Segundo matéria publicada no Valor Econômico de hoje (“Governo alivia o arrocho de 2015”) o governo federal está analisando rever a meta de superávit primário de 2015 e de 2016, bem como estender o prazo do ajuste fiscal pelo menos até 2017. Para 2015 é provável que a meta seja ajustada para 0.8% do PIB, ao passo que a meta de 2016 seria reduzida para 1,5%. A meta de 2% do PIB para o superávit primário seria alcançada apenas em 2017.
Segundo a matéria, a razão fundamental para a suavização do ajuste fiscal seria a recessão na qual se encontra o país, a qual implica em redução da arrecadação de impostos e contribuições, bem como a fragilidade política do governo a qual seria a responsável pelo atraso e pela “desidratação” das medidas de ajuste fiscal.
O ajuste das metas fiscais e o alongamento do prazo do ajuste são medidas que foram sugeridas por mim e outros economistas no seminário “O Desafio do Ajuste Fiscal Brasileiro”, iniciativa conjunta da Associação Keynesiana Brasileira e do Centro de Estudos do Novo-Desenvolvimentismo, realizado no dia 01 de junho do corrente ano na Escola de Economia da FGV-SP (http://eesp.fgv.br/eventos/o-desafio-do-ajuste-fiscal-brasileiro), o qual teve grande repercussão na mídia.
Em particular quero destacar que as metas fiscais sugeridas na matéria do Valor de hoje são praticamente as mesmas que eu defendi no seminário, as quais se acham também reproduzidas no artigo que publiquei recentemente na Revista Política Social e Desenvolvimento (http://revistapoliticasocialedesenvolvimento.com/2015/06/08/politica-economica-brasileira-na-contramao-do-debate-ortodoxo-internacional/).
Fico feliz em perceber que, direta ou indiretamente, estou contribuindo para a discussão sobre os caminhos da política econômica brasileira.