa.

Na opinião do especialista em finanças e professor do Insper Otto Nogami, é preciso reduzir, dentro das despesas correntes, benefícios de manutenção da máquina do Estado. O corte em investimentos, segundo ele, só agrava a atividade econômica. Nogami critica a escalada da conta de juros do governo, que saltou 163% de 2010 para 2015, passando de R$ 195 bilhões para R$ 513,4 bilhões. “O governo gastou o que não podia para se reeleger. Se endividou mais e não conseguiu entregar o superavit primário para ajudar o BC a executar a política monetária. Isso faz com que a dívida cresça em ritmo exponencial”, pontua.

Gastança antiga
O especialista em contas públicas e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) José Roberto Afonso avalia que a destruição das contas públicas não é mérito apenas de Dilma, pois ocorre desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “O governo aproveitou a bonança para fazer uma poupança que poderia ser usada nos momentos de crise como a atual. Dilma levou ao limite a ideia de que basta gerenciar e não precisa legislar, reformar e acreditar em valorizar regras”, comenta.

Agora, a saída desse quadro atual levará tempo. “Primeiro, é preciso resolver a política e ter um governo que governe”, afirma. Depois, esse governo precisará fazer um “diagnóstico realista”, traçando um plano de voo, “fixar metas e apontar diretrizes para se fazer a travessia”. “Não há milagre”, completa.

No entender do gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, será preciso um ajuste fiscal duro para uma reversão do quadro atual das contas públicas. “O país atravessa uma crise longa e o ajuste fiscal do ano passado não foi concluído. Todo ajuste é duro, mas se é feito”, explica.
Se o governo conseguir fazer o ajuste fiscal, controlando o aumento do gasto público, ele ajudará o BC a controlar a inflação.

Calote interno
O professor da USP Simão David Silber compara a situação atual do Brasil com a chamada década perdida de 1980 e acha que as expectativas de agora são piores. Segundo explica, naquela época, ainda havia esperança porque o país era pobre, mas com uma população jovem. Agora, passará a ser um país pobre e velho”, lamenta. Para o economista Otto Nogami, a grande preocupação, no momento, é que, se mantido o cenário atual, entre 2019 e 2020, o país poderá dar calote interno. “O governo não terá como honrar a dívida interna e, para isso, emitirá moeda e gerará mais pressões inflacionárias, deteriorando ainda mais a economia.”

Investimento público teve queda de 29% (Isto é dinheiro, 04/04/2016)

04 segunda-feira abr 2016

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Ajuste Fiscal no Brasil, Crítica ao governo Dilma Rouseff, Oreiro

Os investimentos públicos, somando todas as esferas de governo e as empresas estatais, tiveram queda de 29% no ano passado, já descontada a inflação. Os R$ 177,4 bilhões investidos responderam por 2,9% do PIB, o menor nível desde 2007, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Para economistas, o corte dos gastos do governo com investimentos, por conta do ajuste fiscal, contribuiu para derrubar a economia, mas a dinâmica de sempre sacrificar esse item em anos de ajustes nas contas públicas deixa evidente a necessidade de reformas estruturais – ou seja, é necessário gastar menos com custeio e benefícios sociais, e mais com estradas, aeroportos e transporte público.

“Em 2015, houve um ajuste muito forte incidindo sobre os investimentos”, disse Rodrigo Orair, pesquisador do Ipea que levantou os dados sobre investimento público. Como proporção do PIB, os investimentos públicos vinham caindo desde 2011, mas em 2015 houve uma inflexão. De 2014 para 2015, a queda foi de 1,1 ponto porcentual do PIB. Retração tão forte só foi vista em 1999, quando o ajuste na política econômica no início do segundo governo Fernando Henrique Cardoso introduziu as metas de superávit primário nas contas públicas, levando a cortes nos gastos.

“O investimento público voltou dez anos em termos proporcionais ao PIB”, disse José Roberto Afonso, especialista em contas públicas. Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBre/FGV) e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), Afonso diz que a situação é ainda pior, porque a taxa de investimentos no Brasil já é muito baixa.

Afonso conta que, recentemente, um economista estrangeiro o questionou sobre como o Brasil pode ter a maior carga tributária entre os emergentes e, ao mesmo tempo, a menor taxa de investimento público. “O problema é que a despesa corrente é muito grande. O governo gasta muito com custeio, benefícios sociais e juros”, disse. Por isso, segundo o economista, somente reformas estruturais na composição das despesas públicas, muitas delas obrigatórias e definidas em lei, permitirão ampliar os investimentos.

Espaço

José Luís Oreiro, professor do Instituto de Economia da UFRJ, lembra que cerca de 90% das despesas do governo são obrigatórias. Os 10% restantes são o que os especialistas em contas públicas classificam como “despesas discricionárias”, ou seja, sobre as quais o governo pode decidir como gastar. Aí estão incluídos os investimentos. “O (Joaquim) Levy teve de fazer o ajuste nos 10% dos gastos discricionários”, diz. Oreiro e Afonso concordam que, diante da crise fiscal, não dá mais para o governo cortar apenas nos 10% das despesas sobe as quais tem ingerência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Juro menor no horizonte Correio Braziliense – 01/04/2016

03 domingo abr 2016

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Erros do Banco Central do Brasil

Apesar de o Banco Central (BC) afirmar que não há espaço para a redução dos juros básicos da economia, hoje em 14,25% ao ano, já há consenso entre os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) de que eles devem cair em junho ou julho. O recado será dado na próxima reunião do colegiado. Os dois diretores dissidentes e favoráveis à alta da Selic, Tony Volpon, de Assuntos Internacionais, e Sidnei Corrêa Marques, de Organização do Sistema Financeiro, votarão pela manutenção da taxa e pavimentarão o caminho para a queda.

O diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, afirmou que os atuais riscos para a inflação impedem que a autoridade monetária trabalhe com a hipótese de flexibilização da política monetária. Conforme ele, além das pressões oriundas da deterioração fiscal, a autoridade monetária passou a considerar o aumento da inflação corrente em janeiro, a elevação das expectativas de mercado para a carestia e a indexação da economia. “Diante desse cenário, expressamos com veemência que esse quadro não nos permite trabalhar com flexibilização da política monetária”, afirmou.

Recessão

Para o economista José Luis Oreiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a redução de juros é inevitável no segundo semestre, diante das indicações de queda da inflação em fevereiro e março, além do aumento do desemprego e do aprofundamento da recessão. Ele explicou que a retração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentará os juros reais da economia. “Uma política monetária mais apertada com recessão não faz sentido. A redução da Selic nominal a partir de julho está precificada”, afirmou.

Oreiro ressaltou que o ideal seria que a autoridade monetária iniciasse a queda de juros já na próxima reunião do Copom. Entretanto, ressaltou que, diante da crise política, da inexistência de perspectivas de uma reforma fiscal e da falta de credibilidade do BC, a medida seria mal-interpretada pelo mercado. “Uma autoridade monetária respeitada, em um quadro em crise política, poderia promover uma redução agressiva da Selic para estimular a atividade econômica. Agora, temos um quadro social desfavorável, que piorará com o aumento do desemprego no segundo semestre”, alertou.

O diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, a decisão de política monetária do BC deve ser tomada com extrema responsabilidade e cautela. Apesar disso, ele comentou que o patamar atual da taxa Selic é suficiente para que a inflação convirja para próximo da meta em 2017. “Com isso, prevemos que a taxa básica de juros encerrará ente ano em 12,25%”, destacou.

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